- Ata. - Falei cruzando os braços ao entrar na sala de espera.- Você achou mesmo que você ia sair impune ? - Lexie diz levantando da cadeira.
- Tô cagando, é só mais uma hora de detenção.
- Eu te garanto que menos que uma suspensão não vai ser. Tu acha que uma menina escrota igual você pode me humilhar daquele jeito?
- Ué? Mas você faz isso direto. - Disse retribuindo o empurrão que ela me dá.
- Mas que putaria é essa ? - Fiquei perplexa em ver aquelas palavras saindo da boca da diretora. - Entrem, agora. - Entramos na sala, e eu expliquei o que houve. Ela reconheceu que não era motivo de suspensão, e no final o que aumentou foi a minha detenção.
- Dessa vez pode ter passado. - Lexie me provoca.
- Vai falar com quem se importa com a sua existência. - Eu disse a dando as costas e indo até o meu armário.
- E aí? Lexie? - Emy surge do nada.
- Caralho! Não faz isso. - Disse guardando os livros e saindo pela porta principal. - Sim, Lexie. Acredita que ela queria que me suspendessem ?
- Por que eu não tô surpresa? Escuta, vamos fazer alguma coisa nesse fim de semana?
- Se a família diferentona não precisar de mim, combinamos. - Me despeço e entro no carro. Não entro em detalhes sobre como foi a minha rotina interessantíssima com a minha "mamãe". Após chegar em casa, vou direto pro chuveiro. Depois de um dia desses, eu só queria sentar e torcer pra que todos os meus problemas escorressem direto pelo ralo. Visto o meu vestido preto que já virou uniforme do trabalho arranjado, calço um tênis e pego uma jaqueta jeans.
- Mãe! Eu tô indo! - Desço a escada saindo pela porta e pegando minha bicicleta. Sim, meus pais não confiam o suficiente em mim pra eu ter um carro ou usar o deles, e sim eu tô pedalando de vestido, que sexy não é ?
- Você já pegou os brinquedos que estavam na mesa? - Escuto a voz da Sra. Johnson ao fechar a porta.
- Com licença? - Caminho até onde estão.
- Katherine! Que bom que chegou. Já estava de saída. - Ela diz.
- Estava? O Sr. Johnson não... vai? - Pergunto.
- Não, vou ficar hoje, caso precise da minha ajuda. - Um certo arrepio involuntário passa pelo meu corpo ao escutar aquela voz vindo por trás de mim.
- Qualquer coisa me liguem. Sei que não será necessário. - Ela passa pela porta. - Até mais. - A fecha.
- Então... - O Sr. Johnson tenta falar quando as meninas surgem e me abraçam.
- Meninas! Já estava com saudades. Vamos brincar do que hoje?
- Pode ser de massinha ? - Uma delas pergunta.
- Por que não ? - Vamos até a sala e então começamos a brincar com as massas de modelar. O avistei, e puxei assunto pra quebrar o gelo. - Então ...?
- Então ? - Sinto um tom de desentendimento.
- O que ia me falar ?
- Ah, é. Você pode vir amanhã de manhã ? Eu e a Sam temos um compromisso. - Ele se aproxima e senta do meu lado.
- É que Sr. Johnson..
- Aaron, pode me chamar de Aaron. - Ele me interrompe.
- Meio que aconteceu algumas coisas na escola hoje, e eu tenho detenção por 3 horas na manhã. Mas eu posso vir a tarde. - Falo rápido enquanto tento tirar os restos de massinha da minha mão.
- Detenção? - Ele sorri, e puta que pariu, que sorriso. - Parece que temos uma rebelde entre nós.
- Ah foi nada de mais. Aquelas provocações rotineiras do ensino médio. - Sorri.
- Bem a tarde não precisa, mas a noite creio que sim. Tem como você dormir aqui? - Eu o encaro e me perdo naqueles olhos que não consigo definir qual a cor certa.
- E-eu precisaria falar com os meus pais sabe ?
- Claro. - Ele me toma a massinha. - Vou te ensinar como fazer uma verdadeira obra de arte.
- Ata, eu vejo. - O observo, e penso no que Emy insinuou hoje, tenho certeza que ela gostaria de ser essa massinha. E sinceramente eu também.
- Não, não é assim. - Pego a massinha.- Senhorita, está subestimando minhas habilidades? - Como eu queria descobrir quais eram.
- Que habilidades ? - Falo num tom desafiante.
- Está bem Sra. Rebelde, me mostre.
- Tenho uma ideia melhor. - Chamo uma das meninas. - Por que você não ensina o papai como se faz ? - Ambos sorrimos. - Sr... quer dizer, Aaron. Onde fica o banheiro?
- Segunda porta no corredor a direita. - Ele fala apontando a mesma e direcionando sua atenção a filha. Vou até o banheiro e lavo meu rosto. Encaro o meu reflexo.
- Cara, como que eu vou conseguir trabalhar desse jeito? - Seco o rosto e saio.
Passa um tempo até que a Sra. Johnson chega e eu vou embora. Aaron me oferece uma carona até em casa mas eu o digo que estou de bicicleta, o que o faz gargalhar. Chego em casa e vou direto pra cama. Amanhã eu teria uma manhã longa, e a última coisa que eu queria era ficar sem dormir pensando nas coisas.
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Forbidden
FanfictionProvavelmente você já quis ser aquela menina de olhos azuis, diferentona, porém popular. Aquela que todos os meninos correm atrás, mas ela gosta do outro diferentão que não gosta dela mas no final acaba gostando. A menina a qual sempre faz um coque...