Anastásia foi para a França, trabalhava muito, além do estágio, durante o dia, tinha que fazer um curso extra, sobre História da Arte, à noite, mas se sentia grata a isso, pelo ao menos se cansava e não tinha tempo de pensar, e aos fins de semana, fazia o trabalho de palestrante para alguns turistas, que queria saber mais sobre o Louvre.
A saudade de Amadeo ainda estava lá, mas ela sempre a empurrava para longe, quando se lembrava de seus beijos, seus sorrisos e de ele dizer que a amava.
Decidirá que nunca mais iria deixar homem nenhum se aproximar dela, que nenhum mais possuiria seu corpo ou seu coração.
Kate sempre ligava para ela, para saber como ela estava, e em uma das ligações, lhe contou que Jill havia entrado com uma ação e arrombado o apartamento dele, já que o contrato de aluguel havia acabado, Anastásia soube também que ele havia pago três meses de aluguel adiantado.
Isso só reforçava a tese que ele era casado, ou tinha alguém e o apartamento só servia de abatedouro, isso só a revoltava mais.
E o que a intrigava era que não foi encontrado nenhum quadro, ela se perguntava se ele já não estava pensando em desaparecer, quando viu que ela estava desconfiando dele, e o amor e saudade que sentia dele, se tornou em raiva e revolta.
Só não sabia como voltar para o apartamento dela, sem olhar para o a porta do apartamento dele e sofrer, sem sentir saudade, acabou confessando isso a Kate, que deu a ideia de ela vender o apartamento e comprar outro, ela achou isso meio exagerado, mas Kate falou sobre o apartamento do irmão dela, que iria ficar vago quando ele se cassasse, ela poderia loca-lo, enquanto decidia o que fazer com o outro, pelo ao menos isso a pouparia de lembranças e sofrimentos.
Ficou de pensar um pouco, mas acabou aceitando, Kate que havia ficado com suas chaves, cuidou de sua mudança e quando Anastásia voltasse, teria uma casa nova e uma vida nova, sem lembranças que tanto a machucavam.
E assim acabou o ano, seu estágio, e ela ainda tirou um tempo com a família em Nova Iorque, e quando voltou para Seattle, Kate promoveu uma festa de boas vindas para ela.
Anastásia sentia que sua vida estava voltando ao normal, tinha seu trabalho de volta, um apartamento lindo, pois conseguiu vender seu antigo e seu pai como sempre, a ajudou a comprar o apartamento do irmão de Kate.
- Vamos Anastásia, vai ser legal, é apenas alguns amigos, vamos tomar alguma coisa e vamos embora cedo, afinal todos temos que trabalhar amanhã.- Lauren tenta convencer Anastásia a sair com ela e mais alguns funcionários da Galeria para comemorarem seu aniversário.
- Eu não vou pois vou jantar com meu marido, ele fechou mais um projeto na construtora e vamos comemorar.- Kate fala.
Anastásia termina de fazer anotações para a próxima exposição e fala decidida:
- Ok, nos encontramos lá.- Lauren sorri e se afasta, Kate olha para Anastásia e sorri de aprovação.
- Você está certa, Ana, tem que se divertir.
- Eu sei.- fala sorrindo triste.- ele ficou para trás e eu tenho que seguir em frente.
- É assim que se fala, amiga, e se precisar de uma ajuda para ir mais em frente, estou aqui.
- Eu sei.- Anastásia fala e abraçando a amiga.- obrigada.
- Tudo bem, agradeça indo a festa de Lauren e ficando com algum gatinho.
- Isso é impossível, Kate, não quero saber de mais nenhum homem.
- Um dia você vai encontrar alguém.
- Não quero, Kate, meu coração está fechado para isso.
Kate somente balança a cabeça e se afasta, Anastásia termina suas anotações, reúne suas coisas e vai para casa, pensando em se arrumar para a festa de Lauren.
Anastásia olhava para o relógio, pensando em ir embora, já havia feito a social para Lauren, tomado algumas cervejas e se sentia meio tonta, se felicitava por ter tido a ideia de vir de taxi, não se sentia bem para dirigir.
Resolve ir ao banheiro e depois se despedir de todos.
O Barzinho ficava no segundo andar de um restaurante, do mezanino se podia ver os casais sentados a sua mesa, Anastásia pensa em como seria bom ter alguém que a levasse para jantar, seu pensamento vai para Amadeo e ela balança a cabeça para afastar isso.
Usa o banheiro e resolve voltar para onde o pessoal está, olha para baixo e um casal lhe chama a atenção, ela olha bem e o reconhece, se segura firme na mureta para não cair, ele está lindo, de smoking, parece feliz, pois está sorrindo para uma loira, muito oxigenada para o gosto dela e parece ser um pouco mais velha que ele, isso a revolta, tenta se controlar, mas não consegue, desce as escadas e caminha até a mesa dele, o observando fixo.
Tem vontade de chegar à mesa e fazer um escândalo, mas sabe que não será o certo, apenas caminha mais para perto, o olhando fixo, ele parece sentir o olhar dela, e desvia seu olhar para ela, seus olhos se cruzam, mas ele não esboça reação nenhuma, ao contrário dela, que sente seu olhar arder pela vontade de chorar, por ver a traição dele se concretizar a frente dela, ela fica ali, parada estática, não consegue sequer pensar no que fazer.
- A senhorita está bem?- ele pergunta, Anastásia não acredita que ele está fazendo de conta que não a conhece,- precisa de algo?
- Vocês se conhecem?- a loira pergunta, olhando de um para o outro, e ele faz que não com a cabeça.
- A senhorita o está incomodando, Senhor?- um funcionário pergunta.
Ela não espera resposta, se vira e vai embora, luta para não chorar ali, na frente dele, na frente das pessoas que a olham como se ela fosse de outro mundo.
Corre para fora, e faz sinal para o primeiro taxi que aparece, entra e se senta no banco de trás.
- Qual o endereço, Senhorita?- ela fala no automático, mas mal ouve sua voz.
Fecha os olhos e não acredita que passou por isso, que ele a apagou da vida dele de tal forma que fez questão de negar conhece-la, isso além de machuca-la a revolta.
Acaba deixando as lágrimas rolarem, chora em silêncio, seu coração dói tanto, se sente tão abandonada, tão rejeitada, agora tem certeza que ele era casado, que tinha alguém, por isso de tanto mistério, de tanta espera, se sente uma idiota por ter acreditado tanto nele, por ter se apaixonado por alguém assim.
Se antes seu coração já estava fechado, agora o trancou de vez, nunca mais vai deixar homem nenhum a fazer de idiota de novo, usar o corpo dela, com falsas juras de amor, com falsas caricias, nunca mais vai querer saber de homem nenhum, e vai odiar Amadeo Ricci pelo resto da vida, por ter lhe enganado tanto, por ter feito tanto mal a ela. Nesse momento percebe que agiu certo em nunca se abrir para ele, ele não merecia isso, não merecia o amor dela, e pensando bem, nenhum homem merece.
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50 Tons de Libertação e Amor - Primeira Temporada
Fiksi PenggemarO amor pode nos tornar prisioneiros, mas também pode nos libertar, libertar de passados tristes, de desilusões, de humilhações e nos fazer uma pessoa melhor, e é essa Fic é sobre isso, um vai ensinar ao outro a amar e também se libertarem para poder...