50 Tons de Libertação e Amor - Primeira Temporada

Capítulo 28

Fico olhando o carro se afastar, levando a minha esposa, mãe de meus filhos, amor da minha vida, a única mulher que foi capaz de derreter o gelo que trazia dentro de mim, a única mulher que fez nascer em mim, coisas que eu nem sabia que existia. Que me fez ver que tenho um coração sim, e que ela é a única dona dele, que posso amar sim e somente ela é digna de receber esse amor.

Sinto algo estranho no peito, uma inquietação, balanço a cabeça para afastar essa sensação e entro no carro, onde Taylor me espera.

Sigo em direção a minha empresa, mas antes passo em uma floricultura, compro um lindo buque para ela, penso que nunca dei flores a nenhuma mulher, mas com Anastásia é tudo diferente, ela é diferente, soube disso desde o dia que a beijei pela primeira vez. Aquele beijo me tirou o sono por dias.

Mando entregar o buque na Galeria, junto com um cartão, onde me declaro mais uma vez para ela, coisa que nunca vou me cansar de fazer, me declarar, dizer a ela o quanto a amo, o quanto ela significa para mim, acho que fiquei em silêncio durante muito tempo da minha vida, agora chegou a hora de mudar isso e Anastásia com sua doçura me faz querer isso cada dia mais.

Chego à empresa, conto a novidade para meu pai que me felicita, dizendo que finalmente criei juízo e tem orgulho de mim.

Mas uma vez tenho que agradecer a Anastásia, apesar de ser esforçado, responsável com os negócios da família, sempre fui taxado de irresponsável, de inconstante e sem sentimentos, tudo porque não conseguia manter uma mulher apenas na minha vida, além de Elena, e que não era bem vista pela minha família.

Vou para minha sala, resolvo alguns negócios, mas meu pensamento está nela. Em meus filhos, porra como estou feliz. Quando ela me manda a mensagem dizendo que já está a caminho da Galeria, mando outra carinhosa e com humor, coisa que não sabia que tinha até ela entrar na minha vida.

Termino meu trabalho rápido, aviso minha PA e meu pai que vou embora e saio com Taylor em direção a Galeria, buscar minha esposa e filhos, sorrio em pensar que terei que comprar um carro maior, também penso na decoração suspensa do quarto que Anastásia ainda estava decidindo, teremos que comprar tudo em dobro agora.

Penso na loucura que vai se transformar nossas vidas, duas crianças, duas vidas para cuidar e proteger. Lembro-me de Christopher, em como minha mãe sempre o protegia e mimava, o levando em musicais e exposições. Sabia que apesar de nos amar, ele era o preferido dela, por herdar a sensibilidade dela, então eu tive que aprender a ser forte como meu pai, penso que meus filhos não vão crescer assim, eles terão amor e tratamento igual, mesmo que possuam gostos e habilidades diferentes.

Taylor estaciona próximo ao carro da minha família, desço ansioso para rever minha esposa, abraçar-lhe, a tirar daqui e leva-la para nossa casa,, para comemorarmos a noticia.

Ando rápido e entro na Galeria, escuto algo que se parece com tiro, meu sangue gela, corro mais rápido, meu coração acelera e algo comprime meu peito, aquela inquietação que senti quando vi o carro se afastando com ela, cresce dentro de mim, me fazendo ir mais rápido, é quando escuto outro tiro seguido de gritos e choros, reconheço o de minha mãe e corro ainda mais.

Chego ao local a tempo de ver Elena atirando em sua própria cabeça, corro e me deparo com a cena mais horrível e triste da minha vida, a cena que daria minha vida para nunca presenciar.

Anastásia caída no chão, minha mãe e Mia chorando, ajoelhadas ao lado dela, Mia desesperada segura a sua mão e fala palavras que não consigo ouvir tamanho meu desespero.

- Anastásia!- grito antes de cair ajoelhado ao seu lado, - Princesa.- falo observando seu rosto lindo, de um lado coberto de sangue, seguro suas mãos, sinto sua pulsação fraca.- por favor, Princesa, aguente firme.- peço desesperado, ela parece me ouvir, e mostrando um esforço enorme, abre um pouco os olhos, vejo o azul que ilumina minha vida, tão opaco que me dói a alma, nunca pensei sentir tanta dor assim, estende a sua mão e me acaricia, penso em quantas vezes neguei esse gesto a ela e me sinto desmoronar, minha lágrimas caem livremente pelo meu rosto, - por favor, não me deixe.- Murmuro beijando sua mão que parece tão fraca. Fecha seus olhos e meu mundo parece perder o sentido nesse momento, escuto um suspiro, não, ela não pode fazer isso comigo.- ANA!- grito em desespero. Sacudo seus ombros, em uma vã esperança que ela acorde.- Por favor, fale comigo!