Trigésimo Segundo.

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ISABELLE

Minha irmã não largava o marido, minha melhor amiga não largava mais de um de meus melhores amigos e meu outro melhor amigo não conseguia passar nem dez segundos prestando atenção em mim antes de um homem de terno bonito apitar em seu radar.

Então eu acabei passando grande parte da festa com meus pais, que eu amava muito mas não para ficar escutando sobre como eu deveria ter ficado no Brasil com eles. Minha mãe sempre dizia que eu havia os abandonado. É. Mais ou menos. Mas a vida em Nova Iorque me chamava desde que era pequena e a oportunidade era perfeita demais para negar.

Agora a única coisa perfeita em minha vida era meu vestido de madrinha que me fazia sentir maravilhosa. Se eu tivesse casado com esse vestido eu estaria com um humor muito melhor. Mas acontece que eu não lembro como estava vestida. Então foda-se, meu mau humor continua.

Também tinha a companhia de garçons que me trazia bandejas com bebidas o tempo todo. E que ironia estas não estarem entre as minhas coisas favoritas recentemente.

Quando Thalia anunciou a hora de jogar o buquê para trás, eu me mantive parada e emburrada bebericando em uma taça de champagne. Infelizmente, Amanda surgiu com Mike do nada e ambos me arrastaram para a muvuca feminina. Descruzei os braços para não parecer uma idiota maior e sorri para minha irmã, encorajando-a a jogar logo as flores para que eu pudesse voltar para meu quarto. Ela piscou para mim e se virou.

Olha. Eu havia esquecido que minha irmã tinha uma mira boa.

Dois segundos depois, um buquê estava batendo contra minha cara. Eu o agarrei, como reflexo, meio assustada com a situação. As mulheres ao meu redor suspiraram insatisfeitas e voltaram a se espalhar, mas Amanda estava me fuzilando com os olhos.

— Quê?

Ela arrancou o buque de minha mão e bateu com o mesmo na minha cabeça, depois em meu estômago.

— Você já é casada, Isabelle. Como você é estraga prazeres. Não pode ficar com o buquê, porra.

Mike fez um "Uhum" acompanhado de um biquinho, fazendo Manda rir e logo eles me deixaram parada lá, sem saber nem o que pensar. Eles voltaram a aproveitar a festa. Manda jogou o buquê na mesa, descartando-o sem nem pensar duas vezes assim e estendeu a mão para Ty, convidando-o para voltar a dançar com ela. Não consegui acompanhar para onde Mike havia ido, mas o conhecendo, provavelmente fora atrás de algum homem que ele achou ser gay.

Andei até minha irmã, despedindo-me dela com uma abraço forte e falei com meus pais, avisando que já estava subindo para o quarto. No caminho até os elevadores, um funcionário do hotel me parou para falar comigo pedindo para que eu fosse até a recepção.

— Senhorita Rodrigues, nós gostaríamos de confirmar o horário do seu check-out amanhã.

Por um breve segundo imaginei que a mulher fosse me chamar de Senhora Shaw, que era o sobrenome de Noah. Quase chorei de alívio quando não aconteceu. Talvez se os papéis do divórcio forem rápidos, ninguém precise saber de nada.

— Hm... Sem check-out. Vou ir embora somente depois de amanhã, junto de minha irmã. Ela vai pagar minha conta.

A recepcionista fez uma careta e pediu licença para ir chamar o gerente. Este, chegou com um sorriso sem graça nos lábios.

— Boa noite, Senhorita Rodrigues. Creio que temos um mal entendido aqui.

— Também estou achando. O que aconteceu?

— Bom, quando a senhorita enviou as passagens e pediu para que marcássemos sua estadia durante tal período, nós os fizemos perfeitamente. Creio que a confusão seja da senhorita.

BFFF - Best Fucking Friends ForeverOnde histórias criam vida. Descubra agora