Íris - Motivos

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Eu não podia acreditar em tudo que estava acontecendo! Eu não podia acreditar que ele tinha feito isso comigo, que tudo que eu acreditei ter conquistado com meu próprio mérito tinha sido mais uma armação louca do Gael.

Uma parte muito iracional minha, uma boa parte que se derretia inteira quando estava perto dele, ficava repetindo sem para o quanto tudo isso era romântico, como ele havia realizado o meu sonho e como estar aqui com ele seria maravilhoso. Mas a minha parte racional, aquela que geralmente dominava as minhas ações, estava gritando e querendo pular no pescoço do Gael, não de um jeito muito positivo, essa parte comandada pelo meu cérebro gritava pra mim o quanto ele era louco, e que a vida com ele seria sempre assim, eu nunca conquistaria nada, eu não seria nada, tudo que eu tivesse seria dado por ele, ele provavelmente me daria a lua se eu pedisse, e por mais que algumas mulheres achassem isso perfeito, eu não era assim. Eu tinha sede de vencer pelos meus próprios meios, eu queria provar que podia, eu não queria olhar em volta e ver que era alguém dependente que não tinha nada de realmente seu.

- Eu não posso fazer isso Gael... Eu não posso... Você não entende! - eu digo em desespero, me sentindo cada vez mais eu conflito.

- É claro que você pode Íris! Você só precisa aceitar o nosso amor! Me deixa ser tudo que você quiser e precisar.

- Você não entende? Eu não posso viver assim. Eu não quero que você me dê tudo, que faça tudo por mim. Eu quero ser independente, quero conquistar as coisas, viver as coisas! Não quero um cara rico que me dê tudo de mão beijada! - eu grito pra ele.

- Eu sei disso! Mas eu te amo Porra! Eu sou louco por você, e eu quero​ te dar tudo, quero satisfazer todos os seus desejos, ser tudo que você quiser, eu preciso disso... - ele fala me olhando com aquela sua intensidade que ao mesmo tempo me apavora e me apaixona.

- Eu também te amo, muito mais do que eu consigo admitir, mas mesmo assim eu não estou pronta pra abrir mão de tudo que eu sonho, de tudo que eu preciso. - eu digo aflita, tentando faze- lo enxergar. - Minha mãe abriu mão de tudo pelo amor, ela largou a faculdade de música, largou o seu sonho de cantar, de conhecer outros países e culturas, largou tudo que ela mais queria para estar com meu pai e comigo, e então ele morreu, e ela simplesmente ficou ali, estagnada, sem realizar seus sonhos, na verdade eu acho até que ela simplesmente deixou de sonhar. Era como se ela tivesse morrido com ele. Eu não quero isso pra mim Gael. Eu não estou pronta pra abrir mão do que eu sou.

- Eu sei disso amor. - ele diz chegando ainda mais perto e acariciando meu rosto. - Eu quero que você realize os seus sonhos, quero que você conquiste o mundo se quiser, eu só quero estar com você. Se você não quer que eu interfira, eu não faço, você pode estudar o que quiser, viajar pra onde você quiser, ser o que você quiser, eu só quero estar ao seu lado.

- Isso é mentira!- eu solto irritada, me afastando dele. - Você não vai me deixar ser o que eu quiser, você vai interferir, já está fazendo isso, inventando essa bolsa, manipulando as pessoas dá minha universidade, somente pra me trazer aqui e me fazer ficar presa a você por seis meses!

- Não foi assim amor! Você ganhou a bolsa, foi seu próprio mérito, eu só quis ajudar pra que você pudesse realizar seu sonho. Tudo que é meu é seu...

- Não Gael!! O seu dinheiro é seu, não meu!!! Eu não preciso que você me dê nada!!! - eu grito.

- Se esse é o problema, você pode me pagar depois amor! Encare isso como um investimento. Quando você se formar, com a experiência que você adquirir aqui no Itália, você poderá trabalhar comigo no hotel, e se não for isso que você quer, pode me pagar em dinheiro, parcelado, eu vou aceitar, prometo. - ele fala exasperado.- Mas quanto a gente, por favor, me dê uma chance?! Eu vou provar pra você que eu te amo mais que tudo, que eu posso ser tudo que você quiser.

- Eu não sei se é uma boa ideia.. Você não vê a loucura que é tudo isso??? Você largou seu trabalho, seu hotel, sua vida, somente pra ficar atrás de mim aqui.

- Não foi bem assim... Na verdade eu estou aqui também a trabalho. - eu não conseguia acreditar muito nisso então o olhei incrédula.- É sério amor!  Eu quero expandir o hotel quando meu pai se aposentar, abrir filiais em outras cidades, e fechar alguns contratos para pacotes de viagens e com alguns fornecedores aqui. Eu estou unindo o útil ao agradável.

- Eu não sei se eu acredito muito nisso, e eu também não quero que você abra mão dá sua vida por minha causa, Gael. - eu digo, deixando que ele se aproximasse de novo.

- Você não consegue ver não é? Eu não estou abrindo mão de nada! A minha vida é você! Meu sonho é você! Você é tudo pra mim amor! - quando ele diz isso, com sua voz rouca e seu olhar intenso, todas as minhas barreiras são momentaneamente derrubadas, e ele consegue ver isso em meus olhos, então se aproveitando do momento, ele enlaça minha cintura e me puxa novamente contra ele.

Dessa vez seus lábios batem nos meus com força, como se ele quisesse me fazer ver na marra que eramos um do outro. Seus lábios são fortes nos meus, e sua língua me invade sem piedade, quase com fúria. Suas mãos cravam acima do meu quadril em um aperto forte, como que para evitar que eu fugisse, ou que conseguisse acabar qualquer saída. Eu estava pressa em seus braços, e essa era a melhor prisão do mundo.

Quando menos espero ele desce suas mãos pela minha bunda e agarra minhas coxas por trás, me puxando pra cima, e enrolando minhas pernas ao redor dá sua cintura, de modo que posso sentir seu desejo por mim me apertando ainda mais mesmo com todas as nossas roupas no caminho.

Sinto que ele começa a andar enquanto​ beija o meu pescoço com avidez de uma forma que eu sei que deixará marcas, mas eu não me importo, tudo que posso pensar e na sua boca me enlouquecendo e no seu calor que me queima inteira, e no quanto eu quero que me queime mesmo que não sobre nada de miml além de cinzas.

Percebo que entramos na casa, quando ouço o barulho dá Port batendo, mas não consigo sair dá nossa bolha por tempo suficiente para  me certificar disso. Sinto um breve vazio quando ele me tira de seu colo e me joga em algo macio, que parece um sofá enorme, mas é breve pois rapidamente ele está de volta a mim, me cobrindo com seu corpo. Nossos movimentos ficam frenéticos, e logo nossas camisas são arrancadas e eu sinto suas mãos passearem por todo o meu corpo, tomando cada pedacinho, então sinto suas mãos avançarem para a barra dá minha calça jeans e logo em seguida sindo os botões cederem sob seus dedos e sua mão avançar pela barra dá minha calcinha. Quando finalmente seus dedos entram em mim eu me perco completamente na sensação quase reconfortante que me invade. Meu corpo reconhece a verdade, mesmo que minha mente lute contra isso. Eu sou sua, completamente sua.

A cura di amore #Wattys 2017Onde histórias criam vida. Descubra agora