Íris - O almoço

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Eu não podia entender como ele tinha me feito concordar com isso tão facilmente. Em um minuto eu saia do meu quarto completamente vazio, louca de raiva e pronta para arrancar aquela linda cabecinha maluca, no outro ele me deixava ofegante com promessas de sexo na mesa, me fazendo esquecer completamente o porque de toda a raiva que eu já tive na vida. Pois é, o Gael tinha esse poder sobre mim, o que, entre outras coisas como a sua intensidade e loucura, me deixava com medo de embarcar nessa relação com ele. Mas no momento, tudo que eu podia pensar era que ele estava conseguindo exatamente o que queria e que eu não tinha poder para fazer nada a respeito.

Depois que sai do seu escritório fui em direção ao quarto do Gael, agora nosso quarto, e pensando bem, eu nem mesmo sei porque me dei ao trabalho de questioná-lo, era obvio que ele ia me mudar para o seu quarto na primeira chance que eu desse, a única coisa espantosa em toda essa situação era que ele ainda não havia me trancado lá para me impedir de fugir, mas eu já não duvidava de mais nada.

Assim que entrei, notei que este quarto foi feito para ficarmos juntos desde o começo, havia fotos nossas desde a infância até alguns dias atrás espalhadas em porta retratos pelo quarto todo, e pelo incrível que parece, em cima de uma lareira de frente pra cama havia uma enorme foto minha em branco e preto. Eu estava de costas, de modo que só o meu perfil era visível, apoiada na parede lateral da nossa varanda e olhando para o horizonte, estava nua da cintura pra cima, apesar de aparecer somente as minhas costas, sem nada mais comprometedor. A foto era magnifica e o fotografo que a registrou era obvio. Eu olhava para a imagem e por mais que me sentisse emocionada por seus beleza, também me sentia um pouco oprimida pelo significado que tinha. Quando passei a noite com ele aqui nenhuma dessas coisas estavam aqui, quando acordei pela manhã e pude ver o quarto, ele estava estranhamente vazio na verdade, a não ser por alguns móveis e a roupa de cama, não havia nenhuma decoração. E no momento eu não conseguia entender o porquê.

Todo o restante do quarto estava como eu me lembrava, porém com novas pesas de decoração, que davam um toque ainda mais acolhedor para tudo. Eu amava isso, e o Gael me conhecia tão bem, que o quarto parecia que tinha sido decorado por mim. Quando entrei no banheiro, vi todos os meus produtos arrumados na bancada dupla com muito capricho, é uma rosa vermelha em um vaso de cristal dava um toque romântico a tudo.

Quando me virei para pegar os sais de banho notei que havia um bilhete dobrado com meu nome na frente. "Espero que você tenha gostado do nosso quarto, e que tudo esteja do jeito que você gosta, mas sinta- se livre para mudar o que quiser. Tome um longo banho de banheira e relaxe, prometo que em breve estaremos aí juntos. Te amo sempre. Somente seu, Gael."

Aí meu Deus!! Porque ele fazia cada vez mais difícil resistir? Quando entrei na banheira já estava completamente amolecida por ele, então fiz exatamente o que ele me pediu e tomei um longo banho. Quando sai estava tão relaxada que resolvi espera - lo no quarto mesmo. Se ficasse com muita fome desceria para procura- lo. Sentei na cama e peguei um livro que estava lendo recente, e que ele havia deixado na cabeceira dá cama pra mim, mas não fui muito longe na minha leitura, logo a porta foi aberta e o Gael entrou carregando uma bandeja enorme.

- Oi Linda! Achei melhor comermos aqui no quarto mesmo. Tudo bem? - enquanto passava pela porta com cuidado, sem olhar pra mim.

- Por mim tudo bem. - respondi enquanto ele fechava a porta e olhava em minha direção, e então ele ficou apenas parado com a bandeja nas mão me encarando e sorrindo. - O que foi?

- Eu queria tirar uma foto sua nesse momento... É a primeira vez que eu te vejo assim, confortável na nossa cama, me faz gostar ainda mais dela! - respondeu enquanto pousava a bandeja em uma pequena mesa de café dá manhã que ficava na parte lateral do quarto.

- Eu já dormi no mesmo quarto que você antes.- eu disse para lembra lo.

- Eu sei, mas antes eu nunca te senti totalmente confortável como se o quarto fosse realmente seu também. - Ele falou andando em minha direção.

- Quem sabe você não está mudando a minha mente? - perguntei em tom de brincadeira.

- Até que enfim!!! - ele exclamou e se jogou ao meu lado na cama, passando seu corpo por cima do meu e me prendendo na cama.

No segundo seguinte meu livro e a comida haviam sido completamente esquecidos, Gael me beijava com força enquanto pressionava meu corpo com o seu. Estávamos tão pressos na sensação de nossos corpos juntos que levamos algum tempo para notar que mais alguém havia entrado no quarto.

- Gael, eu cheguei! Estava cheia de saudades de você! - disse uma voz estridente e completamente irritante, na minha opinião.

Tentei me desvencilhar dos braços do Gael quando percebi a entrada dá vaca, quer dizer Marcella, mas ele simplesmente não deixou, apenas se sentou encostado na cabeceira dá cama e me levou junto para que eu ficasse ainda envolvida em seus braços.

- Ah, você está acompanhando, perdonami! ( Me perdoe)- ela disse não parecendo ter nenhum recentimento.

- Sim Marcella, eu estou acompanhando. Questa é Íris la mia ragazza. (Esta é Íris a minha namorada) - Gael falou seriamente, como se estivesse explicando bons modos a uma criança mimada. - E eu agradeceria muito se você batesse na porta na próxima vez.

- Certo, certo, perdonami Gael! Scusa! (Desculpe) - ela disse soando envergonhado, mas não me enganava nem um pouco. - Io... Eu... Eu só queria falar do almoço de domani(amanhã), e come Sono eccitata ( e como estou animada) - ah?! Como assim eccitata? E que almoço era esse.

- Vá bene, Marcella, ( tudo bem, Marcella). - Gael respondeu sem paciência.

- Si, si, con licenza, ho già andare avanti... (Com licença, eu já vou indo)- ela saiu parecendo bastante sem graça, mas não sem antes lançar um sorrisinho pra ele.

-Onde a gente estava... - Gael falou me puxando para o seu colo.

-Espera, espera... - eu disse tentando afasta- lo. - Que almoço é esse?

- Eu marquei um almoço na fazenda de um dos meus tios, eu queria te apresentar pró resto dá minha família. - ele falou como se não fosse nada de importante.

- Eu acho melhor não Gael, é muito cedo pra isso, nós ainda temos muito tempo aqui na Itália, podemos marcar em outro dia. E porque você não me consultou antes? - eu perguntei perplexa.

- Eu não achei que seria nada demais. Mas eu não posso desmarcar agora, desculpe. - ele falou fingindo estar arrependido, mas sem me enganar nem um pouco.

- Eu não vou Gael. Ainda não é a hora pra isso. - eu respondi decidida.

- Bom.... Se é isso que você quer tudo bem. - ele falou como se estivesse conformado. - Enfim, eu terei que ir de qualquer forma... Vou ver então se a Marcella vai querer carona... - ele disse como se pensasse no assunto, e simplesmente se levantou dá cama e foi pegar a bandeja de comida.

Eu apenas o olhei enquanto ele começava a se servir. Ele achava realmente que eu ia deixar aquela oferecida sozinha com ele? Sem chance!

A cura di amore #Wattys 2017Onde histórias criam vida. Descubra agora