Gael - Marcella

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Faz uma semana desde que Íris chegou, e até agora nosso progresso foi nulo. A verdade mesmo era que praticamente não nos vimos durante todo esse tempo, ela simplesmente estava me evitando com se eu fosse uma doença terrível. Ela falava muito bem com todos os empregados, e já conhecia todos os lugares dá propriedade pois passava o dia caminhando para cima e para baixo, evitava sentar se a mesa para as refeições nos horários em que eu comia, e quando por acaso nos esbarravamos em algum cômodo dá casa, ela simplesmente se virava e ia embora, sem nem ao menos me dirigir um segundo olhar.

Isso estava me matando, mas eu estava tentando dar a ela um pouco de espaço, assim quem sabe ela veria que eu conseguia fazer isso, eu podia deixa- lá ter seu próprio tempo, por mais que isso me fizesse completamente louco, minha vontade realmente era joga- lá em meus ombros e carrega-la até nosso quarto, fazer amor com ela até que esquecesse todos os seus medos ou até que um padre estivesse esperando por nós do outro lado dá porta ela querendo ou não, mas ela não precisava saber das sua vontades por enquanto.

Os dias passavam lentamente e cheios de tensão enquanto eu e Íris jogávamos um estúpido jogo de gato e rato, onde eu fazia de tudo para esbarrar com ela pela casa e ela fazia de tudo para me evitar, mas eu precisaria falar com ela eventualmente, uma vez que seu curso começaria em dois dias e eu seria o responsável por leva- lá e busca- lá, então de hoje não passaria, eu falaria com ela a noite, nem que tivesse que amarra- lá a uma cadeira para isso.

Logo após o almoço, enquanto Íris se escondia em seu quarto esperando que eu acabasse de comer, sai com alguns empregados para verificar algumas plantações. Voltei para casa no final dá tarde e logo fiquei sabendo que ela também havia saído, o que me deixou muito nervoso, uma vez que o tempo lá fora estava instável, e parecia que uma chuva forte se aproximava. Tentei ocupar minha mente enquanto esperava por ela, então resolvi ligar para Iam e saber como estavam as coisas no hotel e com Júlia.

- Está tudo correndo muito bem por aqui amigo, eu fui muito bem recebido por todos no hotel, e o trabalho está a todo vapor. E Júlia também está ótima. A barriga crescendo mais a cada dia, e tirando alguns desejos estranhos, ela se sente muito bem. - Iam me respondeu animadamente.

- Que bom! Como eu disse eu não me preocupo com o hotel, sei que está em boas mãos. - digo e sei que é a mais pura verdade. - E fico muito feliz que meu sobrinho esteja crescendo forte e saudável, não vejo a hora dele nascer.

- Imagine eu então, quase não durmo de ansiedade. E você? Como estão as coisas com a Íris aí?

- Não muito boas, mas não é nada que eu já não esperasse. - ele digo resignado.

- Boa sorte em domar a fera irmão, tenho certeza que ela deve ter ficado puta quando te viu aí.

- Pois é, ela ficou! Mas o pior está sendo agora. Mesmo morando na mesma casa ela tem fugido de mim como se eu fosse um vírus mortal. Eu estou até arrependido de ter vindo pra essa casa enorme, devia ter alugado um apartamento minúsculo. - eu digo rindo um pouco dá minha própria desgraça.

- Ela vai acabar cedendo, eu sei que vai. Você só precisa ter paciência cara. - ele diz como se isso fosse a coisa mais simples do mundo.

- Eu estou tentando Iam, mas você mais do que ninguém sabe que eu não sou conhecido por ser muito paciente. - respondo, constatando um fato.

- Eu sei, mas você vai conseguir, eu tenho fé em você.

- Eu sei que tem. E quando vocês vão poder vir passar uns dias com a gente? - pergunto ansioso e com muita saudades do meu melhor amigo.

- Em breve eu acho. Nós só temos que esperar que a Júlia faça alguns exames para que o obstetra a libere pra viajar. Ela está ansiosa pra ver a Íris!

- Com certeza a Íris vai pirar quando ver que a Júlia está aqui também. Pontos pra mim!!! - eu digo rindo.

- Ah! Então é só por isso que você me quer aí? Pra ganhar pontos com a Íris? - ele fala rindo.

- Você sabe muito bem que não seu bebêzao. Eu preciso de você pra me manter são. Essa mulher consegue me deixar mais louco do que já sou! - respondo rindo, mas minha risada morre quando o som de um trovão faz as janelas dá sala tremerem, preciso ir atrás dá Íris.

- Cara, eu preciso desligar, tenho que ir atrás daquela doida que sumiu antes que chova. Está armando um temporal aqui. - digo preocupado.

- Tudo bem, vai lá! A gente se fala em breve.

- Tchau Iam. - Digo desligando e já indo em direção a entrada, disposto a enfrentar qualquer temporal pra trazer a Íris de volta pra casa. Quando me aproximo dá porta ouço batidas leves, e a abro com força.

- Íris você está louca? Como você fica perambulando por aí com um tempo desses... - eu paro de falar quando vejo que não é Íris quem está na porta me encarando. - Marcella?!

- Gael!!! Como eu senti saudades! Ela diz pulando em mim e enrolando seus braços em meu pescoço, me pegando desprevenido.

Marcella é uma prima de segundo grau minha, com quem eu tenho uma história não muito boa. Ela é filha de um primo do meu pai e durante a nossa infância fomos criados praticamente juntos uma vez que seu pai saiu dá Itália junto com o meu. Porém quando ela tinha 8 anos seus pais resolveram voltar pra Itália e nós passamos a nós ver somente nas férias. Ela sempre manteve um certa paixonite por mim, mas eu nunca liguei muito pra isso. Até que eu e Íris terminamos na adolescência, e eu fui passar uma semana na Itália, eu está com raiva e frustado​. Acabamos perdendo a virgindade juntos e foi uma merda, foi um erro enorme, mas desde então ela me persegue sempre que estou por aqui, mas como eu já não vinha a alguns anos, obviamente esqueci de contar com esse pequeno detalhe.

- O que você está fazendo aqui Marcella? - eu pergunto desenrolando seus tentáculos de cima de mim.

- Como assim?! Eu vim te ver, passar um tempo com você! - ela diz como se eu fosse maluco.

- Olha, eu não sei se é uma boa hora... - eu começo a falar, mas ela me corta como se não me escutasse e se joga novamente em mim, fazendo com que eu fosse alguns passos pra trás,  plantando um selinho em meus lábios.

Começo a afastar seus braços de mim outra vez quando ouço o barulho dá porta dá frente batendo, e é claro que o destino iria me dar um tapa na cara nesse momento, em alguns momentos eu acreditava que o universo me odiava...

- Íris, eu... - eu tenho dizer, mas ela me corta com um olhar de fúria contida.

- Com licença! - ela cospe em nossa direção e passa como uma bala em direção as escadas, e tudo que eu posso fazer nesse momento é olhar para ela até que não a vejo mais, enquanto  penso: "puta merda!".

Promessa é dívida!!! Aí está o capítulo MarianaNunes219, espero que goste!!! Bjks

A cura di amore #Wattys 2017Onde histórias criam vida. Descubra agora