AMANDA
Quando cheguei em casa as 4h da manhã, exausta após outro turno de jantar, todas estavam dormindo e eu me joguei na cama, me dando somente o trabalho de tirar o casaco e os sapatos. Acordei no sábado com Isabelle cantando no chuveiro, perto das três horas da tarde. Havia uma poça de baba no meu travesseiro a qual eu negaria até a morte ser dona.
Levantei-me ainda com sono, tirei a roupa do dia anterior e procurei por meus tênis debaixo da cama. Encontrei um papel branco e puxei-o. Era o cartão de Jace. Coloquei-o sobre o criado mudo e comecei a organizar lentamente o quarto, começando pelas roupas. Quando Belle saiu do banho, eu havia guardado todas as roupas no armário e já estava semi-nua, pronta para entrar no banho.
— Onde está Jules? — Perguntei desinteressada.
— Saiu para dar aula de Yoga. Pediu para que cuidássemos do Eragon e disse que o jantar dele estava na cozinha. Tinha uma caixa branca lá, mas estava se mexendo, então resolvi que iria deixar as honras para você.
Suspirei. Maldita iguana.
— Tá. Tyler ligou? — Comentei fingindo desinteresse enquanto ia para o banheiro.
— Não. Acho que ele tá meio putinho com você.
— Ah. Foda-se. Ele viajou para ver a família. Ou algo assim. Tanto faz.
— Tanto faz? — Ela perguntou, não acreditando muito.
— É. Tanto faz. — Fechei a porta do banheiro e entrei no banho.
Demorei uns quinze minutos, tirando todo o suor de ontem, lavando o cabelo cuidadosamente e relaxando sob a água quente.
Quando saí, agora vestida, Isabelle segurava o cartão de Jace. Merda.
— Porque tem um cartão de um fotógrafo no nosso quarto, Manda?
— Ah. Eu o conheci na rua. Ele me chamou para uma sessão. Ou para sair. Ambos, talvez. Não sei se quero.
— Pera. Uma sessão de fotos onde você é tipo, paga?
— Ah. Se minha foto for aprovada para o catálogo, sim. Eles me pagam.
— E você ainda não fez por que...?
— Não sou fotogênica.
— Vai se foder. Você mesma disse que nossa conta estava mil dólares negativa.
— Não disse não. Como você sabe disso?
— Você fala dormindo, esqueceu?
— Merda.
Isabelle me deu o cartão e o celular.
— Você tem que aceitar. Precisamos da grana. E ainda vamos viajar para o Brasil no casamento de minha irmã. Precisamos desesperadamente da grana. Meu trabalho não cobre a dívida e nossas passagens.
Bufei e peguei ambos de suas mãos.
— Tá. Que merda. Eu ligo.
Ela sorriu estonteante e voltou a se trocar, já que apesar de ser sábado, iria para os Delawicz fazer hora extra pois papai tinha uma reunião de emergência e mamãe estava viajando sabe-se lá para onde. Não me importa, só me importa que hora extra = grana extra.
Digitei o número do cartão e depois de dois toques a voz que eu já conhecia antendeu.
— O'Maley.
— Sempre achei engraçado pessoas que atendem o celular falando o sobrenome. Faz isso quando vítimas de atropelamento ligam também?
— Ah. Amanda.
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BFFF - Best Fucking Friends Forever
RomanceDuas melhores amigas brasileiras e um apartamento em SoHo, Nova Iorque. Uma atriz - que é garçonete. Uma psicóloga - que trabalha no Starbucks. Vários aluguéis sem pagar. Viagens. Romances. Iguanas. Fotos. Beijos. E muito sexo.