Vigésimo Oitavo.

114 11 4
                                    


ISABELLE

Uma semana e meia depois.

— Amanda, você não tem que ir trabalhar cedo hoje? — Perguntei quando apareci na cozinha já vestida para ir trabalhar e encontrei-a ainda tomando café da manhã na mesa com Mike.

— Eu... Hm... Decidi ser rebelde. Vou chegar um pouquinho atrasada hoje. — Ela disse dando de ombros e colocando uma colher de cereal na boca já cheia.

— Manda, nossa viagem é daqui três dias. Eu não acho a coisa mais inteligente do mundo você ficar se atrasando. Vamos tirar férias que não deveriam existir.

Amanda olhou para minha expressão e percebendo que eu iria forçá-la a ir trabalhar na hora, resmungou alguma coisa e depois disse um 'Tá bom', levantando para terminar de se trocar.

— Falando em atrasar para o trabalho, hoje você vai chegar mais tarde, não vai? — Mike indagou colocando um pouco de café fresco em seu copo térmico.

— Uhum. — Concordei engolindo um pedaço da panqueca que antes era de Amanda. Ela não ia perceber que eu havia comido, né? — Tenho a apresentação de balé da Anna hoje.

— Ela terminou os ensaios?

— Todos. — Sorri orgulhosa de minha garotinha para Mike. — Tenho aqui uma troca de roupa para ir na apresentação e alguma roupa emergencial caso eu tenha que passar a noite na casa de Edgar.

— Hm. Qual é a roupa?

— Nada extravagante, Mike. Eu vou como convidada e babá, acima de tudo.

Mike fez um barulho de quem não concordava com o que eu acabava de dizer, mas eu estava certa. Eu não podia ir vestida como amiga ou parte da família porque eu não era nada disso. Apesar de Edgar me tratar como amiga e seus filhos como se eu fosse família. A Sra. Delawicz, pelo contrário, sabia exatamente meu lugar e continuava a apontá-lo para mim sempre que nos encontrávamos.

— Bom, eu espero que a apresentação seja legal. Prometo não esperar acordado.

Amanda passou na cozinha, olhou para sua panqueca restante com remorso e murmurou um "Tchau, seus molengas" antes de fechar a porta de casa atrás de si. Coloquei meu prato na pia assim que acabei de comer, agradeci Mike pelos votos de sorte e dei um beijo em sua bochecha antes de ir embora também.

Eu passei em um Starbucks no caminho para o trabalho e mandei uma mensagem para Maria Sofía perguntando se ela queria um café e ela agradeceu, pedindo para que eu pegasse o de Edgar também uma vez que "as coisas estavam feias no apartamento e ela não quis deixar as crianças sozinhas".

Na última semana, as coisas haviam "ficado feias" bastante na casa de Edgar. Sempre que Maria Sofía dizia isso, ela queria dizer que meu querido chefe e sua amada esposa estavam chutando o pau da barraca e brigando. E acreditem, a palavra brigar era quase um eufemismo para os dois. Edgar sempre parecia o mais controlado, já sua esposa, digamos que ela tinha uma compulsão por jogar as coisas na parede.

Eu deveria ter percebido essa mania dela quando ela me jogou contra uma parede querendo me enforcar porque havia descoberto que ela pulava a cerca.

No final das contas, eu peguei o café para todo mundo e fui trabalhar com pouca vontade, porque eu odiava estar presente quando eles brigavam. Minha vontade de bater com uma vassoura na Sra. Delawicz e contar para Edgar sobre os companheiros amorosos dela — note o plural, já que nessa última semana ela me apresentou o querido Hector que é primo de Mason. Adorável.

Assim que fechei a porta do apartamento atrás de mim, fui atacada nas pernas por Theodoro, que estava com o rosto vermelho e o nariz cheio de meleca resultante de seu choro de soluços. Maria Sofía tirou os cafés de minha mão e eu agachei para puxar o pequeno para meus braços, abraçando-o com força e já entrando no apartamento.

BFFF - Best Fucking Friends ForeverOnde histórias criam vida. Descubra agora