Capitulo 6

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*DEREK*

-Derek Rivera, diga Dr. Smith. - Disse eu, pegando no telefone.

-Sr. Rivera, liguei para saber como estava a ir a sua recuperação e para falar com a minha Sarah. - Disse ele.

Senti algo dentro de mim quando ele se referiu a Sarah como "sua". Se ela pertencia a alguém, era a mim. O corpo dela encaixava-se perfeitamente no meu, a sua pele estremecia com o meu toque e todo o meu corpo se animava. Sim, todo.

-Sr. Rivera? Está a ouvir-me? - Perguntou o médico, trazendo-me para a realidade.

-Já recuperei um pouco, ainda vejo tudo distorcido, mas distingo cores. Vou pedir a uma empregada que chame a Mna Wolf - disse eu, pedindo a uma empregada para a chamar.

*SARAH*

Acabei de me vestir quando a empregada disse que o Derek me estava a chamar ao escritório. Deixei os meus caracóis soltos e desci, indo em direcção a Derek. Ele apontou para o telefone e deixou-me passar.

-É o Dr. Smith - Disse ele.

Agarrei no telefone e atendi.

-Sarah Wolf. - Disse eu.

*DEREK*

Deixei-a no escritório mas fiquei a porta, a tentar escutar a conversa.

"Sim, Dr. Smith, ele já começou a recuperar a visão"

"Mas é cedo ainda!"

"E se voltar atrás?"

"O quê?"

"Mas, como...?"

"Eu...por favor, Dr. Smith?"

"Claro senhor...com licença."

Ok, só apanhei metade, mas foi uma metade muito estranha. Ela saiu e eu senti que algo estava mal.

-Está tudo bem, Sarah? - Perguntei.

-Sim, vá para o seu quarto Sr. Rivera, tenho que lhe ir trocar as compressas. - Disse ela, novamente com o Sr. Rivera.

-Derek, não quero que me trates mais por Sr. Rivera. - Disse eu, agarrando a mão dela.

-Sr. Rivera, não se pode esquecer que sou a sua enfermeira, apenas isso. - Disse ela, afastando-se em direcção ao meu quarto.

O que é que aquele médico lhe disse para ela agora estar assim? Fui atrás dela até ao meu quarto e sentei-me na cama, esperando que ela chegasse perto de mim.

*AUTORA*

 Sarah aproximou-se de Derek com a sua malinha de 1ºs socorros e pousou. A na cama. Colocou as luvas e tirou as compressas com cuidado, começando a limpar os olhos dele. Aquele azul nunca iria desaparecer da sua mente. Limpou tudo a volta dos olhos com cuidado, para não o magoar.

-Como está a sua visão? - Perguntou ela.

-Um pouco melhor...Ainda distorcida mas melhor. - Respondeu ele.

Sarah colocou compressas novas e tirou as luvas. Derek aproveitou e puxou-a para ele, pondo as mãos nas pernas dela.

- O que é que aconteceu? Ficaste tão fria de repente. Foi algo que o Dr. Smith disse? É sobre a minha visão? A minha operação correu mal? - Perguntou ele.

-Nem tudo gira a sua volta, Sr. Rivera. Deixe de ser egocêntrico. - Disse Sarah, deixando Derek sozinho e estupefacto com aquela resposta.

*Mais tarde*

*DEREK*

O dia estava a passar estupidamente devagar. Tentei falar com a Sarah várias vezes mas ela continuava sem me dizer o que se passava. Decidi ir tratar de uns contractos que tinham de ser aprovador para a semana. Só me apercebi da hora quando ouvi o meu estômago fazer barulho. Levantei-me e fui em direcção a cozinha, estava cheio de fome. Quando la cheguei ouvi a voz de Sarah, parecia estar a falar com alguém, mantinha o telefone em alta-voz. Deixei-me ficar fora da cozinha a tentar ouvir a conversa. Andava a fazer muito isto.

“Eu não sei o que fazer…Ai Lila, ele vai acabar comigo! “

“Amiga, já esta na hora de você pedir transferência! Desde que você fez lá o seu estágio, que aquele velho te persegue, tenho medo por você!”

“ Ele não me vai deixar. Ele me jurou que se eu tentasse transferir-me ele arranjava maneira de nunca mais arranjar emprego em mais nenhum hospital…”

“Mas isso não pode ser legal! Eu vou falar com o meu tio que é advogado e ele te ajuda, você vai ver!! Agora, me fala mais desse gostoso de patrão que você foi arranjar!”

“Dalila, fala baixo! Ele ainda te pode ouvir! É… ele é bem bonito, mas no início me parecia um pouco arrogante...inclusive deu a entender que eu estava desesperada por um beijo masculino mas dei o troco nele! Ai amiga…ele é tão lindo...aqueles olhos dele…Aquele peitoral…”

“Ui! Tá serio o assunto! Olha, tenho que ir, estão chamando a minha beleza de pessoa kkkk! Depois quero saber mais sobre esse deus de olho azul!”

“Tá, tá sua chata! Vai la, até logo!”

Escusado era dizer que o meu ego, estava quase a tocar no tecto depois de ouvir aquela conversa. Pigarreei e entrei na cozinha como se tivesse acabado de chegar.

-Sr. Rivera! Há quanto tempo está ai? – Perguntou ela, e eu tive de me controlar para não a agarrar e fazê-la minha ali mesmo.

-Agora até controla o meu horário, Sarah? Acabei de chegar, distrai-me no escritório com uns contractos e vim comer. Ouvi vozes, pensei até que estivesse a cozinhar. É esta noite que janta na minha companhia? – Perguntei eu.

-Penso que não haverá problema de lhe fazer companhia…Quer que chame a empregada? – Perguntou ela.

Por momentos pensei em gritar com ela, explicando pela milésima vez que não sou nenhum deficiente e que posso chamar a empregada, mas naquela noite eu queria que ela falasse comigo do que se andava a passar.

-Sim, por favor. – Disse eu, indo em direcção a sala.

*SARA*

A Dalila tinha razão, eu tinha de fazer algo em relação ao Dr. Smith. Quando ouvi alguém pigarrear, assustei-me. E se alguém tivesse ouvido a conversa? Quando me virei, vi Derek e sorri.

-Sr. Rivera! Há quanto tempo está ai? – Perguntei eu.

-Agora até controla o meu horário, Sarah? Acabei de chegar, distrai-me no escritório com uns contractos e vim comer. Ouvi vozes, pensei até que estivesse a cozinhar. É esta noite que janta na minha companhia? – Perguntou ele.

Pensei em recusar, não tinha cabeça para estar com ele, só queria jantar e ir dormir. Mas optei por lhe dar uma oportunidade.

-Penso que não haverá problema de lhe fazer companhia…Quer que chame a empregada? – Perguntei eu.

Vi que ele se controlou para não ralhar comigo, mas quando o seu corpo relaxou, permiti-me sorrir. Ele não ia gritar.

-Sim, por favor. – Disse ele, indo em direcção a sala.

Fui à procura da empregada e expliquei tudo. Fui ajudá-la, enquanto ela fazia o jantar pus a mesa, tudo da maneira que ela explicou. Quando tudo estava terminado, fui até a sala e vi que ele dormia, com a cabeça apoiada na mão, que estava apoiada no braço do sofá.

-Sr. Rivera… - Abanei-o gentilmente, para que acordasse.

-Só mais um pouco…- Disse ele, que preguiçoso.

Agarrei uma almofada e mandei para a cabeça dele, rindo.

-Toca de acordar, preguiçosooo!! Senão janto sozinha! – Disse eu, rindo da reacção dele.

-Sarah, a tua sorte neste momento, é que tenho os olhos tapados, senão, agarrava em ti e estavas arrumada! – Disse ele, rindo e levantando-se.

Aproximei-me dele para o ajudar mas lembrei-me que ele não gostava e que da última vez eu sofri na cara. Mas, para minha surpresa, ele estendeu o seu braço e eu agarrei, ainda um pouco receosa. Ele sorriu e puxou-me para ele, pondo a mão a volta da minha cintura.

-Espero que me contes o que aconteceu hoje…Mas vamos jantar… - Disse ele, sorrindo e indo para a sala de jantar.

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