Capítulo 14

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     Mallory não poderia estar mais confusa: Ela estava em uma hospital, mas não sabia o que era um; até onde ela sabia, estava no ano de 1499, e então diziam que estava em 2017; viveu sua vida inteira em um orfanato, e agora dois estranhos apareciam e diziam que eram seus pais.
       E ainda por cima,Betsy, quem conhecia desde que era um bebê, recém chegado ao orfanato, agora  afirmavam que ela era sua irmã mais nova.
          Não era fácil, todos olhavam para ela com ar de espanto, sua suposta mãe implorava para que ela se lembrasse, o homem que dizia ser seu pai não parava de dizer o quanto estava feliz por ela ter finalmente despertado.
         Ela só voltou a prestar total atenção na conversa quando ouviu um nome conhecido.
          -... Evelyn pode nos ajudar
          - Evelyn!? Ela está aqui? Ela é minha melhor amiga!!- falou a jovem.
          - Isso é um absurdo doutor, como minha filha pode se lembrar da irmã, dá melhor amiga, e se esquecer dos próprios pais!!!
         - Isso é comum Anna, logo ela se lembra- falou Priscila.- Em todo caso pedirei para Evelyn vir vista-la, quanto mais gente que ela reconhece por perto, melhor!
         Assim que saiu, um enorme silêncio prevaleceu no quarto, até que o senhor resolveu falar
         - Filha, desde quando você tem essa corrente?- Depois de uns dois minutos, a bruxa percebeu que ele falava com ela.
        Então ela se deu conta de que usava a corrente e o pingente que Benjamin havia lhe presenteado em seu aniversário.
         - Eu ganhei
         - Como se ontem mesmo ele não estava aí?
         - Olha senhor, eu não sei como eu não estava usando minha corrente ontem, eu a uso todos os dias desde que a ganhei, no meu aniversário!
         - Não fale assim com o seu pai Mallory!
         Ela ficou quieta, resolveu que só se abriria definitivamente com Evelyn, a única em quem plenamente confiava.
         Nada de mais aconteceu antes de Evelyn chegar, Anna e seu marido conversavam;Betsy jogava em seu celular, ou como Mallory chamava, pedaço de ferro mágico; e a feiticeira brincava com o pingente de sua corrente.
         - Mallory, você nunca mais me assuste assim- falou a princesa gritando.
         - Evelyn, é tão bom poder te ver!!
         Então todos os demais se retiraram para dar privacidade as amigas.
         - Então, pode contar tudo! Porque me ligaram falando que você enlouqueceu?
         - Primeiro, eu não enlouqueci,  vou resumir a história -e então começou a contar tudo o que ela se lembrava.
        - Aí não acredito!!!! Sou uma princesa! Mas que provas você tem que esse mundo é real?
       - Essa corrente- falou mostrando-a​- Ganhei de aniversário do seu irmão e, segundo meus pais, até ontem eu não tinha ela.
        - Então... Você tem mesmo poderes?
        - Até onde eu sei, sim.
        - Podemos testar?- brincou- Já sei! Você me disse que vivia salvando plantas minhas! Vejamos se você pode salvar a planta daquele vaso, está toda murcha- falou pegando o vaso- Vai, use sua magia!
         - Tudo bem- Mallory começou a falar baixo- Você já fez isso antes, você consegue- então começou a falar alto- Forças da natureza,mostre me sua proeza, traga de volta a essa planta sua beleza.
          No primeiro momento, nada aconteceu, mas segundos depois, a planta voltou a ser saudável e bela.
          Evelyn não acreditava no que via.

       

       

A Feiticeira PúrpuraOnde histórias criam vida. Descubra agora