Décimo Segundo.

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AMANDA

Quando cheguei em casa as 4h da manhã, exausta após outro turno de jantar, todas estavam dormindo e eu me joguei na cama, me dando somente o trabalho de tirar o casaco e os sapatos. Acordei no sábado com Isabelle cantando no chuveiro, perto das três horas da tarde. Havia uma poça de baba no meu travesseiro a qual eu negaria até a morte ser dona.

Levantei-me ainda com sono, tirei a roupa do dia anterior e procurei por meus tênis debaixo da cama. Encontrei um papel branco e puxei-o. Era o cartão de Jace. Coloquei-o sobre o criado mudo e comecei a organizar lentamente o quarto, começando pelas roupas. Quando Belle saiu do banho, eu havia guardado todas as roupas no armário e já estava semi-nua, pronta para entrar no banho.

— Onde está Jules? — Perguntei desinteressada.

— Saiu para dar aula de Yoga. Pediu para que cuidássemos do Eragon e disse que o jantar dele estava na cozinha. Tinha uma caixa branca lá, mas estava se mexendo, então resolvi que iria deixar as honras para você.

Suspirei. Maldita iguana.

— Tá. Tyler ligou? — Comentei fingindo desinteresse enquanto ia para o banheiro.

— Não. Acho que ele tá meio putinho com você.

— Ah. Foda-se. Ele viajou para ver a família. Ou algo assim. Tanto faz.

— Tanto faz? — Ela perguntou, não acreditando muito.

— É. Tanto faz. — Fechei a porta do banheiro e entrei no banho.

Demorei uns quinze minutos, tirando todo o suor de ontem, lavando o cabelo cuidadosamente e relaxando sob a água quente.

Quando saí, agora vestida, Isabelle segurava o cartão de Jace. Merda.

— Porque tem um cartão de um fotógrafo no nosso quarto, Manda?

— Ah. Eu o conheci na rua. Ele me chamou para uma sessão. Ou para sair. Ambos, talvez. Não sei se quero.

— Pera. Uma sessão de fotos onde você é tipo, paga?

— Ah. Se minha foto for aprovada para o catálogo, sim. Eles me pagam.

— E você ainda não fez por que...?

— Não sou fotogênica.

— Vai se foder. Você mesma disse que nossa conta estava mil dólares negativa.

— Não disse não. Como você sabe disso?

— Você fala dormindo, esqueceu?

— Merda.

Isabelle me deu o cartão e o celular.

— Você tem que aceitar. Precisamos da grana. E ainda vamos viajar para o Brasil no casamento de minha irmã. Precisamos desesperadamente da grana. Meu trabalho não cobre a dívida e nossas passagens.

Bufei e peguei ambos de suas mãos.

— Tá. Que merda. Eu ligo.

Ela sorriu estonteante e voltou a se trocar, já que apesar de ser sábado, iria para os Delawicz fazer hora extra pois papai tinha uma reunião de emergência e mamãe estava viajando sabe-se lá para onde. Não me importa, só me importa que hora extra = grana extra.

Digitei o número do cartão e depois de dois toques a voz que eu já conhecia antendeu.

— O'Maley.

— Sempre achei engraçado pessoas que atendem o celular falando o sobrenome. Faz isso quando vítimas de atropelamento ligam também?

— Ah. Amanda.

BFFF - Best Fucking Friends ForeverOnde histórias criam vida. Descubra agora