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Fiquei alguns minutos sentada ainda em frente da campainha do meu pai e logo depois me levantei e fui a casa do Rui Pedro.

Fiquei a pensar na forma como lhe falei antes de vir aqui e não foi de todo a mais correta mas eu apenas neste dia gosto de estar sozinha com o meu pai e não queria que ele soubesse desta maneira que o meu pai morreu.

Quando cheguei á frente do prédio onde ele mora aproximei-me da porta e toquei na sua campainha ouvindo depois um “sim” de uma voz rouca e acho que posso dizer que estava desanimado. Respondi dizendo que era a Maria e logo a porta se abriu e eu empurrei a mesma entrando então no prédio.
Segui para o elevador e carreguei no botão do terceiro andar.

Olhei para o meu telemóvel que estava em silêncio e vi que tinhas chamadas dele e varias mensagens de outras pessoas desejando-me um feliz aniversário,  incluindo a Suh que também me tinha ligado várias vezes.

As portas do elevador abriram-se e eu sai do mesmo andando um pouco pelo corredor até à porta do apartamento de Rui Pedro que estava entreaberta.

Entrei e logo me dirigi á sala onde estava ele sentado no sofá a ver TV, quer dizer ele não estava a ver apenas estava a fazer zapping.

Ele reparou que eu entrei e olhou para mim por dois segundo e sem dizer nada voltou a olhar para a TV.

Senti-me mal por ele estar assim e a culpa é minha, eu estou horrivelmente mal por ser o meu aniversário e não ter o meu pai aqui e ainda ver o Rui desanimado e triste por minha causa ainda piora o meu estado.

Pousei a minha bolsa perto do sofá da sentei-me ao lado de Rui Pedro beijando em seguida a sua bochecha.

-Desculpa. – Foi a única coisa que me saiu da boca.

Ele suspirou pesado e olhou sério para mim.

-Podes contar-me agora o que se passa e o porque de me teres falado daquela maneira? – ele perguntou e eu baixei o olhar, fixei o olhar nas minhas mãos que “brincavam” uma com a outra.

-Eu apenas queria estar sozinha, para além de ser o meu aniversário, também é um dos dias mais tristes da minha vida. – e respondi ainda olhando para as minhas mãos.

-Mas porque? – Ele endireitou-se no sofá e pegou numa das minhas mãos entrelaçado os nossos dedos.

-Porque eu não tenho o meu pai. – eu respondi em voz baixa.

Those Little Things || Rui Pedro ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora