Capítulo 9

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Faltavam 5 dias para a festa, Mallory, Carla, Tereza e Johanna,eram as únicas que tinham idade suficiente para irem a festa,Clarice vivia repetindo que não era justo, ela completaria 14 dentro de um mês.
Mas é o que madame Louisa dizia, regras são regras, e não podem ser quebradas.
A menina havia decidido ir com o vestido que Evelyn lhe dera de aniversário, e usaria a corrente que ganhou de Benjamin.
Porém a jovem tinha algumas insertezas em seu coração, incertezas que estavam começando a machuca- - profundamente.
Contudo, agora devia deixar isto de lado e se concentrar na aula de boas maneiras de Madame Marie.
Entretanto era entediante demais, sempre que alguém errava ela dizia que não era possível moças em pleno século XV não saberem a diferença entre a colher de chá e a de sobremesa decor.
Depois de três horas seguidas, a aula finalmente acabou, a jovem foi ao seu refúgio secreto: o túmulo de sua mãe,que ficava nos arredores do esconderijo das Feiticeiras Púrpuras.
Ela ia lá quando queria desabafar,era como se estivesse falando com sua mãe.
Quando chegou, cumprimentou Sônia e Juliet, mas tentou ao máximo evitar começar uma conversa longa, tinha pressa.

- Mamãe- disse assim que chegou ao túmulo- Não sei o que fazer, tia Louisa insiste que é perigoso ir ao baile, sei que ele deu a permissão, mas- então uma raiva súbita invadiu a garota- MAS POR TER ESSA PORCARIA DE PODERES MÁGICOS EU NÃO POSSO SAIR DA CIDADE, EU NÃO POSSO TER MUITOS AMIGOS,E PARA PIORAR, UM QUER SE CASAR COMIGO, O OUTRO, ODEIA PESSOAS COMO NÓS- então desabou,era difícil não poder ser uma pessoa normal, as vezes ela se imaginava fazendo coisas​ que jamais lhe seriam permitidas,como poder sair de sua cidade, tornar-se pintora e ,em seus sonhos mais secretos, tão secretos que nem ela conseguia decifrar, imaginar como seria se fosse rainha, mas não qualquer uma, mas sim que seria esposa de Ben.

- Mallory

- Madame Silvana- respondeu secando as lágrimas.

- Não precisa se acanhar, chorar é normal. Não se preocupe só eu escutei você chorando.Quer um conselho de uma senhora um pouco mais do que velha- a jovem assentiu rindo - É normal se sentir assim as vezes, me lembro quando tinha sua idade, a uns noventa e poucos anos atrás, mas isso é algo que nasceu com você, e vai ficar com você para o resto de sua vida, se eu fosse você, aceitaria isso logo, e sobre seus amigos, bom, eu aconselho que você dê tempo ao tempo.

- Obrigada, você não sabe o quanto eu precisava disso, estou me sentindo melhor, desculpa por gritar

- Mallory, não precisa pedir desculpas- ela falou, mas antes de sumir do campo de vista da jovem acrescentou- Outro conselho, da próxima vez que estiver com raiva, você pode ir até o lago jogar algumas pedras nele.

A orfã então foi ao lago, mas não para jogar pedras nele, afinal, existe um melhor lugar para pensar do que o bosque perto dele?
Então assim que ela chegou às margens do mesmo lembrou-se do dia em que Ben a resgatou.
Porque quase tudo a lembrava dele?

A Feiticeira PúrpuraOnde histórias criam vida. Descubra agora