Primeiro.

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AMANDA

Sexo sem compromisso é uma das melhores coisas do mundo. A segunda é largar o homem na cama sabendo que ele nunca iria ligar porque o telefone é de uma lavanderia. A terceira é encontrar minha melhor amiga (vulgo Isabelle) no café ao lado de nosso prédio decadente para compartilhar minha noite com o estranho.

De qualquer jeito, acho que eram umas onze horas da manhã quando finalmente cheguei ao café, usando óculos de sol e com os cabelos castanhos totalmente bagunçados. Joguei-me na cadeira em frente à Isabelle e deixei a bolsa cair de meu ombro no chão. Pude ver seu olhar reprovador e divertido ao mesmo tempo, contendo o riso. É, eu estava um trapo.

Desajeitadamente tirei o casaco preto e cocei minha nuca. Eu ainda estava fedendo colônia masculina. Cruzei as pernas cobertas por uma calça jeans rasgada apertada, calçando botas de salto pretas.

Isabelle usava óculos escuros no topo da cabeça, segurando o cabelo exageradamente loiro, um suéter lilás com um decote provocador em V, calça jeans e sapatilhas pretas. Ela puxou os fones de ouvido e comentou com a maior naturalidade:

— Bom dia, raio-de-sol.

Abri a bolsa e puxei uma aspirina, fazendo um sinal positivo para Belle em resposta, a qual sorriu perante o meu gesto, bebendo um gole de seu café logo em seguida. Depois de alguns segundos ela falou, agora mais séria:

— Onde você dormiu? Quer dizer, com quem você dormiu, né.

Deixei um pequeno sorriso escapar, coloquei o comprimido na boca e engoli junto com um gole do bico da garrafa de água que estava em cima da mesa.

Não respondi, somente dei de ombros, ainda meio sonolenta.

— Foi na casa do Fred de novo?

Franzi a testa.

— Quem diabos é Fred?

Isabelle gargalhou e me estendeu o café com cafeína extra que estava à sua frente para mim. Levantei-o como se fosse brindar, então dei dois longos goles, sentindo o líquido queimar minha garganta. Xinguei.

— Amanda, você não toma jeito hein... Quem foi a vítima da vez?

Tirei os óculos de sol, revelando meus olhos castanhos rodeados de olheiras fortes e lápis de olho borrado.

— Porra Belle, você acha que eu lembro? Estava voltando do trabalho, sentei do lado de um cara gato no metrô. Ele me chamou pra uma bebida e porra, o cara era muito gato! Depois da quinta dose de tequila só lembro de minhas roupas voando e do cheiro de tabaco do sofá dele. Ah, e fica tranqüila, nós usamos camisinha.

Vi Belle balançar a cabeça em negação, logo depois sorrindo. Forcei minha mente a lembrar, mas demorou uns dois minutos até eu lembrar o nome do dito cujo.

— Acho que era Hector o nome dele. Sei lá, só sei que era muito bem dotado. — Sorri ao final da frase, dando mais alguns goles no café.

— Porra Amanda, Hector? Não tinha nome melhor não?

Gargalhei ainda meio dopada pela ressaca. Pisquei algumas vezes e olhei no relógio. Eram 11h20 já.

— Merda! Merda! Olha Belle, só sei que não vou vê-lo nunca mais. Além do mais, menti meu nome pro idiota. Te amo muito, ok? Se cuida, tenho que correr pro trabalho. — Beijei o topo da cabeça de Isabelle, puxei a bolsa comigo e sai cambaleando com o copo de café na mão.

Entrei correndo em nosso apartamento, seguindo para o banheiro. Escovei os dentes, passei maquiagem para disfarçar as olheiras, rímel, lápis de olho e troquei os brincos chamativos por dois simples de caveira, pequenos.

BFFF - Best Fucking Friends ForeverOnde histórias criam vida. Descubra agora