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Depois de uma aula secante de biologia finalmente iria para casa.
Fiz o meu caminho a até á paragem do autocarro que eu devia apanhar para voltar para casa e logo que o mesmo chegou eu entrei e sentei-me num lugar livre.

Au meu lado encontrava-se uma mulher com uma idade entre os 30 e 35 anos, com uma pequena e loira menina no seu colo.

Olhei para a pequena e esta sorriu para mim mostrando umas lindas covinhas iguais ás minhas.
Retribui o sorriso e esta começou a mexer nos meu cabelos delicadamente.

Eu adoro crianças e saber que probabilidade de ter filhos é mínima fico destroçada, mas sei que não posso desistir daquilo que quero e também sei que nada está perdido, para além de ter poucas chances ainda tenho algumas e tento sempre não ser pessimista mas confesso que não é nada fácil com tudo o que se passa na minha vida.

Lembro-me também do quão o meu pai ficaria feliz se eu tivesse um filho e se ele estivesse vivo.
Maldita doença tirou o meu herói de perto de mim, e todos os dias isso me mói por dentro.

Não sabia se havia de sorrir por ter passado tão bons momentos com ele ou se hei de chorar por saber que não terei mais momentos bons como esses.

Depois de vários pensamentos e lembranças finalmente o autocarro chegou á paragem que eu deveria sair.

Acenei para a pequena que estava do meu lado e a mesma acenou para mim e logo sai do autocarro caminhando depois alguns metros até casa.

Chegando á porta de casa vi um carro parado na frente do prédio, não era bem um carro era mais um carrão.
Carrão esse que eu reconheci e logo soltei um pequeno sorriso quando vi Rui a sair do mesmo e este sorriu para mim.

Ele aproximou-se de mim e logo me puxou para um abraço sem nem sequer me deixar falar, fiquei de certa forma sem saber o que fazer decidindo então retribuir o abraço, pus a minha cara na dobra do seu pescoço e inalei o cheiro do seu perfume que diga-se já de passagem, é um odor bastante bom.

Depois de tantos pensamentos e lembranças do meu pai, um abraço destes seria a melhor maneira de amenizar a dor que sentia mesmo não sarando a ferida, aliviava pelo menos.

Those Little Things || Rui Pedro ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora