E novamente à noite eu precisaria ir até a residência dos Johnsons cuidar de suas filhas amadas. Meu pai me dá uma carona até à frente da casa, onde as crianças estavam brincando.- O que vocês fazem aqui fora de noite? - Pergunto.
- Papai deixou a gente ficar aqui te esperando. - A mais nova diz.
- Bom então eu estou aqui, vamos entrar. - Pego nas mãos de ambas e vou para dentro.
- Mamãe, ela chegou! - A mais velha diz e eu percebo que Aaron não estava ali, o que me deixa aliviada.
- Que legal filha! Olá Sra. Pierce. - Ela muda o tom de voz repentinamente.
- Katherine, pode me chamar de Katherine. - Me encosto no balcão da cozinha.
- Então Sra. Pierce, - ela passa por mim e eu gesticulo com as mãos não entendendo a sua atitude. - pode subir com elas até o quarto e brincar lá. Eu vou estar no escritório.
- Okey. - Falo pausadamente e subo as escadas.
- Meninas brincaremos de Barbie hoje?- Simm! - Elas respondem em coro.
- Eu sou essa morena aqui.
- Eu sou a mamãe. - A mais velha responde.
- E eu o papai. - A outra diz pegando o boneco.
Enquanto brincamos eu percebo que tudo que elas falam, elas estão na verdade imitando seus pais e então eu as pergunto:
- Por que eles estão brigando? Eles não são
felizes ? Olha que filhas lindas eles têm! - Eu pego as outras bonequinhas.- Eles brigam, mas também são felizes. Mamãe é ciumenta e papai não gosta disso. - Me mostro interessada e tento conseguir mais informações. Será que estou explorando as meninas? Usando elas? Eu espero que não. Ah, o que tem de mais conhecer a família com a qual eu trabalho?
Quando vejo já está na minha hora. Eu me despeço delas e desço até o andar de baixo para avisar a Sra. Johnson que já estava de saída até que:
- Não vai dormir aqui? - Ouço barulho de chaves, me viro confirmando a mim mesma que era ele e que tinha esquecido totalmente o convite que ele me fizera ontem. Olho para Sam, e tá bem visível na cara dela que não há sua aprovação nesse requisito.
- Bah, me esqueci de pedir para os meus pais. Mas acho melhor deixar pra outro dia. - Mano, tava com medo de ela me pular ali mesmo.
- É-éh, acho melhor também. - Ele dirige seu olhar a Sam e troca de assunto bruscamente. -Quer uma carona?
- Não precisa, eu não me importo de ir a pé. - Respondo.
- Mas eu me importo. - Sinto a minha cabeça ferver e percebo que a sua esposa o olha de uma maneira completamente estranha. - Quer dizer, nos dias de hoje, não tem como ir a pé em segurança à noite. - Ele fala gaguejando e se corrigindo.
- Eu acho que sim então. Olhando por esse lado. - Vou até sua direção. - Vamos então ? Até mais Sra. Johnson. - Fico no vácuo. - Eu fiz alguma coisa? - Pergunto ao fechar a porta do carro.
- Não, nem se preocupe. Ela está com muito trabalho. Isso a estressa.
- Ah bom. Você sabe onde eu moro né ? - Eu sorrio. - Seria bizarro se não.
- Por que ?
- Porque faz uns 5 min e você não me perguntou nada.
- Verdade. - Nós dois rimos. Ele estaciona na frente de casa.
- Então tá, é... tchau. - Estendo a mão.
- Tchau Katherine. - Ele aperta a mesma.
- Não não, não é assim. - Eu largo a mão dele. - Bate nela e depois fecha o punho e bate de novo. - Ele faz. - Agora sim. Até mais. - Abro a porta e saio, porém ele me puxa de volta pelo braço.- Mas o que? - Ele ergue a manga da minha blusa e olha para o meu pulso, provavelmente com esperança que eu tivesse uma porção de marcas. - Você achou que eu...?
- Seu desenho. - Puxo meu braço e arrumo a blusa.
- Não é porque eu não me corto que eu não sinto a mesma dor de quem faz. - Saio do carro.
- E seria melhor se tivesse me perguntado. Obrigada pela carona. Da próxima vez eu venho a pé. - Fecho a porta do carro. - Se tiver próxima vez.Em casa
- Eu não vou mais trabalhar lá! - Subo as escadas.- Mas por que? - Minha mãe seca as mãos na toalha da cozinha.
- Ah...sei lá. Me coloca como boca de caixa ou como vendedora de picolé na rua. Tanto faz.
- Mas filha... O que aconteceu?
- Mãe eu vou dormir que amanhã tenho aula cedo.
- É melhor, amanhã você desiste dessa ideia idiota. - Reviro os olhos e vou para o quarto.
Por que aquela mulher tava de cu virado pra mim? Eu deveria ter me feito de vítima e receber um conforto do Sr. Johnson. Deveria ter enfrentado ela e perguntado o que tinha roncando nas tripas dela pra ela agir daquela forma. Eu até evito olhá-lo para já não dar treta. Tô até pensando sair daquela bagaça.
(Notificação do WhatsApp) O celular vibra me tirando desses pensamentos doidos.Adormeço.
De manhã
- Você já tá saindo?- Mãe eu fiquei em casa ontem, e anteontem...
- Tá e dai?
- E dai é o que me impede de sair agora?- Abro a porta.
- Eu Katherine. Você não me ajuda em nada, Fica deitada, não faz nada, só come, suja...
- Mas você não me pede pra arrumar as coisas!- Me indigno.
- Eu não preciso pedir! Eu entrei hoje no portal do colégio no notbook e que história é essa de você tá dormindo nas aulas e pegar detenção ?! E ainda quer sair do trabalho!
- Mãe se eu sair eu não durmo mais na escola. Simples! - Retruco.
- Não! Se você não tá dormindo direito é por causa desse celular que tu não larga. E você diminua o tom, tu me não desrespeite que eu não sou tuas amigas que tu caga na cabeça. - Sério que ela disse isso?
- Tá mãe ! Tá ! Mas eu não vou trabalhar lá. Tô indo.
- Então vá! Depois tu vem querer as coisas! - Fecho a porta e a deixo falando sozinha. Depois dessa cavei minha cova.
Da minha casa até o centro é umas 6 quadras de distância. Coloco meus fones de ouvido, meu capuz e até lá, eu estaria desligada do mundo. Eu sou do tipo de pessoa que gosta de observar tudo. Casa, pessoas, árvores, tudo, quanto maior a brisa melhor. Mais a frente, avisto a residência da família bizarra. Sei que tô exagerando mas né. Penso se devo entrar lá e já esclarecer que não vou mais, ou se deixo pra outra hora, vai que mudo de ideia.
Nessa indecisão, olho para o andar de cima e o vejo. Ele está encostado na soleira da janela, com um penteado diferente, lendo um livro, provavelmente o mesmo de ontem. Ele olha para o lado de fora e eu enfio a minha cabeça pra dentro do capuz com esperança que ele não tenha me pegado o admirando. Meu Deus, Katherine acorda pra vida guria, foda-se ele, ele é casado, e você não vai ser mais nada além da garota que foi babá das suas filhas.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Forbidden
FanficProvavelmente você já quis ser aquela menina de olhos azuis, diferentona, porém popular. Aquela que todos os meninos correm atrás, mas ela gosta do outro diferentão que não gosta dela mas no final acaba gostando. A menina a qual sempre faz um coque...