CAPÍTULO 07

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KELI

O carro parou na porta da casa de minha mãe, o motorista ficou calado dando o meu tempo esperando pacientemente quando eu me sentisse melhor para sair. Apertei meus lábios e agradeço ele.


— Só estou fazendo o meu trabalho, senhora.

— Mesmo assim obrigada.

Saio do carro e vou direta para o pequeno portão da casa. E quando entrei na pequena sala, Liane e Keila estavam nela e as duas me olharam na mesma hora, Keila de um jeito curioso e maliciosa e Liane de modo condenatório.

— Bom dia — Falei de nariz arrebitado. E fecho a porta ruidosamente.

— Boa tarde, maninha — Keila disse em tom debochada.

— Para mim ainda é bom dia, Keila.

Minha mãe estava em seu lugar, agora olhando para baixo, estava com as pernas cruzadas e lixava as unhas e levantou os olhos para mim, e me avaliou.

— Que roupas são essas, Keli? Não são suas ou são?

— Não, não são minhas.

Ela sorri e diz.

— Claro que não, no mínimo deve ter achado essas roupas no apartamento em que Felipe leva as suas putas, é isso filhinha? Essas roupas são das putas do Felipe.

Olhei para ela e também sorrio.

— Não sei mãe. Mas pode ser, não é? Por acaso elas nãos são suas?

— Não são minhas, Keli. Sabe porquê? Eu não vou ser a puta dele como as minhas filhas foram.

— Caralho! Essa doeu hein, mamis — Keila disse nem um pouco chateada.

Fiquei com vontade de perguntar o que isso significava, mas não falei mais nada. Liane joga a lixa ao seu lado no sofá e me olha séria.

— O que foi mamãe?

— Se divertiu as minhas custas né, Keli? Eu a sua mãe e você teve a coragem de me trair.

— Trair? Como eu trai você mãe?
— Você mentiu! Nem teve a decência de me dizer que foi atrás do meu homem.

Me deu vontade de rir nesse momento, ela é doída e o pior que ela falava de boca cheia como se isso fosse verdade.

— Eu não fui atrás de ninguém, e ele não é seu homem.

Uma risada histérica saiu da garganta dela.

— Mas você sabia que eu queria ele! — Ela suspirou fundo e tenta-se acalmar — Tudo bem Keli, eu te perdoo, é claro que você ficou curiosa sobre ele e quis... bem vamos esquecer o que você fez...

— Eu não fiz nada! — Me exaltei — Meu Deus, você fala como se eu tivesse feito...

— Você fez Keli. Pode ser que eu não tivesse nada com ele, mas você sabia do meu interesse, no mínimo você devia ter me respeitado.

Não tive argumentos nem forças para discutir com ela, minha mãe parecia uma vadia desesperada. Ela que fizesse boa caçada ao seu garotão. Eu estou aqui, fiz a minha escolha, e agora eu precisava esquecer tudo isso que Felipe trouxe com ele.

— Está bem mãe, vamos esquecer tudo isso. Mas é certo que eu não vou poder viver mais aqui, vou procurar outro lugar para mim a partir de segunda-feira — Digo olhando para ela e Keila antes de ir para o meu quarto.

— Keli!

Ouço ela me chamar, mas não parei até que eu tivesse no quarto. Nem bem fechei a porta e ela se abre novamente.

LOUCA OBSESSÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora