Décimo Terceiro.

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AMANDA

Quando cheguei em casa pós ensaio de fotos, jogando a bolsa sobre a bancada, agradeci que Jules estava dando aula de yoga. Muchu falava sozinho em iguanês dentro de meu falecido quarto. Isabelle ainda estava bancando a Super Nanny.

Entrei no quarto e comecei a arrumar as coisas, tirando as milhares de roupas jogadas no chão, até que encontrei o cachecol que Tyler me dera. E o gorro roxo, perdido num canto remoto do quarto. Suspirei.

Maldito.

Desde que brigamos, antes do dia de ação de graças, não havíamos conversado. Ele me ligou umas duas vezes, mas eu não retornei. Eu liguei uma vez, mas ele estava em reunião e eu não quis ligar mais tarde quando ele saiu da mesma. Fazia tanto tempo que não conversávamos que agora parecia ridículo o motivo de nossa briga. Que eu ainda estou tentando lembrar, mas eu estava bêbada e irritada. E provavelmente havia falado coisas que não devia. Merda.

A verdade é que eu sentia falta de Tyler fazia algum tempo, mas com essa história do Jace e as fotos, eu havia arranjado os perfeitos pretextos para não conversar mais com ele. Droga.

Procurei meu celular e procurei o seu contato, mas não consegui ligar, porque haviam acabado os créditos. Merda. Como eu falaria com ele agora?

Guardei as roupas nos devidos lugares enquanto me remoía. Eu odiava correr atrás. Ele que tinha que correr atrás! Não que fôssemos um casal para ter essa de homem correr atrás, mas foda-se. E também não existe mais isso de que o homem precisa correr atrás. Foda-se. Ok, talvez não foda-se, mas... Para de dar uma de orgulhosa, Amanda!

Olhei para o gorro e suspirei. Tirei minha roupa, colocando uma jeans skinny preta, a bota de salto que Tyler havia comprado para mim, uma blusinha branca, um casaco cinza de linho e um sobretudo preto. Coloquei o maldito gorro na cabeça e enrosquei o cachecol. Vesti minhas luvas de couro e peguei uma bolsa preta, enfiando minhas coisas básicas dentro delas. Saí do apartamento sem deixar um bilhete ou algo do tipo, somente resolvi seguir meus instintos e dar uma de Isabelle Stalker. Só esperava não ter o mesmo fim que ela teve naquele dia.

Eu comecei a pensar nos milhões de motivos para não ir até o Madison Square Garden quando já estava subindo a linha vermelha. Desci do metrô, seguindo meu rumo para o trabalho de Tyler. A cada passo que eu dava eu pensava em como aquilo era uma péssima ideia, mas em momento algum diminuí o ritmo ou dei meia volta. Somente continuei seguindo o meu rumo me xingando mentalmente.

Burra. Burra. Burra.

Cheguei ao local respirando fundo, minha respiração virando uma fumaça branca naquele frio intenso. A ponta de meu nariz estava congelada, mas eu não sentia muito frio. Meu coração batia tão rápido que eu pensei que fosse desmaiar. Mas tomei coragem e entrei no Madison Square Garden.

E foi só aí que eu percebi que não fazia a mínima ideia de onde iria encontrar Tyler naquele local enorme.

Tirei as luvas e as coloquei dentro da bolsa. Peguei meu celular, somente para lembrar, novamente, que não tinha dinheiro para ligar. Merda.

Andei até um balcão próximo e tentei minha sorte.

— Hm, boa tarde... Você sabe onde eu posso encontrar Tyler Hunt? Ele trabalha aqui...

— Em qual setor, senhorita? — Perguntou a jovem atrás do balcão que mexia em seu computador.

Mordi o canto interno do lábio.

— Basquete...?

Ela sorriu como se eu fosse uma menininha de cinco anos.

— Sim, isso eu sei, senhora. Mas ele trabalha no setor financeiro, para algum time, como técnico, faxineiro, diretor...?

BFFF - Best Fucking Friends ForeverOnde histórias criam vida. Descubra agora