CAPÍTULO 01

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KELI MORELLI

Coloquei o último item da minha mudança no lugar, uma foto do meu pai no criado mudo ao lado da minha nova cama na casa da minha mãe.

Olhei mais uma vez para a imagem dele, Ricardo Morelli havia falecido a três meses em um acidente de carro, sentia tanta falta dele, fora por ele que fui criada desde que nasci.

Ele e minha mãe se separam quando minha irmã gêmea e eu éramos ainda bebês. E nessa circunstância meus pais resolveram dividir as filhas meu pai me levou com ele para outro estado e minha irmã Keila havia ficado com a minha mãe.

Embora Keila e eu fossemos gêmeas ainda não tínhamos nada em comum, primeiro que não éramos idênticas ao contrário éramos muito diferentes não só fisicamente, mas também na personalidade.

Eu era loira ao natural uma característica que herdei da minha mãe. Keila era morena com a pele clara e cabelos castanhos, embora que agora esteja loira também. O que achei uma surpresa quando a vi depois de meses sem nos encontrarmos. Keila era impetuosa que adora receber atenções por onde passa. Nunca nos demos bem como duas irmãs deveria se dar, tentei me aproximar mais dela em minhas férias aqui ou quando ela passava as delas na minha casa com meu pai, mas ela nunca me deu chance até que deixei para lá e não insisti mais. Se ela tinha aversão de mim por algo azar o dela.

Com a morte do meu pai, minha situação financeira ficou na pior, descobri que meu pai estava muito endividado e que para saldar as dívidas dele, tive que entregar a nossa casa, carros e mais um apartamento me deixando sem nada. Minha mãe assim que soube da morte do ex-marido e depois que passou os funerais, deixou o convite aberto para que eu viesse morar com ela e minha irmã.

Mas ainda tentei me manter sozinha por esses três meses. Só que foi impossível, o emprego no shopping como vendedora de perfumes era pouco para pagar um aluguel e ainda me alimentar decentemente, outro emprego melhor estava fora das minhas possibilidades ninguém empregava uma garota de dezoito anos sem experiência e recém-saída do colegial. E ainda tive que desistir da faculdade de medicina a qual começaria a cursar esse ano.

Com um suspiro resignado vou para a cozinha preparar o almoço, já eram quase meio dia e Keila ainda dormia em seu quarto. Ontem no domingo ela havia passado quase todo o dia fora, eu estava passando no corredor quando ela chegou toda detonada, sem maquiagem no rosto e cabelos úmidos, sem falar nada ela se trancou em seu quarto, se ela saiu de lá alguma hora, eu não vi.

O telefone da casa começa a tocar quando cheguei na cozinha, me apresso para atendê-lo.

- Alô!

- Keli? Oi filha.

- Oi, mãe.

- Keli, preciso de um favor querida. Esqueci uns papéis que levei para casa e meu chefe vai precisar deles para a sua reunião das duas da tarde.

- Ah, tudo bem... você quer que eu leve? Mas não conheço essa cidade muito bem...

- Peça para a sua irmã...

- Keila ainda está dormindo, me passe o endereço que irei num instante.

- Obrigada Keli, os papeis estão em meu quarto, pegue um táxi não fica muito longe.

- Tudo bem, até logo.

Volto para o quarto, escolho uma calça de sarja preta, uma camisa branca sem mangas e sandálias de salto altos, se tinha uma coisa que eram a minha perdição, essa coisa com certeza eram roupas e sapatos eu adorava me vestir muito bem e era apaixonada por saltos altos, realçando melhor a minha altura de 1,70m.

LOUCA OBSESSÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora