Capítulo 11

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Perto da hora de ir embora, pude ver que havia chego uma emergência que Lucas e Vitor correram para atender. Como eu não queria atrapalhar, decidi ir para casa e esperar Lucas para termos a nossa conversa decisiva.
Eu estava terminando de preparar o jantar quando Lucas me enviou uma mensagem me comunicando que iria chegar mais tarde em casa, pois tiveram que transferir o pobre cachorrinho para uma clinica especializada com UTI. Avisei que eu o esperaria para conversarmos e ele não se deu ao trabalho de responder minha pergunta.
Apesar de cansada, decidi aguardar Lucas na sala para não correr o risco de pegar no sono e perder a chegada de Lucas, mas quando dei por mim já estava deitada na minha cama com Lucas roncando ao meu lado. Por mais que eu quisesse esclarecer aquela historia de uma vez por todas, optei por voltar a dormir e deixar a conversa para a manha seguinte. 
Eu estava pegando no sono quando escutei Lucas se levantar depressa. Assustada, me sentei na cama o procurando na penumbra.
–Lucas? – o chamei receosa.
–Eu estou aqui Ná! Escutei um barulho na sala e vou ver o que é. Me espera aqui!
–Você não pode me deixar aqui sozinha! E se for um louco tarado safado e pervertido?
–Será? – Lucas perguntou rindo.
–Ai Meu Deus! – falei desesperada.
–Deve ser a Latifa Ná!
Respirei aliviada puxando a coberta até meus ombros com medo do que poderia ser. O medo de ser algum tipo de bandido invasor me deixou extremamente assustada, então evitei ligar a luz e fazer qualquer tipo de barulho. Os segundos iam passando e os batimentos do meu coração aceleravam cada vez mais. Era possível senti-lo batendo em minha garganta. O silêncio predominava no ambiente, então me levantei devagar e silenciosamente da cama e fui nas pontas dos pés até a porta do quarto para tentar descobrir o que estava acontecendo. De repente um cheiro de fumaça invadiu minhas narinas de uma forma brusca.
–LUCASSS! A CASA ESTÁ PEGANDO FOGO! – gritei até sentir minha garganta arder.
– Estou indo!!! Fique aí!
Escutei sua voz distante e por medo de que algo acontecesse com Lucas, desci os degraus com cautela tentando enxergar qualquer coisa que fosse.
– Lucas? – o chamei preocupada.
–Estou aqui Ná!
–Onde? Acho que está pegando fogo em algum lugar! Eu senti cheiro de fumaça! Temos que chamar os bombeiros.
–Não precisa não! Eles já estão aqui!
Fiquei confusa com sua reposta e assim que encontrei o interruptor de luz e o apertei para acender a luz, meu queixo quicou no chão diversas vezes. Lucas estava vestido de bombeiro. Sim. Exatamente como eu imaginei, só que mil vezes melhor. Ele vestia uma calça cinza larga que estava presa a um suspensório preto que passava por seus ombros largos. Lucas não vestia camisa alguma e seu peitoral definido estava besuntado com algum tipo de óleo que deixou sua pele brilhante. Na cabeça ele vestia um capacete e um sorriso branco estampado em seu rosto. Naquele momento eu confirmei pela milésima vez o quanto eu era sortuda em ter Lucas na minha vida. Pelo menos naquele momento. O olhei mais algumas vezes da cabeça aos pés e pude perceber o quanto Lucas era perfeito. Cada quadradinho de seu abdômen definido me levava a loucura. Sua pele branca e macia me deixava nas nuvens. Mas o principal: o volume que tentava escapar do tecido pesado era o que me levava ao paraíso.
–Gostou? – Lucas perguntou sugestivamente.
–Eu... eu nem sei o que dizer!
Respondi suspirando me sentindo extremamente excitada.  Meu coração batia depressa e minha excitação deixava o tecido da minha calcinha úmido como não ficava há muito tempo.
–Eu demorei um tempo para entender o que você queria dizer sobre a rotina, mas a partir de agora vou tentar te compensar por isso.
Sorri abertamente e me aproximei passando os dedos levemente em seu tanquinho.
–Eu tinha me esquecido do quanto você me enlouquecia só de olhar para você.  – sussurrei e seus olhos acenderam.  –O quanto você é delicioso! – desci a mão a parando na fivela de seu cinto grosseiro.
Me aproximei mais um pouco e beijei levemente seu pescoço fazendo sua pele se arrepiar. Desci os lábios até seus ombros e passei a língua até seu mamilo esquerdo sentindo-o retrair e naquele momento me senti a antiga Nataly. A descarada, sensual e fogosa.
Lucas segurou meus cabelos e me puxou para o beijo mais intenso de nossas vidas juntos. Quando o beijo chegou ao fim, eu estava completamente sem fôlego. Lucas me olhou com seus olhos azuis e falou baixo com a voz rouca.
–Eu te amo mais que tudo Ná.
–Eu te amo também!
Lucas me pegou no colo e ao subir as escadas ele tropeçou em alguma coisa, me jogando para cima, fazendo com que eu caísse sentada em um dos degraus enquanto ele rolava escada abaixo.
–Ai Meu Deus!!! –eu corri até sua direção e ele gemia de dor estatelado no chão.
–Meu Deus Lucas! Você está bem? Bateu a cabeça? Quebrou alguma coisa?
Eu perguntava desesperada.
–Eu acho que quebrei meu pé! – ele gemeu.
–Por que você acha isso? Eu...
Olhei para seus pés e era possível ver que o pé direito estava ligeiramente torto em comparação ao outro. Eu senti a bile subir em minha boca e me sentei ao lado de Lucas tentando respirar. Ele gemia e suava excessivamente e eu notei que suava muito também.
–Me ajuda Nataly.
Lucas pediu e naquele momento acordei do transe me levantando e corri para o telefone e chamei o resgate em seguida.
–Eles estão vindo! – falei tentando acalmá–lo.
–Me faz um favor?
–Qualquer coisa.
–Me ajude a tirar essa roupa? Não quero ser motivo de piadas.
Concordei com a cabeça e subi as escadas correndo e peguei uma bermuda de Lucas que estava jogada no chão. Voltei correndo até onde ele estava e tirei a fantasia mais erótica que eu já tinha visto na minha vida. Conforme eu passava o tecido da calça por seu pé machucado, Lucas gemia e tremia de dor. O vesti com sua bermuda e ficamos ali no chão da sala aguardando a ambulância.
●●●
Assim que chegamos ao hospital, Lucas foi encaminhado para a sala de emergência e foi encaminhado para fazer um Raio–x e tomar medicação para dor.
Enquanto eu aguardava na sala de espera, pude ver a quantidade de Médicas e enfermeiras que entravam e saíam da sala de emergência em que Lucas estava sendo atendido. As enfermeiras As enfermeiras brotaram da terra como batatas para atenderem Lucas, o que me deixou irritada e orgulhosa ao mesmo tempo, pois aquele homem divinamente delicioso era somente meu. E de um tal numero que não parava de ligar para ele todos os dias. Afastei essa idéia da minha cabeça e decidi entrar de fininho na sala em que Lucas estava sendo atendido.
Como ele vestia apenas uma bermuda, seu corpo definido e besuntado estava á mostra para todas aquelas urubus que rodeavam sua maca. Apoiei na porta da entrada e consegui contar sete. SETE mulheres atendiam Lucas naquele momento. Decidida a mostrar que Lucas era meu, me enfiei no meio delas para ficar bem próxima a Lucas que sorriu ao me ver.
Algumas delas me olharam de cara feia, mas não me deixei intimidar.
–Está sendo bem atendido não é? – brinquei.
Lucas apenas concordou com um sorriso no rosto por ver meu incomodo.
–Ele está morrendo ou algo do tipo para precisar de tanta assistência?
Perguntei olhando para aquelas descaradas que ficaram constrangidas e se espalharam saindo uma a uma da sala ficando apenas uma que fazia seu gesso.
–Elas são assim mesmo! Não podem ver homem bonito que se atiram em cima! – a garota falou sem pensar.
–E você? Não achou ele lindo? – questionei já que ela não parecia abalada com a beleza de Lucas.
–Sou lésbica! – ela respondeu por fim.
–Ahhh! Agora está explicado!
Respondi rindo e ela riu comigo. Lucas revirou os olhos e entrelaçou seus dedos com os meus. A garota terminou de fazer seu gesso com calma e ao terminar falou por fim.
–A Dra Magda já vem conversar com vocês!
–Obrigada! – respondi.
A menina sorriu e saiu da sala me deixando a sós com Lucas.
–Eu deveria ter te colocado uma camisa! – resmunguei.
–Está com ciúmes?
–Obvio que não!
Lucas começou a rir sem parar me deixando envergonhada. Era obvio que eu tinha ciúmes dele, mas não queria demonstrar isso agra, já que ele recebia telefonemas misteriosos durante a noite. 
Um tempo depois a ortopedista veio falar com a gente. Ela disse que Lucas teria que ficar pelo menos duas semanas em repouso e precisaria de muletas para se locomover. Explicou que a fratura não havia sido tão grave, mas que a recuperação seria essencial para que ele não sentisse dor para o resto de sua vida. Prometemos fazer todas as recomendações e voltamos para casa cansados e com um Lucas engessado.

Marido Aposentado -  Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora