Trigésimo Sexto.

34 5 6
                                    

AMANDA

Minha melhor amiga é uma grande de uma chantagista.

O que me mata de orgulho, porque ela aprendeu comigo boa parte disso, mas é um porre quando ela quer extorquir as coisas de mim, como ela fez há exatos quarenta minutos. Para piorar, eu ainda não havia feito as fotos do book. Seria somente na semana que vem, então ainda demoraria pra conseguir mais sessões de foto, portanto, eu ainda estaria desempregada. E isso era ponto pra loirinha.

De qualquer jeito, agora eu havia virado a Super Nanny. Que demais. Eu. Babá.

Coloquei uma roupa qualquer e calcei minhas botas de frio, porque apesar de estarmos no fim de janeiro, ainda estava bem frio. Enfiei as coisas dentro de uma bolsa, dentre elas alguns remédios. Vai que as crianças ficam doentes e morrem e aí a culpa é minha? Não iria presa. Quer dizer, não de novo, pelo menos.

Meu celular vibrou no bolso da calça jeans e eu o peguei imediatamente.

— Pronta? — Tyler perguntou casualmente, sua respiração acelerada.

— Sim. Vamos nos encontrar lá?

— Não, tô chegando aí, vamos juntos. Pode ir descendo, gata.

— Mas porque você veio até aqui se é totalmente fora do cam...

Não terminei a frase. Ele desligou na minha cara.

Bufei olhando para o celular e enfiei-o no bolso da calça novamente, então saí de casa, trancando a porta ao sair. Mike estava na casa de Juan. Aparentemente, as coisas estavam ficando sérias.

Desci as escadas rapidamente, dividida entre achar extremamente meigo que Tyler havia vindo até aqui para me buscar, ou achar extremamente idiota porque eu sou uma adulta já e consigo me locomover sozinha.

Assim cheguei à calçada, decidi. Definitivamente a primeira opção.

Tyler segurava dois milk-shakes do Burguer King em mãos, mesmo estando uns dez graus.

Sorri para ele e me aproximei rapidamente, passando ambas as mãos por seu pescoço e lhe beijando intensamente. Ele riu e me entregou um milk-shake, sem dizer nada. Demos as mãos e andamos juntos até a estação do metrô.

O caminho até a casa dos Delawicz foi tranquilo. Tyler me contou sobre um novo jogador que eles estavam pensando em contratar e como ele achava que o técnico estava cometendo um grande erro ao manter um carinha que eu esqueci o nome como reserva. Por incrível que pareça, eu estava começando a prestar mais atenção nas histórias dele sobre basquete.

Quando chegamos ao prédio, eu perdi meu ar.

Tyler teve que apertar o interfone porque eu ainda estava chocada demais, observando tudo ao meu redor, desde o chão de uma pedra chique que se duvidar era mármore, até o lustre no teto que eu aposto que era de cristais. Jogamos as embalagens de nossos milk-shakes no lixo e eu me perguntei se eles reciclavam na hora e transformavam em ouro. Provavelmente sim.

Minha mãezinha santa, aquilo era um vaso chinês na entrada?

Entramos no elevador e subimos até o vigésimo sexto andar no tempo que o elevador de nosso prédio leva para nos levar até o terceiro andar.

Assim que chegamos, fomos direto para a sala de estar, toda em tons claros, com uma televisão enorme e bem melhor do que a minha (malditos) e um sofá de arrepiar. Quem precisa de uma cama com um sofá desses?

Edgar entrou na sala casualmente, com Mini-Edgar em seu colo e a Mini-Isabelle atrás dele. Poxa, a menina era loira que nem a Belle e eu sou péssima com nomes. Assim que viu eu e Tyler parados no meio da sala, soltou o pequeno Ed no chão e arrumou o suéter que utilizava. Pensei em perguntar se ele tinha certeza que queria sair com essa roupa, mas acho que seria inapropriado.

BFFF - Best Fucking Friends ForeverOnde histórias criam vida. Descubra agora