Provavelmente você já quis ser aquela menina de olhos azuis, diferentona, porém popular. Aquela que todos os meninos correm atrás, mas ela gosta do outro diferentão que não gosta dela mas no final acaba gostando. A menina a qual sempre faz um coque...
Vou descendo cada degrau cuidadosamente, e cada passo que dou penso em várias possibilidades do porque a Sra. Johnson está aqui, e quando percebo já estou no andar de baixo.
- Filha, vou deixar vocês sozinhas okey? Qualquer coisa estou na cozinha. - Minha mãe coloca a mão no ombro dela. - Fique a vontade.
- Pode deixar. - Samantha sorri e enfim ficamos sozinhas.
- Então...
- Então Srta. Pierce, vim aqui falar sobre a viagem. - Ela senta em uma poltrona. - Nós a adiamos, vamos embarcar no avião segunda-feira.
- Segunda? - Enfatizo cruzando os braços.
- Sim, e aproveitando que eu já estava passando por aqui, quis vir e esclarecer algumas coisas. - Sinto certos calafrios ao escutar tais palavras.
- Estou ouvindo. - Me encosto em uma coluna da sala.
- Eu preciso que você fique sempre com as meninas, sempre. Afinal, é pra isso que eu te pago. - Respiro fundo, ela está certa no final das contas. - Em alguns momentos eu irei sair com as minhas outras filhas para alguns compromissos...
- E com o Sr. Johnson suponho. - Me intrometo.
- Não! - Ela responde rapidamente. - Quer dizer, quero passar alguns momentos sozinha com elas, então nessas situações e só nessas, ele ficará com vocês quando eu não estiver por perto. - Parte de mim está chorando de tanto rir.
- Entendi. Há mais alguma coisa necessária que eu deva levar? - Gesticulo com as mãos.
- Não, se tiver eu falo com a sua mãe. - Ela me trata como se eu fosse uma das crianças que vai viajar junto, mal sabe ela que haveria um incesto se fosse verdade.
- Tá... - A conversa empaca quando o celular da Sam começa a tocar e ela é obrigada a levantar.
- Só um instante. - Ela diz indo até o final do corredor. - Aaron! Graças a Deus você me ligou! Onde estava?! - Me esforço pra escutar. - Fiquei em casa te esperando e nada. Está tudo bem? - Como assim ele não foi pra casa? - Em casa a gente conversa. Tchau, te amo. - Ela desliga o celular e eu volto a minha posição normal.
- Tá tudo bem? - Me faço.
- Sim. - Ela sorri falsamente. - Bom, tenho que ir.
- Mas já? - Minha mãe surge da cozinha. - Que pena. Mas aproveitando, muito obrigada pelo emprego e por essa oportunidade que vocês estão dando para Katherine de viajar para os exterior. - Minha mãe como sempre gentil.
- Foi nada, o que seria do ser humano sem ajudar os necessitados? - Franzo a testa, e minha mãe fica sem jeito.
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- Então, até mais. - A forço sair pela porta e fecho a mesma. Não acredito que ela disse aquilo.
- Aconteceu alguma coisa? - Minha mãe que segura o pano da louça me pergunta.
