Décimo Quarto.

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AMANDA

Eu não sabia o que esperar do apartamento de Tyler. Para ser muito sincera, eu simplesmente não havia pensado nisso e somente me concentrei no fato de que estava congelando na rua e precisava urgentemente de um aquecedor. Então quando chegamos em frente ao Chelsea Park, num prédio entre a 28th e a 10th, não reparei de primeira em seus 10 andares, em sua largura de uns seis apartamentos por andar, ou em suas portas de vidro rolantes. Não vi sua cor, não vi nada. Só seu aquecedor.

Uma vez dentro do hall, pude parar de ficar dando mini pulinhos para me aquecer. E foi aí que eu comecei a ficar ansiosa.

Tyler chamou o elevador e começou a vasculhar os bolsos com a maior calma do mundo à procura das chaves. Fiquei observando-o por alguns segundos, até que seus olhos negros encontraram os meus e eu desviei-os para minhas unhas, uma vez que as luvas já estavam em meus bolsos.

O barulho das portas do elevador me fez suspirar aliviada, entramos e o silêncio durou mais do que eu queria, porque ele morava no maldito décimo andar, o último. Chegamos ao topo mais devagar do que eu desejava.

— É por esse lado. — Ele disse enquanto virava à esquerda.

Segui-o lentamente e esperei pacientemente que ele abrisse a porta do apartamento. Entrei e fiquei parada ali por algum tempo. Tyler foi para seu quarto fazer sei lá o quê e eu fiquei observando seu apartamento.

Parecia um flat, bem moderno, com uma cozinha à minha esquerda em uma madeira escura e lisa, com vários eletrodomésticos em aço inox, uma bancada de madeira também que dividia a cozinha com a sala de estar, a qual possuía dois sofás pretos de couro e uma televisão enorme na parede. À minha direita estava o corredor claro e comprido para os quartos, provavelmente. Tyler não me chamou, mas eu o segui mesmo assim após minhas analises.

Com três portas, uma no início do corredor à direita aberta que dava para um mini escritório, uma à esquerda um pouco mais à frente que estava fechada (que eu internamente desejei não ser o Quarto Vermelho da Dor) e a do final do corredor que estava aberta e eu podia ver a ponta de sua cama e seu armário encostado na parede direita.

Tyler apareceu na porta de seu quarto, agora sem camisa, usando somente calças de pijama e chinelos. Fiquei observando seu peitoral e braços e todos aqueles quadradinhos intensamente, lembrando-me de quando eu passei as mãos por tudo aquilo, deixando rastros vermelhos com minhas unhas, enquanto eu sentia sua respiração quente contra meu pescoço e eu revirava os olhos...

— Amanda?

Demorei alguns segundos para perceber que eu estava mordendo meu lábio e encarando seu corpo seminu por mais tempo do que deveria. Soltei meu lábio inferior e tossi, olhando para baixo, então para ele:

— Desculpa, o quê?

— Pizza, Amanda. Pizza.

— Ah.

— Calabresa?

— Parece delicioso. A pizza.

Tyler riu e me fitou com aqueles olhos negros intensos.

Foco, Amanda, foco. Pensa no Jace com quem você vai sair no fim de semana. Ok, péssima ideia, eca, credo, não tenho e nem terei laço afetivo nenhum com o Jace. Então... Pensa no... Pensa em hambúrgueres. Não, eles são deliciosos também. Pensa em... PENSA NO MUCHU. Isso, pensa no Muchu.

Tyler andou até mim lentamente, sedutoramente, fazendo com que Muchu começasse a sumir de minha mente, mas me agarrei ao rabo daquele lagarto maldito com todas as minhas forças para não ceder. Não iria dar o braço a torcer e acabar com o meu combinado com o Tyler. Não iria contra minha palavra, não iria desistir da minha teoria de que isso iria dar merda.

BFFF - Best Fucking Friends ForeverOnde histórias criam vida. Descubra agora