CAPÍTULO 06

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KELI

Tive um café da manhã maravilhoso com Felipe e sua família, e não pude deixar de pensar sobre isso, eu nunca na minha vida tive um momento assim com a minha própria, já que meus pais se separam quando eu não passava de um bebê.

Dizem que uma pessoa não pode sentir falta do que nunca teve, mas eu não concordo eu sinto falta isso aqui. Uma família completa em volta de uma mesa no café da manhã.

Meu pai foi o melhor que pode para mim, me deu uma educação, se preocupou para que eu fosse em boas escolas e com a minha saúde. Mas eu não podia ser alheia a sua incapacidade de dar e receber carinhos, e eu havia aprendido que era o seu jeito,  preferindo se manter sempre na dele e isso não significava que ele não me amasse, porque ele me amava, eu sabia. Minha mãe sempre se referia ao ex-marido como pedra de gelo. E penso que isso pode ser um motivo que o casamento deles ter ido por água baixo.

Não querendo lembrar agora de Liane eu a empurro para o fundo da minha mente ao menos por enquanto.

Nesse momento a irmã de Felipe estava falando das férias que ela faria no próximo mês, mas que teve que adiar por enquanto para as férias seguintes da sua faculdade que fiquei sabendo que era de arquitetura.

— Fez bem, Bruna — Felipe disse e o pai dele concorda.

— Ótimo mesmo filha! Eu estava preocupado em ver você indo para um lugar que nem conhece — Ele dizia parecendo satisfeito e a esposa revira os olhos para o marido e diz.

— Você sabe que terá que soltar ela Théo! A Bruna já é adulta e sabe se cuidar.

— Isso mesmo pai — Bruna concorda e recebe um olhar atravessado o pai.

— Não tenho certeza disso. E Mariana não fique colocando ideias na cabeça da minha filha — Disse irritado.

—Théo, aceite que dói menos meu amor. A nossa filhota é uma mulher que não precisa de ninguém colocando ideias em sua cabeça, pois a Bruna já tem as delas.

Sorrio um pouco daquele jogo de força de braço, mas estava na cara que não era uma briga de verdade. Bruna também sorri junto com a mãe e os únicos sérios na mesa era Felipe e o pai.

— Estarei segura pai. Prometo ligar todos os dias quando eu for

— Sei... — Resmungou e recebe da mulher um beijo nos lábios.

— Não se preocupe Théo, eu tinha a idade da nossa filha quando fui passar a minha primeira féria com meus amigos, e estou viva até hoje.

— Mas também nunca mais voltou para seus pais, não é? Eu não deixei, lembra?

Ela faz uma careta, balança a cabeça e olhou para nós querendo sorrir.

— Você tem a minha idade não é, Keli, e aposto que seus pais no ligariam se você viajasse sozinha — Bruna disse e confirmei com a cabeça.

— Eu fiz uma viagem para a Bahia uma vez, passei quinze dias por lá.

— Com quem você foi? — Felipe perguntou seco do meu lado.

Sua mãe olhou para ele e depois para mim nervosa, vendo que eu a fitava ela sorriu, mas que não mascarou em nada que tinha ficado tensa.

— Fiz uma pergunta, Keli — insiste Felipe e sua irmã revira os olhos para o irmão.

Virei meu rosto para ele e respondo firme.

— Fui com a minha irmã Keila, e foi a pouco tempo, a viagem foi presente do nosso pai de aniversário de dezoito anos.

LOUCA OBSESSÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora