Capitulo 13

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Sarah

Abri os olhos e vi apenas uma pequena luz. Tentei mexer-me mas estava presa a uma cadeira, apesar de não conseguir ver as cordas.

-Minha querida Sarah, pensavas que te escapavas assim de mim? Agora és só minha...

Era a voz  daquele médico nojento. tentei soltar-me mas as cordas não se soltavam, só se apertavam cada vez mais, ate que se desapertaram totalmente. Estranhei mas não ia ficar ali para descobrir o que havia acontecido, levantei-me e corri pelos corredores tentando achar a saida.

-Sarah! Meu amor!

Era Derek.

-Derek, onde estás?

-Estou aqui, minha ruivinha!

Vi o meu moreno ao fundo daquele correr e comecei a correr na sua direcção mas quando estava chegando mais perto, senti uma mao agarrar o meu cabelo e puxá-lo fazendo-me cair. Tentei levantar-me mas senti uma dor forte na barriga e quando olhei para baixo vi a poça de sangue se formar no chão.

Sarah...Sarah..

Derek

Entrei no quarto e vi a minha ruivinha deitada, de olhos fechados. Ela estava tão magra e na sua cara eram visiveis as olheiras. Quando me aproximei, pude sentir que ela nao estava bem. Ela se remexia e murmurava algo. Aproximei-me para entender o que era.

-Derek...me ajuda..por favor...

O meu coração parou. Ela estava a pedir ajuda e a chamar por mim. Aproximei-me mais e agarrei a mão dela, mas ela continuou a mexer-se mais até que começou a gritar.

-Sarah...Sarah...

Abracei-a rapidamente e passei a mão no seu cabelo ruivo.

-Shhh...já aqui estou Sarah...Ele não te vai magoar nunca mais...

Afastei-me dela para ver se ela já estava mais calma, mas na verdade, ela ja tinha despertado e colocou de imediato a sua mão na barriga e estava olhando para todo o lado, um pouco confusa.

-O que e que aconteceu?

Vi-a olhar para si própria e quando me viu, os seus olhos arregalaram-se.

-O que é que estás aqui a fazer? - Perguntou ela, bem fria.

Reparei  que a mão dela se mantinha na barriga.

-Estás com alguma dor? Eu posso chamar o enfermeiro para te dar algo...

Eu estava realmente preocupado mas sei que ela não me vai perdoar assim. Eu teria de me esforçar.

-Eu estou bem... - Disse ela, afastando a mão da barriga - Mas ainda não respondeste.

-A Dalila foi ao meu escritório...Quase matou a minha recepcionista, quase foi internada e quase arrancou meu saco com as unhas. Eu fui muito burro e ela me fez ver isso. Eu devia ter ficado do seu lado e devia te ter protegido...Mas fiquei cego de raiva ao ver a mensagem dele e só pensei em mim. Devia ter pensado em ti... 

Passei a mão na sua cara, limpando as lágrimas que caiam dos seus olhos. No seu pescoço, pude ver a marca das nódoas negras deixadas pelo horrivel Dr Smith. Ela baixou a cabeça para eu não ver as marcas.

-Dalila me contou que apareceste em casa com o pescoço marcado. O que é que aconteceu? Para além de te obrigar a foder ele, agora te bate também? 

Eu estava furioso, como ele podia magoar a pele imaculada e perfeita da minha boneca ruiva. Ela me olhou e pude ver que tentava segurar as suas lágrimas.

-Ele me chamou no seu escritório e eu fui, visto que ele nunca havia transado comigo aqui, pensei que fosse algo relativo a um doente. Mas assim que entrei, ele trancou a porta, me disse para tirar a minha roupa e deitar sobre a mesa e...e ele...bem..tu sabes...

-E ele te bateu por isso?

-Não...ele me bateu porque quando ele estava dentro de mim foi o teu nome que eu gemi e já não era a primeira vez...Desde que tu me expulsaste que eu pensava em ti quando estava com ele na esperança que tudo melhorasse...Ele ficou furioso e apertou o meu pescoço...Apertou com tanta força que eu pensei realmente que fosse morrer...Mas o pior disso tudo é que eu não me importava se ele me matasse porque ao menos toda essa dor que eu sinto dentro de mim teria terminado. Eu não aguento mais esta tortura, mas tambem nao suprotaria largar a minha profissão. Eu amo ser enfermeira, amo ajudar os outros...Me ajuda, Derek, por favor...

Ela chorava e soluçava, tremendo por todo o lado. Discretamente, apertei o botao para chamar o enfermeiro e ele apreceu rapidamente. Assim que olhei para ele e apontei para Sarah, ele percebeu e saiu do quarto, voltando minutos depois com 1 comprimido e 1 copo de água.

-Sarah, meu amor, toma isso - Disse o enfermeiro.

Ela olhou para ele e depois para o comprimido

-Porquê um calmante?

-Porque estás nervosa e isso só vai piorar o teu estado clinico---

Vi ela pegar o comprimido e tomar ele mas quando foi para agarrar o copo de água, a sua mão nao parava de tremer, entao eu peguei o copo e encostei nos lábios dela, enquanto ela bebia a agua e se deitava, ainda soluçando. O enfermeiro nos deixou e eu agarrei a mão dela.

-Eu sei que fiz burrada da grande e que você me odeia muito mas eu quero te pedir uma segunda chance...Eu não sei o que tu me fizeste, so sei que não consigo passar um minuto sem pensar em ti...sem querer o teu cheiro em mim...os teus lábios nos meus...Eu acabei me apaixonando por ti, minha ruiinha...E eu vou conseguir te livrar desse médico horrivel...E nós vamos ficar juntos porque...porque eu te amo...

Quando terminei de falar, olhei para ela, os seus olhos quase fechados mas um sorriso nos seus lábios. Vi ela abrir a boca e murmurar as melhores palavras do mundo.

- Eu também te amo...

Blind HopeOnde histórias criam vida. Descubra agora