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O Começo Do Fim

- Bem, alguém pode me dizer a primeira escola literária? Srta. Pierce? Srta.?

- Kat, acorda! - Escuto um sussurro vindo de trás.

- Não fui eu ! - Falo desesperada e ouço risos abafados pela sala.

- Sra. Pierce, dormindo na aula de novo? - Sr. Flitz, professor de literatura, questiona.

- N-não, eu só estava...- O sinal toca e eu tento pegar os meus livros o mais rápido possível e sair.

- Senhorita. - Ele tosse e eu sou obrigada a olhá-lo.

- Sim? - Sorrio forçadamente.

- Eu estou preocupado com você. Sempre foi a que mais prestava atenção nas minhas aulas...

- Com licença, - O interrompi. - mas eu tenho que ir. Podemos conversar sobre o meu regresso amanhã ? - Sorri torcendo que ele também fizesse o mesmo.

- Claro, na detenção. - Ele me entrega o passe livre sem volta pra 2 horas seguidas de castigo. Saio para o corredor, e sigo para a cantina.

- É a quarta vez essa semana, o que você anda fazendo pra tá tão... - Emy,  faz uma cara de sono me imitando. Como minha melhor amiga, na verdade a única, e capitã do time de futebol, ela tinha esse "direito" de me zoar.

- Eu já te falei. Minha mãe achou um "emprego" como babá pra mim.- Eu respondo abrindo meu armário, e guardando os cadernos.

- Verdade. Mas as crianças devem ser uns capetinhas né?! - Ela fala sorrindo.

- Capaz. - Rimos. - Eu gosto delas. Eu me dou bem com elas.

- Eu sei. Não entendo como uma pessoa impaciente como você consegue. - Ela fecha o meu armário. -  Também, com um homem daquele como pai, até eu faria um esforço extra. - Sinto um tom de insinuação e reviro os olhos.

- É , mais um mistério do universo que nunca desvendaremos. - Seguimos em frente. Ao chegar ao refeitório, pegamos bandejas e vamos para fila.

- Voltando ao assunto, - ela diz fazendo uma cara de nojinho pra comida que estavam servindo. - sério que ele é casado com uma mulher 20 anos mais velha que ele ?

- Sim, também fiquei em choque. - Olho para a comida e finjo estar com ânsia de vomito. - Já percebeu que é sempre nós que esquecemos o dinheiro pra comprar lanche?  Isso aqui tá mais pra tratamento de lixo.

- Duas não dá uma. - Emy fala enquanto dirigia-se a "nossa" mesa, ou a que não tinha ninguém, do lado de fora.

- Incentivador. - Sorrio, e tento comer aquela gororoba.

- Tá, tá. O cara tem 26 anos, ela 50. Os dois tem 2 filhos juntos, e ela mais outros 2?

- Ainda tá pensando nisso ? - A olho. - É, exatamente. Mas pelo menos, as 2 gurias vivem com o ex-marido. Deve ser por essa razão que me contrataram.

- Meu Deus, ela deve ser muito boa transando, ou deve ser muita rica. - Ela diz com tom de deboche.

-  Emy! Que merda ! - Soltamos gargalhadas. - É tão difícil aceitar que ambos se amam incondicionalmente e verdadeiramente ? - Nos olhamos em silêncio e voltamos a rir.

- É dificílimo! Mas ... - Alguém a empurra a fazendo sujar o rosto com o lixo que chamamos de almoço.

- Garota, qual o seu problema ? Tem estrume no lugar do cérebro? - Eu me levanto o mais rápido possível e a afasto de Emy.

- Cada dia uma piadinha nova Katherine. Relaxa, eu só quis dar uma melhorada no visual dela. - Lexie, a típica e clichê menina do ensino médio. Aquela que tem 1002 seguidores no seu Instagram com fotos tumblr e que ataca qualquer menino novo que chega na cidade.

- Ah, então você quer dar uma de solidária ? Deixa eu te dar o exemplo. - Eu pego a minha bandeja e jogo no seu cabelo. - Perfeito, agora o seu "visual" ficou mais aprimorado. - Sorrio ironicamente enquanto ela grita de raiva. - Vamos Emy, já vai bater.

- Sua arrombada. - Escuto os gritos.

- Procurando tua moral filha da puta. - Emy grita lá de dentro. O sinal toca.

- Uau, sua rebelde. - Começamos a rir e lembrar do que acabara de acontecer enquanto entramos na sala.

- Você não. - Sou impedida de entrar pelo professor de física, que coloca os braços na porta.

- O que eu fiz?

- A diretora requisita sua presença. - Eu escuto, e os meus olhos com os de Emy se encontram. Ele entra e a porta é fechada.

- Que zona eu fiz agora ?