CAPÍTULO 29

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***

KELI

― Meu irmão me comeu na conversa ontem.

Bruna falou enquanto conversávamos em seu quarto. Sorrio meio sem graça.

― Desculpe, eu contei que você havia me ajudado com os seguranças.

― E não me arrependo ― Disse dando de ombros ― contou para ele sobre as fotos?

― Sim, Felipe simplesmente surtou.

― Falei que ele iria odiar a idéia. Mas não se preocupe com isso Keli, eu não suporto homens que agem igual a ele e meu pai ― Disse um tanto sombria ― E tem mais, Felipe é um idiota as vezes e mereceu por ajuda-la a enganar Franco e Joana. Em falar nisso você já percebeu que Joana gosta de olhar para as suas pernas?

Nao contive uma boa gargalhada.

― A minha eu não sei, mas que já a vi secando a minha cunhada, isso sim.

Bruna torce o nariz e disse.

― Não brinca, mas quem sabe? Estamos aí para novas experiências, não é? Quem sabe eu acabe gostando.

Balançei a cabeça rindo.

― Espero que seja uma piada sua. Você é uma mulher sensual demais que merece um homem forte.

― Sim, é... ― Responde triste de repente.

― Bruna..?

― Estou bem! ― Apressou-se em dizer ― Por favor Keli, não me lembre do que não quero lembrar!

Bruna não é mais a mesma a seis meses, tudo isso resultado de umas ferias que acabou mal. Ela odeia falar sobre o assunto, e procuro não lembra-la também, mas me preocupava com essa distância que ela tomava as vezes, deixando muito daquela garota espontânea que sempre fora, e posso com certeza dizer que a Bruna amadureceu dez anos nos últimos meses.

Na ocasião e na época em que a Bruna viajou para uma fazenda em Goiânia em férias com umas amigas, ela voltou arrasada de lá, me partiu ve-la tão destruída como ficou, se permitiu falar uma vez comigo e desabafou, desnudando a alma ferida. Me fez prometer que não contaria nada do que houve para Felipe, o pai nem sonha. E mesmo Mariana sofrendo por ver a filha triste não contou nada para o marido. Sabíamos que tanto Théo e Felipe iriam atrás do homem que fazia a filha sofrer. Mas sabiam que de alguma forma Bruna havia mudado muito, Felipe mesmo quis arrancar de mim uma explicação sobre o que havia com a irmã, claro que eu dizia que era nada, e que devia ser impressão errada dele, mas Felipe não era bobo. Até que os meses foram vindo e começou a relaxar naquela questão. Bruna também voltou as suas coisas e faculdade, saía com seus amigos e tentava se divertir ou enganar as pessoas achando que estava se divertindo.

Mas os meses vieram sim, mas sabia que ela não havia esquecido do homem com quem tinha se envolvido de uma maneira tão intensa a seis meses atrás.

― Você não consegue esquece-lo, não é? ― Perguntei, sei que não devia lembra-la, mas...

Bruna me encarou, mas logo desvia os olhos para longe sem nada dizer. Toquei sua mão para que me olhasse, e assim que fez digo.

― Você precisa, sabe disso, não é?

Seus olhos lagrimejaram e seus lábios tremeram.

― É o que mais desejo, Keli. Mas como? Se ele me marcou de uma forma que nem eu consigo compreender, mesmo depois de tudo, depois que me entreguei... ele teve a coragem e fazer aquilo comigo, e mesmo assim não consigo.

LOUCA OBSESSÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora