LIANE MARIA SILVA
Meus pés não aguentavam mais sequer dar um passo. Eu, não aguentava mais. Estava morta de fome, e o dia já escurecia novamente, não parei de andar desde aquele filho da puta me deixou nesse fim de mundo à dois dias e se não fosse um riacho que seguia a estrada eu já tinha morrido pela sede. Não encontrei uma alma viva, meu celular não havia dado sinal e para complicar ele deu um último suspiro na bateria a muitas horas.
Mas o pior de tudo é que eu não sabia se estava andando na direção certa, peguei duas encruzilhada tendo que decidir na sorte qual lado tomar. O lugar me assustava.
O que me alimentava seguir em frente era que eu poderia ver aquele moleque mimado sofrer, Felipe me paga por isso. Daniel nessa hora ja deve estar com Keli e se ele for esperto não deixará que Felipe nunca mais coloque os olhos nela. E Keli vai pagar por tomar o meu homem. Aquela vagabundinha ingrata, e rezo para que perca o bastardo que ela carrega. Nem morta vou me reconhecer como avó, não na minha idade. Nem morta!
De repente um estalo cortou o ar. Um tiro, mas não tive certeza. E um ronco forte de motor. Comecei a correr para o lado do riacho me escondendo pelas pedras, meu coração agitado pelo medo.Esperei o ronco do motor dimunuir e desaparecer, sei que poderia ter ajuda, mas fiquei com receio que o estalido que ouvi fosse um tiro de arma. Saio em silêncio de trás das pedras e aproveito para beber mais da água, fazendo meu estômago doer pela fome.
— Sabia que havia se escondido aqui! — Bradou uma voz pastosa.
Olhei para trás e havia um velho gordo e suado, com uma vasta barba grisalha que batia no peito. Cheirava mal com as suas roupas surradas. Mas o que me chamou atenção foi a sua arma enroscada em suas calças.
— Eu não estou sozinha! — Falei tremendo — Meu marido não está muito longe.
Agarrei em minha bolsa e passei por ele indo para a estrada.
— Que isso Dona? Mentido para o velho Juca aqui! — olhei para ele que sorria mostrando a falta de um dente na frente e o resto que ele tinha estavam podres.
— Não estou mentido senhor...
— Pode me chamar de Juca, Dona. Sei que está sozinha, desde de ontem espiono a senhora.
Minhas pernas ficaram bambas, só queria me livrar desse velho.
— Com licença, preciso ir...
Ele segura na arma e ri.
— Não seja mar educada, Dona. Só quero ajudar. Esta perdida por essas bandas?
— Estou... preciso ir para a cidade.
— Sei... mas preciso falar que a Dona pegou a direção errada, na verdade é que está se embrenhando cada vez mais nessa região esquecido por Deus.
— Qual lado devo ir. O senhor me ajudaria tomar o caminho para a cidade?
— Claro Dona! Meu carango está logo ali. Posso te levar.
Alívio tomou o meu corpo, e prometi pagar bem por esse favor.
— Não quero dinheiro não Dona. Aqui vivemos da caça da terra.
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LOUCA OBSESSÃO
RomanceQuando Felipe Manzitti colocou os olhos na beleza da loura que saía apressada de sua empresa, ficou obcecado por ela como nunca tinha ficado por ninguém. Aquela mulher foi como uma droga, uma potente adrenalina que correu depressa em suas veias. E n...