Capítulo 6 - Humor

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-Quase dois anos, Belly, quando vai comprar um carro? - Matt brincou quando foi me buscar na segunda cedinho.

-Quando meu querido amigo deixar de ser chato talvez. - Sorri.

-Isso é um nunca? - Riu.

-Exato. - Coloquei o cinto e ele negou com a cabeça. - Eu odeio dirigir.

-Tenho que começar a cobrar essas caronas. - Acelerou o carro.

-Minha companhia já é seu pagamento, amorzinho.

-Você é a amiga mais chata do mundo sabia?

-Nossa até pouco tempo eu era a melhor. - Fingi estar emburrada.

-A melhor e mais chata. - Finalizou me fazendo sorrir. - Você vai sair no fim de semana?

-Não, por quê?

-Vamos pra Vegas comigo? Minha mãe quer te conhecer. - Seus olhos desviaram-se da estrada por um instante.

-A Sra. Gubler quer me conhecer? - Ergui uma sobrancelha.

-Não só ela. Minha irmã e meu pai também. - Sorriu. - Querem saber quem é a maluca que eu tanto falo.

-Você fala de mim pra eles?! - Arregalei os olhos sentindo minhas bochechas esquentarem de vergonha.

-Claro, Vicky, você é minha melhor amiga! - Matt riu. - Você não fala de mim pra sua família?

-Só pra minha irmã, mas bem por alto. - Olhei para a janela ainda envergonhada. - E ainda assim a louca quer te conhecer pessoalmente.

-Seria ótimo conhecer a famosa Valentina. Aliás, não só ela. Quero conhecer seus pais também. - Disse ainda sorrindo.

-Não vai querer conhecer minha família. Eles não são lá muito legais. - Fiz careta. - Meu pai fica o dia todo na carpintaria e minha mãe preparando bolos como minha avó fazia. Se não fosse por mim e pela Tina nossa família continuaria assim por gerações. Carpinteiros e confeiteiras. - Sorri me lembrando da minha infância.

-Mas pelo seu sorriso vocês eram bem felizes lá.

-Éramos mesmo. - Suspirei cheia de nostalgia. - Pelo menos quando estávamos em casa juntos. Mas eu e minha irmã sabíamos bem o que queríamos quando saímos do Novo México. Eu sempre quis ser diretora e ela sempre quis ser atriz. Nossos pais têm orgulho e é tudo o que realmente importa pra mim.

-Um dia quero saber toda a sua historia, Vickyzinha. - Estacionou. - Mas por enquanto me responda, aceita ir comigo pra Vegas?

-Tá bem, eu vou. - Disse e ele comemorou saindo do carro.

Logo ele apareceu ao meu lado abrindo a porta como um verdadeiro mordomo francês.

-Madame? - Me estendeu a mão e eu ri. - Vamos bem cedo pra chegarmos a tempo pro almoço. Aliás, fique tranquila, eu pago sua passagem.

-Nossa nem parece o cara que me cobrou um sorvete dias atrás. - Respondi ainda rindo ao sair do carro.

-As coisas mudam. - Deu de ombros entrelaçando nossos braços.

Matt me olhou e eu acenei com a cabeça começando a saltitar ao seu lado para dentro do estúdio, como em todas as manhãs. Ele dizia que isso ajudava a espantar o meu mau humor matinal. Bom, ele estava certo.
Enquanto saltitávamos, Kirsten apareceu correndo o mais rápido que seus saltos amarelos de Penélope permitiam.

-GENTE! GENTE! GENTE! - Paramos em frente a ela que ofegou alguns instantes. - A nova atriz tá aí falando com o Jeff. Ela é bonitona. Parece que vai se apresentar pra nós daqui a pouquinho.
Nos entreolhamos e caminhamos a passos rápidos até o estúdio 7.

Backstage | Matthew Gray Gubler (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora