Provavelmente você já quis ser aquela menina de olhos azuis, diferentona, porém popular. Aquela que todos os meninos correm atrás, mas ela gosta do outro diferentão que não gosta dela mas no final acaba gostando. A menina a qual sempre faz um coque...
- Angelica? Jessie? - Aaron sai completamente de perto de mim, e vai até elas, as outras filhas de Sam, e eu fico ali. Sem saber o que fazer. Com medo de elas terem visto o que tinha acontecido.
- Quem é essa? - Elas perguntam olhando para mim com uma cara de nojo. Mau comidas.
- Katherine. A Bába delas. - Vou até as meninas que estavam atrás delas na porta. - Vamos subir?
- Sim! Quero te mostrar minhas Barbies novas. - Wylda diz, e ambas me dão as mãos.
- O que aconteceu ? - Jessie, de 12 anos, pergunta.
- Um acidente na cozinha. - Pude escutar Aaron se explicando. - Vocês já vão?
- Sim. - Angelica, a de 20 anos , responde bem fria. - Jay está esperando no carro. - O pai delas.
- Ta bom, até amanhã. - Escuto a porta se fechando.
Eu estava com medo, não delas, mas sim dele. Estava totalmente nervosa. Não queria escutar os passos subindo as escadas, não queria ver o seu rosto, porque eu sabia que o que tínhamos feito era totalmente errado, e que uma hora teríamos que esclarecer isso.
- Que linda! - Falo olhando uma das Barbies. - Em falar nisso, o seu pai e eu pensamos em assistir um filme dela hoje com vocês. O que acham?
- Eba! Faz tempo que a gente não assiste um. - Romy responde e eu sinto aquela sensação estranha de quando alguém está atrás de mim.
- Então, eu e a Katherine...
- Panda. - Wylda interrompe Aaron.
- Panda. Vamos descer para arrumar o filme. - Ele diz e eu por um momento queria ter um superbonder para me colar no chão e não sair dali.
- Agora? - Olho para ele, o qual não diz nada, só assente com a cabeça e sai. - Já volto meninas. - Desço as escadas e ele estava na sala, colocando uma blusa.
- Katherine. - Ele se vira.
- Olha me desculpa, eu sei que foi errado. Não deveria ter feito isso, foi no momento. Você tem duas filhas e uma mulher... - Tento me explicar até que ele vem na minha direção e me interrompe com um beijo. Mas o que? - que te ama. - Completo a frase.
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- Já não é de hoje que eu queria fazer isso. - Ele ta me dizendo isso mesmo ou eu to alucinando?
- Eu não sei o que falar. - Eu fico mais confusa do que já tava.
- Papai? Podemos assistir? - Wylda pergunta, fazendo com que nos distanciássemos, e desce com Romy sentando no sofá.
- Claro meus amores. - Ele senta com elas e em seguida as enche de beijos. Eu fico tentando raciocinar tudo enquanto arrumo o filme.
- Vai começar, presta atenção que depois eu vou perguntar. - Aaron diz.
Eu me sento no outro lado do sofá, e olho fixo para a TV. Eu nem sequer presto atenção no filme, eu só fico pensando no que ta acontecendo. Na verdade, eu tento entender. De vez em quando eu o olho, e todas as vezes ele corresponde. Eu to feliz, de eu não ser a única que queria isso. Mas eu não achei que sentiria esse sentimento. Culpa.
Após o término do filme, as meninas já estavam podres de sono. Eu e o Aaron levamos as duas para a cama. E depois fomos para o corredor.
- Aaron, isso não ta certo. - Eu digo.
- Eu sei. - Ele diz e eu desvio o olhar.
- Eu não quero ser mais um motivo pra vocês brigarem.- Eu falo passando os dedos pelos meus cabelos.
- Você já é. Sam tem um pouco de ciúmes de você. - Ele fala.
- Um pouco? Eu percebi isso só no jeito que ela fala comigo. E agora depois disso... - Eu me aproximo dele. - Se isso parar agora, e fingirmos que nada disso aconteceu, nós não teremos motivos para nos explicar e eu posso continuar aqui.
- Mas e se eu não quiser parar? - Ele me encurrala na parede.
- A-aron. - Gaguejo. - Você não a ama? - Ele me fuzila com aqueles olhos azuis, que me fazem adormecer as pernas, enquanto espero a resposta.
- Cheguei. - Escuto a voz de Sam, e imediatamente o empurro para o outro lado do corredor. Entro para o quarto das meninas, e fico lá, as observando enquanto ela sobe as escadas.
- As meninas estão dormindo? - Ela pergunta a Aaron e eu saio do quarto, fechando a porta.
- Sim. - Ele responde me encarando e logo olhando para ela.
- Estou exausta. - Ela fala o puxando para um abraço e eu aproveito para descer até a sala para pegar minha mochila. - Ainda bem que amanhã não vou precisar ir.
- Não vai? - Ele indaga rapidamente enquanto eu subo de volta.
- Não... Então eu pensei que a gente podia aproveitar bem essa noite já que amanhã vamos poder descansar. - Eu escuto aquilo e capto o recado. Tenho quase certeza que ela estava fazendo de propósito. - Faz um tempo já... - Caminho pelo corredor em direção ao quarto de hóspedes e ela totalmente me ignora. - Vem. - Ela entra para dentro do quarto, e ele me lança um olhar triste antes de entrar. - Vamos! - Ela o puxa e fecha a porta, fazendo com que eu faça o mesmo.
Eu me arrumo para dormir, e deito na cama. Já passou 1 hora, e eu não consigo dormir. Talvez seja pelos pensamentos aleatórios sobre o que aconteceu hoje, ou talvez seja por causa dos barulhos vindos do outro quarto. Sim, dá pra escutar tudo. E é quase como se eu tivesse vendo um vídeo do Xvideos.
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Por mais ansiosa, e nervosa que eu seja, e por mais que eu não queira continuar com isso, eu gostaria muito de estar no lugar dela. E é ai que eu empaco. Eu não sei o que fazer, eu não sei o que eu quero, porque eu mesma não entendo o que eu to sentindo, então como vou conseguir lidar com isso? Imagine se eu tivesse no lugar das meninas, que tivesse um pai que estivesse traindo a própria mãe na casa, ou da Sam, que sai do trabalho, e o marido a trai com a bábá!? No que isso vai dar?
E então vem a pergunta: Viro ou não o motivo dele cometer o adultério?
