CAPÍTULO 02

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KELI MORELLI


Fechei o meu notebook rapidamente quando ouço uma batida em minha porta. Meu coração estava acelerado e percebo que as discussões do lado de fora tinham cessado, fiquei tão hipnotizada pela foto daquele homem que todo o som ou qualquer coisa deixou de existir.

— Keli? — Chamou minha mãe batendo na porta mais uma vez.

Levantei e coloquei o notebook dentro do guarda-roupa e senti como se eu tivesse escondendo o meu pior segredo obscuro. Vou até a porta e abro, Liane estava ali e me encarou curiosa.

— Você está bem, Keli?

— Sim... por que? - Não sei dizer o que estava havendo comigo, mas fiquei na defensiva.

— Por nada querida. Posso entrar? — Pede olhando para dentro do quarto.

— Claro — assenti abrindo totalmente a porta.

Minha mãe entrou e ficou parada no meio do quarto fitando o retrato do meu pai.

— Vim pedir desculpa pelo o que aconteceu na cozinha.

Começou ela olhando para mim, e sorriu em seguida. O que era engraçado é que eu sentia que ela não estava nem um pouco constrangida.

— Tudo bem, mãe — digo dando de ombros.

Liane sorriu ainda mais e balançou a cabeça. E foi sentando-se em minha cama.

— Keli meu anjo, agora que você conviverá comigo e sua irmã definitivamente devo confessar, o que você viu entre eu e Keila já aconteceu outras vezes, é natural que eu e ela se interesse pelos mesmos homens.

— Natural? — Não contive o espanto.

— Isso mesmo.

— Sei... então quer dizer que você está mesmo interessada no seu chefe?

— E porque não? Eu sei que ele também se sente atraído por mim...

— Quem sente? — Perguntei rápida me sentindo incomodada.

— Meu chefe, Keli. Felipe pode ser um pouco mais jovem que eu, mas já é completamente um homem.

— Sei.

— No meu trabalho ninguém sabe que sou mãe se duas meninas de dezoito anos. E prefiro assim. Keila nunca aparece lá ao meu pedido e queria isso de você também.

Fiquei olhando firme para ela, sacando nesse momento que mal conhecia a minha própria mãe.

— Cátia ficou sabendo, mas já conversei com ela. é minha amiga e não vai dizer nada a ninguém.

— Ok.... Não será melhor que a chame pelo nome também em vez de mãe? — Falei sarcástica para ela, mas Liane parece adorar a idéia.

— Só em público. Então nós parecermos como irmãs, não será legal? — Ela veio para mim sem esperar resposta e beija o meu rosto — Keli, eu te amo. Eu posso ter esse jeito, mas eu amo as minhas duas filhas.

Minha mãe disse um pouco sombria, mas tive certeza que ela estava sendo sincera nesse momento. Só a vaidade em querer ser jovem demais a perturbava.

— Eu também te amo, mãe.

Ela sorriu e me abraçou.

***

Na sexta-feira logo após as três da tarde eu me preparei para ir à praia, minha irmã havia acordado naquele dia mais receptiva e resolveu ir junto comigo dizendo que precisava reforçar o seu bronzeado.

LOUCA OBSESSÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora