Íris - Decisão

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Ele me tinha em suas mãos, não adiantava mais lutar contra isso, até mesmo porque eu estava exatamente onde queria, mesmo que isso me assustasse mais do que qualquer coisa. Eu o deixaria me possuir, meu corpo e minha alma, eu queria isso, ansiava por isso, era hora de ceder e ver onde essa onde poderia me levar. Eu o amava, desde que éramos crianças, e por mais que eu não quisesse estar pressa a algo tão poderoso, ao mesmo tempo eu não conseguia abrir mão. Eu precisava me curar dos meus medos e encarar a realidade de que de repente eu fosse tão louca por ele como ele era por mim.

Sua boca me torturava e me dava prazer ao mesmo tempo, eu sentia como se meu corpo estivesse em sintonia com a tempestade la fora, e quando ele adicionou seus dedos, me penetrando com força enquanto ainda mantinha sua boca em mim eu gritei seu nome, e me agarrei aos lençóis da cama, sabendo que o clímax seria forte, me sacudiria inteira, e ainda assim não seria o suficiente. Eu nunca tinha o suficiente dele.

Abri os olhos e ele me encarava enquanto me chupava, seu olhar era intenso como o de um predador, e eu me perdi completamente, gemendo seu nome enquanto poderosas ondas de prazer me atingiam em cheio. Fiquei tão perdida durante alguns minutos, que demorei um pouco a perceber que ele havia se afastado de mim. Quando finalmente abri meus olhos, Gael já estava deitado ao meu lado, virado em minha direção. Ele me olhava com um sorriso safado nos lábios, que me fez querer te- lo enterrado em mim outra vez, então joguei meus braços em sua direção e ataquei sua boca com toda paixão que me consumia. Ele retribuiu meu beijo, mas não como eu esperava. Eu era um vulcão em fúria, ele era um mar calmo. Suas mãos também não estavam em movimento, ele as mantinha firmemente pressas ao corpo.

- O que houve?? - perguntei atordoada, sem entender o que estava acontecendo.

- Você disse que queria que as coisas fossem lentas, eu estou dando o que você quer. - ele respondeu serenamente como se não estivesse nem um pouco afetado, o que eu sabia que era mentira, uma vez que podia senti- lo duro como uma rocha em minha coxa.

- Eu não quero lento, eu quero você dentro de mim agora. - eu disse tentando ser o mais sensual possível.

- Você vai casar comigo então? - ele perguntou inocentemente, como se estivesse perguntando se eu ia comer o último pedaço de uma torta.

- Não precisa ser assim Gael, eu sou sua namorada, eu aceito isso. Nós podermos ter um relacionamento sério, viver juntos aqui, e aproveitar essa viagem, depois quando voltarmos a gente vê como faz, podemos nos ver nos finais de semana ... Não precisamos casar agora! Nós somos muito novos pra algo tão sério! - eu praticamente suplico, tentando convencê- lo.

- Eu não penso assim Íris, o que temos é algo "tão sério", casamento é a consequência natural pra isso, sem falar que eu preciso de garantias contra qualquer eventual tentativa de fuga. - ele diz calmamente como se estivesse me fazendo uma declaração de amor e não me dando voz de prisão. - Mas enfim, se você quer tudo mais lento eu vou respeitar, só que você precisa respeitar o que mais lento significa pra mim.... Eu posso tocar, beijar, abraçar.... Mas sexo só depois das alianças!

- Porque?!- eu praticamente grito em exasperação. - Não é como se não tivéssemos feito sexo antes? Qual o problema agora?

- O problema é que eu quero garantias, de que mesmo com a minha  loucura, mesmo com meu temperamento, nós vamos enfrentar juntos qualquer problema que vier. -ele fala já se levantando dá cama, e começando a andar de um lado para o outro, nú, o que torna muito difícil de conseguir me concentrar. - Eu sou assim Íris, esse sou eu. Eu sou temperamental, ciumento, bruto, e eu sei que tenho problemas, mas eu estou me tratando, sei que podemos viver com isso. E o principal, eu te amo profundamente, mais do que qualquer coisa, muito mais do que a mim mesmo, ninguém nunca vai conseguir amar outra pessoa do mesmo modo que eu amo você. Eu não acho que o nosso relacionamento mereça nada menos que um casamento. E eu sei que por mais que você queira negar, por mais que você tenha medo, vocês também me ama tanto quanto eu te amo. Eu preciso disso amor, nós precisamos!

Ele para na minha frente e me encarar com toda a sua paixão, esse era o olhar que me assustava nele, o olhar intenso, quase insano, mas de repente, esse olhar espelhava o meu.

- Eu te amo muito! - foi tudo que eu pude dizer de volta, pois as palavras pareciam ter sumido, ou então eu só precisava mesmo admitir isso em voz alta.

- Eu sei, eu sempre soube que você era minha, desde que te vi a primeira vez. - ele disse se sentando novamente ao meu lado, e me puxando para os seus braços em seguida.

- Eu te amo! - eu repeti enquanto enterrava meu rosto em seu pescoço e sentia algumas lágrimas começarem a cair.

Ele nos deitou e me puxou para o seu peito, me aconchegando e puxando as cobertas sobre nós.

- Eu vou te dar um tempo amor, vou deixar você pensar e ver por si mesma que é isso que quer fazer.- ele disse calmamente enquanto acariciava meus cabelos. - Eu não vou te pressionar, mas eu não posso prometer que vou esperar muito tempo, eu preciso que você seja minha completamente. Por agora vamos me deixe só te por pra dormir, e zelar pelo seu sono. - ele completou me dando um beijo casto na testa.

Eu não pude dizer mais nada, não havia mais nada a ser dito no momento. Ele fez seu ponto, e eu sabia que não voltaria atrás, não era dá sua natureza.

A tempestade lá fora havia abrandado, assim como o meu coração, enquanto eu lentamente vagava para o sono. Eu não tinha mais dúvidas, eu sabia o que queria, a decisão estava tomada. Tudo que eu precisava agora era coragem para dar o passo definitivo.

A cura di amore #Wattys 2017Onde histórias criam vida. Descubra agora