Capítulo 38

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(Leiam 'Rain' a minha nova fic do Harry e façam-me perguntas no ask.fm @Eliana_Alexa)

[Harry]

Sentia o coração bater-me na garganta e as chamas queimarem-me nas veias com a ansiedade grudada no meu ser. Não conseguia parar de a agarrar, de a puxar para mim e garantir que ela estava protegida. Todas as imagens que montei na minha cabeça paranoica começaram a desfazer-se aos poucos, quando percebi que não havia nada fisicamente errado com ela. Mas ainda assim, era como se tivesse saudades de a sentir entre os meus braços. Estava a tornar-se numa necessidade protege-la, tê-la perto de mim e garantir a sua segurança.

Evelyn permanecia quieta, com as mãos levemente pousadas nas minhas costas enquanto enterrei a cara entre os seus cabelos perfumados. O aroma de Frangipani* fazia-me voar e encantar desejando poder enterrar-me nele para o resto da minha vida. Era viciante e exótico. Tal como tudo nela o era. Como é que eu perco o controlo desta maneira? Jurei a mim mesmo que não me permitiria sentir nada e está a tornar-se cada vez mais difícil. Não posso, não devo. Só fará com que ambos soframos o dobro do que estamos destinados a sofrer e, por muito que o tente combater, não quero que isso aconteça. Já basta tudo aquilo que ela não sabe.

“Harry…” Ouvi-a murmurar de novo o meu nome e sabia-me tão bem ouvi-lo. Nem conseguia acreditar na falta que me fizera ouvi-la pronunciá-lo no seu sotaque adocicado. “o que aconteceu? Porque estás a chorar?” Só então dei conta de que os olhos me ardiam e o nariz picava. Sentia-os humedecidos e a vergonha tomou conta de mim. Continuei de rosto tapado para que ela não me visse daquela forma, não podia deixar que ela pressentisse qualquer tipo de sentimento deste tipo em mim, pretendo aniquilá-los e não quero tornar isso demasiado doloroso para ela.

“Eu… eu não sabia de ti e quando soube que estavas no hospital pensei…” as palavras pareciam-me fugir da boca assim como o ar dos meus pulmões. Pela primeira vez nada vida queria falar, mas eu não sabia o que dizer. Como é que ela consegue deixar-me assim?

Quando finalmente consegui ter a certeza de que não existiam mais vestígios de sentimentos na minha expressão, tornei a afastar-me e fixei os meus olhos nos seus. Sabia que estava quase a escrutiná-la pela forma como a olhava, tentando ver além do seu mar azulado de cristal, mas também ela gelava os caminhos por onde passava até ao interior da minha. Será que ela consegue ver os meus segredos?

“O que estás aqui a fazer?” Perguntei passando a mão levemente no seu rosto rosado e ela suspirou desviando os olhos para a confusão que se dispersava e para os seguranças que se preparavam para fazer perguntas. Depois voltou a encarar-me para responder à minha pergunta.

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[Evelyn]

“Quer dizer que tu foste para a parte velha da cidade, sozinha, sem saber o que tinha acontecido, sem saber se era seguro, sem avisares ninguém, sem-“

“Sim.” Respondi com um revirar de olhos. O Harry carinhoso tinha terminado no momento em que entrámos em casa e ele me ordenou que deixasse a Miriam a dormir no último andar da mansão pois tínhamos de conversar. De alguma forma fico feliz por ele estar a gritar comigo e a mostrar sentimentos ao invés de ser frio e calculista, mas por outro estava a irritar-me o facto de me voltar a tratar como uma criança. Lá está, com o Harry nunca sei o que sentir.

“Mas tu estás boa da cabeça? Eu já te disse para não-“

“Eu não tenho culpa que o tipo que arranjaste para me vigiar seja um incompetente, além disso, a Miriam precisava de mim” Gritei de novo interrompendo o seu discurso. Sabia que o estava a irritar ainda mais, mas ao mesmo tempo estava a dar-me gozo que ele demonstrasse toda aquela preocupação, embora soubesse que não se tratava de um verdadeiro sentimento perante mim mas sim a defesa de uma promessa.

“Há sempre alguém que precisa de ti Evelyn!” Berrou ainda mais alto e eu ergui o sobrolho com a sua afirmação. Não sabia onde ele pretendia chegar ou o que queria dizer com aquilo. É óbvio que sempre que alguém precisa de mim eu vou ajudar essa pessoa sem pensar duas vezes, que mal tem isso? “Há sempre alguém que precisa da tua ajuda, do teu coração, do teu dinheiro. Tu não consegues perceber que as pessoas se aproveitam de ti? És sempre tão boazinha para as pessoas que te esqueces completamente que tens os teus próprios problemas e que tu própria precisas de ajuda!” Explicou por fim.

