Gael- Louco

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Já eram quase meia noite, e eu simplesmente não sabia onde a Íris estava. Ela voltou para casa após o almoço junto com a Júlia, e saiu novamente depois de deixá-la em seu quarto descansando. Tudo que eu saiba sobre o seu paradeiro se resumia a um bilhete que ela havia deixado na cozinha, dizendo que ia até a faculdade e voltava logo, mas ela simplesmente não voltou. E agora eu estava além do desespero total, eu estava completamente enlouquecido.

Eu já tinha ido a faculdade duas vezes, rodei por todos os lugares, e perguntei a todos por quem eu passei se alguém havia visto ela, na segunda vez eu até mesmo levei uma foto sua, como era possível que ninguém havia reparado no seu rosto lindo? Como as pessoas poderiam simplesmente não vê-la? Eu parecia um louco enquanto parava todas as pessoas e insistia que tentassem se lembrar dela, mas eu não me importava.

Nós estávamos bem, ela finalmente admitiu que me ama, estava ansiosa pelo nosso casamento. Eu tinha certeza que ela não tinha fugido de mim dessa vez. Mas se ela não fugiu, o que poderia ter acontecido com ela? Eu não podia me permitir pensar no pior, se eu sequer me permitisse, sucumbiria completamente a minha loucura, e eu precisava estar são para encontrá-la.

Cheguei a tal ponto de desespero que fui atrás do Lorenzo. Eu já havia feito uma pesquisa sobre ele, apenas por precaução, e sabia onde ele morava. Ele vivia em um prédio de estudantes, um verdadeiro pardieiro, que não tinha sequer um porteiro, então foi fácil subir e supreendê-lo.

Ele mesmo abriu a porta quando eu bati, e cambaleou para trás quando me viu, com o rosto cheio de pavor. Na mesma hora foi dizendo que não estava mais indo a faculdade, que nunca mais tinha chegado perto dela, eu vi em seus olhos e em seu medo que era verdade, mas mesmo assim eu corri como um louco por seu apartamento, olhando em cada cômodo, em cada armário, até mesmo debaixo das camas. Quando voltei para a entrada o panaca ainda estava lá, tremendo como um covarde, joguei ele com força e o prendi contra a parede, enquanto apertava o seu pescoço com o meu antebraço.

- Onde ela está? O que você fez com ela? - eu gritei na sua cara.

- Non lo so, giuro che non so dove sia! (Eu não sei, eu juro que não sei onde ela está!) - ele respondeu em desespero, chorando de medo inclusive, e eu não podia negar, o babaca estava falando a verdade.

- Se eu descobrir que você fez alguma coisa com a minha mulher seu merda, eu vou voltar e vou te matar! Mas antes eu vou arrancar cada pedacinho seu! - eu digo com fúria, jogando ele contra a parede mais uma vez e o soltando. 

Depois disso ando pelas ruas próximas a faculdade a sua procura, entro em alguns restaurantes, vou a algumas lojas que ela costuma ir, e nada. Quando finalmente resolvo voltar para casa já é quase meia noite.

Entro em casa como um furacão, olho para o telefone dela na bancada, que ela provavelmente esqueceu quando saiu, e começo a me perguntar o que fazer agora, como posso encontrar a minha mulher agora?

Já estou pegando as chaves para sair e ir na polícia, quando vejo Iam descendo as escadas correndo e me chamando.

- Gael! Espera! - no meu desespero, cheguei até mesmo a esquecer que ele ficou em casa para me avisar caso ela voltasse ou me mandasse alguma notícia.

- Ela voltou? - pergunto agitado, já me voltando para as escadas.

- Não cara. Ela não voltou...- ele responde e eu não espero o restante, me viro e vou novamente apressado em direção a porta.

- Eu vou na polícia... - saio falando, mas ele segura o meu braço, e me faz olhar pra ele novamente.

- Espera. Ela deu notícias, ela está bem, e... - ele começa a explicar e meu coração da um salto.

A cura di amore #Wattys 2017Onde histórias criam vida. Descubra agora