A Adriana já saiu do quarto do André e foi para casa e os pais de André foram deixar as suas coisas a casa do moreno. Apenas aqui está Afonso:
-Anda lá, Matilde. Vai ver o meu irmão. Ele precisa de ti.
-Eu não sei se é boa ideia- digo reticente.
-Pois, mas eu sei. Vais e nem que eu tenha que te levar ao colo.
-Pronto, eu vou, Afonso- digo indo em direção ao quarto do André e entrando. Nunca pensei ver esta imagem na minha vida: um André totalmente indefeso, com uma ligadura na cabeça e sem ainda ter acordado após a operação. Uma lágrima escorre-me pelo rosto e eu aproximo-me do moreno agarrando na sua mão.
-André, meu amor- digo acariciando a sua face com a minha mão livre- Não sabes o tempo que eu esperei para te voltar a ver, as vezes que eu desejei nunca te ter deixado sair por aquela porta zangado comigo naquele dia. Eu fui tão estúpida. Porque é que não tentámos uma relação à distância? Qualquer coisa teria sido melhor do que nada. Mas pensando bem, talvez hoje fizesse tudo da mesma maneira. Tu foste para o Chelsea e agora estás no Real Madrid. Esse sempre foi o teu sonho e eu não te podia impedir de o alcançares. Já viste? O destino não brinca em serviço. Após quatro longos anos sem te ver, tu magoas-te e ficas em risco de vida e é incrível como vieste para este hospital e como fui eu a operar-te, a salvar-te. Sempre te disse que és o amor da minha vida e agora o destino encarregou-se de nos devolver um ao outro e dar-nos uma segunda opurtunidade, dar-me uma segunda opurtunidade. Eu amo-te, André. Acorda, nem que seja pelo teu irmão e pelos teus pais. Tu vais ficar bem. Tu és um lutador, vá lá, acorda- digo e sinto a minha mão a ser apertada. Dirijo o meu olhar para André e ele está a abrir os olhos.
-Onde é que eu estou? Quem és tu? O que é que aconteceu?- pergunta vizivelmente assustado e confuso. Ele não se lembra de mim, o amor da minha vida não se lembra de mim.
-Calma.Tu estás no hospital. Eu sou a médica que te operou. Tu estavas a jogar futebol e um adversário chocou contra ti. Tiveste uma fratura craniana, mas agora está tudo bem. Já não corres perigo- sigo tentando acalmá-lo.
-Então tu salvaste-me a vida. Obrigada, muito obrigada. E eu a pensar que eras alguma fã maluca- diz sorrindo. As saudades que eu tinha deste sorriso, meu Deus.
-Também sou tua fã, André.
-Como é que te chamas?- pergunta o moreno. Ele definitivamente esqueceu-se. Talvez seja melhor assim.
-Matilde. Lembraste de tudo? É que podes ter ficado sem memória.
-Sei que tenho um irmão, um pai, uma mãe e cinco primos que devem estar a morrer se preocupação. Tenho fama de mulherengo, mas é mentira, ok? Não quero causar já má impressão. Sei que jogo no Real Madrid e que vim do Chelsea. O meu primeiro clube foi o Porto, acho eu, onde joguei na equipa B e depois só me lembro de estar no Chelsea e sair para o Real.
-Então não te lembras de jogar na equipa A, nem desses anos da tua vida?- pergunto.
-Eu joguei na equipa A? Não me lembro. Não me lembro de nada dessa época.
-É normal. Aos poucos vais recuperar a memória. Tens de ter calma.
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Memories- André Silva (2ª temporada de Oops...I love you)
Fiksi PenggemarMemórias. Cada um tem as suas. As minhas parecem basear-se apenas no moreno com o sorriso mais cativante que alguma vez os meus olhos tiveram o prazer de apreciar.