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Acordei com a luz dia a bater-me nos olhos e insultei o Rui Pedro mentalmente por este não ter fechado os estores como eu lhe disse para o fazer na noite passada.

Abri finalmente os olhos e deparei-me com Rui Pedro de olhos fechados, ainda adormecido e com o se eu braço por cima da minha cintura.
Comecei por depositar vários beijos pela sua bochecha, nos seus lábios, nariz e na testa até ele soltar um pequeno sorriso ainda de olhos fechados.

-É tão bom acordar assim. – ele disse com a sua voz rouca e sonolenta e eu sorri.

-Bom dia meu macaquinho. – eu disse mexendo nos seus cabelos.

-Bom dia Princesa e parabéns. – ele disse e logo abriu os olhos. – Estas a ficar velha. – ele riu e beijou os meus lábios.

-És mais velho do que eu por isso está calado macaco. – eu disse dando-lhe uma chapada de leve no braço.

-O que estás a pensar fazer hoje? – ele perguntou mexendo no meu cabelo.

-Não sei, mas há algo que tenho de fazer sem dúvida. – eu respondi.

-O que é? – ele perguntou levantando a sobrancelha.

-Eu não quero falar disso agora. – eu disse em voz baixa.

-Maria, sabes que não precisamos de ter segredos um com o outro. – ele disse olhando nos meus olhos.

-Eu sei mas eu não quero falar disso, não agora, não hoje. – eu disse e suspirei em seguida.

Levantei-me da cama e fui para a casa de banho e pus liguei o chuveiro, depois de já estar despida pus-me debaixo da água quente.

-Queres que te leve? – Rui preguntou acompanhando-me até á porta do seu apartamento.

-Não, eu quero ir sozinha. – eu disse num tom de e voz um pouco frio.

Sem nem sequer lhe dar um beijo eu saí do seu apartamento e entrei no elevador que me levou ao rés-do-chão.

Sai do prédio e fui até á paragem de autocarro mais próxima.

Pousei as duas rosas na campanha do meu pai, uma azul e uma branca, para o meu portista favorito.

Sentei-me no chão em frente da campainha e olhei para a foto do meu pai.

-Olá pai, mais um ano de vida.
Mais um sem ti, dói tanto não te poder ter aqui eu meu lado, veres-me crescer, veres-me sorrir, veres-me chorar e secar as minhas lágrimas.
Sinto muito a tua falta, não imaginas o quanto.
Ias adorar estar presente nesta fase da minha vida eu sei que sim.
Sabes… ontem fez um mês que eu comecei a namorar com a melhor pessoa do mundo, eu queria tanto mas tanto que tu estivesses aqui e que o conhecesses, ias adora-lo eu tenho a certeza.
Queria que estivesses aqui para veres o quanto feliz eu estou ao lado dele, queria que presenciasses isto tudo.
Não está a ser nada fácil a vida sem ti mas eu tento esforçar-me, por ti, por mim e por ele.
Eu amo-te muito pai, sempre te vou amar e sei que um dia estaremos juntos de novo e eu poderei abraçar-te de novo. – a lagrimas deslizavam pela minha face, a saudade era tanta e a dor de não o ter ainda maior.

Those Little Things || Rui Pedro ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora