Provavelmente você já quis ser aquela menina de olhos azuis, diferentona, porém popular. Aquela que todos os meninos correm atrás, mas ela gosta do outro diferentão que não gosta dela mas no final acaba gostando. A menina a qual sempre faz um coque...
- Los Angeles? - Abro os olhos lentamente ao ouvir Harry. - Tá. Eu, eu te ligo depois. - Ele desliga o mesmo após notar que acordei.
- Que horas são? - Tento sair da cama sem derrubar os doces espalhadas por ela.
- Três horas. - Arregalo os olhos. - Pois é. - Ele sorri.
- Minha nossa, a gente nem almoçou. - Coloco minhas mãos no rosto.
- Meu Deus, sério que tu ta preocupada com o almoço? - Ele guarda o restante no frigobar.
- Foi a primeira coisa que veio na minha cabeça. - Digo me levantando.
- Aonde você vai? - Ele me pergunta ao me ver abrir a porta.
- Sei lá, tomar um banho, mexer no celular, explorar o hotel. - Respiro fundo. - Alguma coisa. Quer, vir comigo? - Ele me olha de relance e pega o celular.
- Eu tenho que fazer uns telefonemas, eu te acho depois. - Recebo um sorriso de canto e aceno com a cabeça saindo logo em seguida.
Estou calma acho que pela primeira vez nesses dias. Não sou acostumada a dormir fora de horário, e quando durmo fico com um remorço que meu Deus, mas dessa vez parece que deixei uma parte do peso das minhas costas naquela cama.
Amanhã, amanhã é o dia que eu deveria voltar para a Inglaterra. Amanhã é o dia que quero passar bem longe daquela casa branca, e achar um jeito de tentar esquecer, seguir em frente.
Arrumo as minhas coisas na mala, e deixo de fora só o que vou usar agora e amanhã quando voltar para casa. Aproveito para tomar um banho gelado e tentar ficar decente pra passar o resto do dia fazendo qualquer coisa. Eu vi no lobby algumas placas indicando uma piscina, e fiquei curiosa pra ver.
Se passaram uma hora e nenhum sinal do Harry. Decido sair da espreguiçadeira, "fechar" o " Quem é você, Alasca?" no iBooks e ir ver se por acaso ele não se perdeu no hotel ou ficou preso no quarto.
- Harry? Ta ai? - Empurro lentamente a porta após perceber que a mesma estava aberta. - Puta merda, você não morreu.
- Ah, oi. - Ele responde enquanto bloqueia o celular e coça a testa onde estava o seu chapéu.
- Tua porta tava escorada, e você não foi me procurar, comecei a achar que tinha acontecido algo, sei lá. - Vou até a sua cama onde ele está sentado.
- Tava resolvendo algumas coisas do trabalho. - Harry diz enquanto descana suas mãos entre suas pernas.
Que obsceno.
Cala boca.
- Ah. - É tudo que digo, não sei mais sobre o que falar. E após ficarmos em silêncio, ele larga.
- Você quer sair?
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- Com você? - Digo institivamente.
- Não, com a Shakira. Óbvio né. - Reviro os olhos.
