Décimo Primeiro.

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ISABELLE

Eu vi uma mulher ser atendida por paramédicos. Ela tinha um salto alto perfurando o ombro dela e sorria para o par do mesmo na mão. Sério. Também vi Amanda lutar com unhas e dentes com uma mulher. A cena se seguiu mais ou menos assim:

— Belle, segura essa blusa aqui. Ah, e essa também. – Amanda falou enquanto colocava mais duas peças em meus braços já lotados de roupas. – Minha nossa, que linda essa calça. Segura isso também.

— Amanda, eu tenho cara de armário? – Resmunguei.

Ela sorriu amarelo para mim.

— Claro que não, bf. Um armário não deixaria cair tantas peças assim. – Completou, olhando uma peça que havia caído de meus braços e a colocando de volta no topo da pilha de roupas em meus braços.

Mas enquanto havia se abaixado para pegar a peça, viu outra que fez seus olhos se arregalaram e ela mergulhou no chão. Sabe, eu tinha orgulho de minha melhor amiga. Ela vivia nessa audácia, como se não fosse morrer pisoteada pelos bois que estavam conosco na loja. Olha que eu já havia visto bois na televisão naqueles programas que se passam em Madri e eu me sentia em Madri no meio da boiada. Porém, temos que considerar que bois seriam mais gentis.

Enfim. Quando mergulhou, uma mulher pisou na mão de Amanda e minha melhor amiga levantou, com uma nova blusa da mão. Jogou a mesma sobre mim e puxou violentamente o cabelo da perua loira que a pisara.

— Escuta aqui sua maldita, você me viu no chão que eu sei! – Gritou.

A mulher de quarenta anos parecia ter feito mais botox no rosto que a pela aguentava e estava prestes a explodir com o enchimento de silicone em seu peito. Eu sinceramente tive a sensação que seus peitos fossem explodir na cara dela. Mas não explodiram.

— Pede desculpas! AGORA! – Amanda estava segurando o cabelo da mulher com força, puxando o rabo de cavalo da mesma para baixo. – Anda logo! Pede desculpas, cretina!

— Não vou pedir desculpas coisa nenhuma! Aliás, porque sua amiga tá carregando tanta roupa?! Não pode ficar segurando mercadoria!

Os olhos de Amanda tomaram uma expressão sombria.

— Você vai pedir desculpas ou vai perder essa merda de aplique que acha que pode passar por cabelo?

Nós ficamos com a peça e com o pedido de desculpa. Ficamos também mais quatro horas e meia a procura de roupas. Quer dizer, Amanda ficou, eu fiquei na fila do trocador. Quando conseguimos um lugar e Amanda estava quase há dez minutos vestindo roupas, eu avistei a sessão de lingerie. É, eu precisava de algumas novas. Então larguei as mil roupas que ela havia pedido para que eu segurasse ao pé dela (dentro do trocador, é claro, senão ela me mataria por roubarem a roupa dela) e segui sozinha para a sessão. Sim, sozinha.

Sim, eu sei. Arriscado.

Desviando-me de loucas lutando por uma última blusa, de uma mulher que estava vomitando no canto da loja, de um homem que estava á procura de sua mulher – e minha nossa, ele parecia estar tendo um ataque de pânico – e de outros seres possuídos pelo dinheiro... Cheguei na sessão sã e salva. Pouco me importava o lado direito da sessão que era de sutiã pequenos e que estourariam em meus seios. Então logo segui para a área do 46 pra cima, ali sim eu encontraria minhas almas gêmeas.

Eu andava (desinteressada) entre as peças quando uma me chamou atenção. Era preta, com um lindo detalhe no centro, como brilhinhos que davam a impressão que meus peitos estava em seu céu. E bem, eu queria que qualquer homem achasse que estava no céu quando visse meus peitos. Agarrei o sutiã rapidamente e o escondi debaixo da blusa. Eu tinha certeza que se alguma maldita visse essa peça divina, viria tentar encher meu saco. E ninguém enche o saco de Isabelle Rodrigues. Corri até Amanda no trocador, para interrompê-la enquanto analisava sua bunda em um shorts.

BFFF - Best Fucking Friends ForeverOnde histórias criam vida. Descubra agora