Senti uma facada no peito quando as suas palavras jorraram por entre os seus lábios e, como se não bastasse, a facada aprofundou-se e girou no meu coração aguçando a dor. As pessoas não eram assim tão interesseiras e eu sempre agi desta maneira, não seria agora que ia mudar. Como é que ele pode pensar tão friamente? Além disso, nunca me faltou nada por ajudar os outros, não me haveria de preocupar com o seu interesse, desde que ficassem felizes no final. Eu própria estava a ajudar o Harry a cumprir uma promessa, o meu pai ajudou-o quando ele vivia na rua certo? Além de que ele estava a viver na minha casa. Qual é o problema de ajudar as pessoas?

“Se não fosse a ajuda, o meu pai tinha-te deixado morrer à fome.” Cuspi sem pensar no sentido do meu argumento e ele calou-se. Os braços caíram ao longo do seu corpo e permaneceu a fitar-me. Não sei se com o orgulho ferido, se há procura de um novo argumento ou simplesmente a tentar perceber o meu.

A porta da rua abriu e fechou de repente e eu alarmei-me. Liam surgiu na entrada da sala largando as chaves no móvel, mas o seu olhar grudou-se no de Harry e eu senti o fogo acender-se de imediato. Não podia deixar que os ânimos chegassem ao ponto de queimarem numa discussão intensa, fácil de prever entre os dois. Já me haviam dado provas suficientes que não gostavam um do outro e, embora quisesse o contrário, sabia que isso não iria mudar, ou pelo menos tão facilmente.

“ O que é que este palhaço está aqui a fazer?” Harry cuspiu apontando para o mais velho e retornando à sua raiva que começara a amainar. Ergui-me o mais rápido que consegui, colocando-me entre os dois.

“Isso pergunto eu, e palhaço é a tua mãe atrasado!” Liam respondeu-lhe, tomando um passo na sua direção e preparado para atacar. Harry não se deixava ficar e o espaço entre os dois ficou tão pequeno que os meus braços tocaram no peito dos dois impedindo-os de continuar.

“Parem, por favor.” Finalmente notaram a minha presença e ambos me olharam à procura da resposta para travar os acontecimentos. Sabia que estavam sedentos pela destruição do outro, mas não podia deixar que acontecesse, eram ambos demasiado importantes para deixar que o fizessem. “Liam, vai para o quarto.” Pedi calmamente, voltando as costas para Harry, mas ainda assim, podendo adivinhar o seu sorriso vitorioso.

“Mas…” Tentou falar mas eu voltei a interrompe-lo repetindo o meu pedido. Liam acabou por ceder e depois de um ultimo olhar ameaçador para Harry, acabou por seguir para as escadas e depois para o andar do seu quarto.

“Vais-me explicar o que é que aquele merdas está aqui a fazer?” Ouvi-o questionar de forma arrogante atrás de mim. Quando me voltei ele havia-se sentado no sofá com os cotovelos sobre as costas e as mãos a esfregarem-se uma na outra.

Passei as mãos pela cara e depois pelos cabelos e sentei-me noutro assento, fitando-o. O seu olhar queimava na minha figura à espera de uma resposta. Mas ela tardou em vir. Estava à procura das melhores palavras, ou da melhor maneira, de lhe dizer o que se seguiria. Estava com um pouco de medo da sua reação pois sabia que ele iria ficar furioso ao saber que Liam estaria a viver comigo. Não compreendia como é que ele ainda não sabia, visto que deixou alguém a vigiar-me, mas as suas ações denunciam o contrário.

“O Liam está aqui a viver.” Acabei por dizer num pequeno murmúrio mas, devido ao silêncio, ele foi capaz de ouvir. O seu corpo impulsionou-se para cima e no segundo seguinte estava à minha frente. Linhas carregadas na sua testa olhando-me com vigor e irritação, queimando toda a minha pele com a sua passagem. Mas ainda assim, como é que ele consegue ficar tão bonito?

“Como?” Gritou-me procurando perceber se tinha entendido corretamente. Olhei-o assustada e respirei fundo.

* Frangipani – Flor favorita do Harry no perfume Our Moment.

[deste capitulo so gosto da ultima parte ahah Vim postar ja porque ate que gostei muito dos comentarios. Voces sao uns doces e irrita-me ter de me chatear para vos fazer comentar :o mas prontos
adoro o carnaval e vou ser a Branca De Neve :D
sera que algum dos meninos me dá um beijinho se eu morder a maçã? ^^
má piada, eu sei. ahah
VOTEM E COMENTEM
xx]

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