Décimo Nono.

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ISABELLE

Quando Noah abriu a porta para que eu saísse do carro e me ofereceu a mão dele, eu praticamente gemi em antecipação de colocar os pés no chão. Catorze horas em um carro, levantando só para mijar e trocar de posição com que dirigia não é brincadeira. Minhas pernas me matavam e olha que elas nem são tão grandes. Não consigo imaginar como Tyler e Noah deviam estar sofrendo.

— Tudo bem, então nós vamos passar a noite aqui e amanhã de madrugada saímos novamente? – Amanda perguntou espreguiçando seus braços para o alto. Caralho, ela era grande.

— Exatamente. Acho que dá para o gasto ficar nessa cidade e ela é a maior que teremos por pelo menos algumas milhas. – Tyler respondeu enquanto pegava algumas sacolas de salgadinhos e latas de refrigerante de dentro do carro de Noah para jogar em um lixo ao lado de onde estacionamos.

— Ah, por favor, isso aqui é Paris. Você precisam de alguma cidade maior? – Amanda disse enquanto puxava sua bolsa de dentro do carro.

Bom, ela tinha um argumento.

— Vamos achar um lugar para comer, então? – Perguntei sentindo meu estômago começar a se revirar e pedir por uma alimentação além de salgadinhos e chicletes.

— Deveríamos achar um lugar para ficar antes de irmos comer.

— Ah Tyler, não enche o saco. Vamos comer logo que meu estômago está rugindo. – Manda reclamou, pegando na mão do mesmo e puxando-o para longe do carro pela rua.

Noah pegou sua jaqueta de couro preta do banco e apertou um botão na chave de seu carro, esperando o automóvel fazer um barulho de "bip bip" e indicar que estava trancado. Eu me perguntava internamente como Noah conseguia ser tão incrivelmente sexy mesmo depois de passar horas dentro de um carro ou como ele conseguia parecer despreocupado em absolutamente todos os momentos. Mas bom, eu também só o conhecia a três dias. Não é como se eu conhecesse toda a personalidade dele e...

— Graças a Deus, estou morrendo de fome também. – Tudo bem, eu conhecia esse tipo de personalidade. Colocando a chave no bolso da calça e depois erguendo os olhos para mim, percebendo que eu estava encarando-o atentamente enquanto minha mente processava informações sobre ele, Noah disse: – Que foi, gata?

— Hãn? – Pisquei, voltando ao normal e sorri desconcertada. – Nada, não. Vamos.

Noah deu ombros e sorriu, aceitando de bom grado minha desculpa. Finalmente, alguém que não questionava absolutamente tudo.  Nós seguimos lado a lado na rua atrás de Amanda e Tyler que andavam um pouco mais na frente, olhando pela vitrine de todas as lojas que passávamos. A maioria das coisas estavam fechadas e eu sinceramente não entendia porque, já que eram sete e meia da noite de uma quarta feira. As pessoas não trabalhavam nessa cidade?

Alguns minutos depois de andarmos para todos os lados, quando eu já estava imaginando chegar em uma placa que dizia "Aqui acaba Paris! Obrigada pela visita!", Amanda deu um salto de animação ao ver uma casa de Waffles aberta e correu até a porta da mesma.

O lugar era pequeno e até mesmo seus guardanapos cheiravam a waffles, mas nós entramos e sentamos em uma mesa colada a uma janela com bancos de couro vermelho. Apressei-me para sentar antes de Amanda, ao lado da janela, e ela sentou-se ao meu lado. Noah sentou logo a minha frente com Tyler a sua esquerda.

— Espero que esse lugar tenha cerveja ou vou ficar muito insatisfeito. – Tyler resmungou e logo Amanda começou a brigar com ele, dizendo que Ty deveria ser mais positivo sobre as decisões dela.

Aham, Amanda.

Revirei os olhos para os dois e voltei meu olhar para a janela ao meu lado, observando a cidade parada e deserta. Avistei quatro ou cinco pessoas que as vezes surgiam andando nas ruas e todas iam para a mesma direção com certa pressa, sumindo atrás de uma esquina pouco depois de aparecerem. Quando uma garçonete de, no mínimo, dezesseis anos aproximou-se de nossa mesa para entregar-nos o menu do restaurante, Amanda imeditamente começou o assunto de como ela estava cansada de trabalhar no Planeta Hollywood.

BFFF - Best Fucking Friends ForeverOnde histórias criam vida. Descubra agora