“Mãe, podes ir, isto é para mim.” Niall falou pra a progenitora de forma calma e, embora relutante, a mulher acabou por assentir, abandonando a entrada. O silêncio instalou-se por alguns segundos, permitindo-me debater a forma como o ia abordar. Talvez ele me fosse tentar bater, mas acho que ele não tão idiota a esse ponto. “O que é que estás aqui a fazer?” O louro empurrou-me ligeiramente e saiu de casa, encostando a porta atrás de si, de forma a ter a certeza que ninguém nos ouviria.
“Preciso da tua ajuda.” Revelei com um suspiro e o seu olhar confuso transformou-se numa surpresa, misturada com alguma desconfiança. Preparou-se para falar, mas eu interrompi-o. “Eu sei que me deves odiar, mas ouve-me, antes de começares a disparar.”
“Eu não ia disparar nada, ia-te perguntar como raio saíste da prisão?” A sua questão apanhou-me desprevenido, pois ainda não tinha pensado no que diria em relação a esse assunto. Envolver Niall nisto estava fora de questão, por isso, nunca poderia ser totalmente honesto com ele.
“Eu não fugi, fica descansado.” Assegurei, sabendo que esse era o seu maior medo no meio da minha resposta. Ele pareceu aliviado e fitou a rua em frente à sua pequena mansão.
“Queres a minha ajuda para quê? Já não baste tudo o que tens feito a Evelyn passar?” As suas palavras foram como uma pequena adaga a corromper o meu corpo, indo e regressando múltiplas vezes. Eu fazia Evelyn sofrer, talvez faço-a mais sofrer do que realmente feliz.
“Por isso mesmo, eu quero tirá-la daqui.”
“Como assim?” Niall inquiriu estupefacto, aproximando-se ainda mais de mim e diminuindo o tom de voz. “tu és doido? Tu queres afastá-la da vida dela? Tu não pensas?”
“Que vida?” Respondi com uma pergunta, tendo a certeza que ele se iria calar. Os olhos claros fitaram-se atónitos, mas a boca não se pronunciou. “Tudo o que as pessoas têm feito foi mentir-lhe e destruí-la. Além disso, existem pessoas atrás dela-“
“Se isso acontece, é por tua culpa!” Acusou imediatamente, interrompendo-me e passando de novo a adaga pelo meu corpo.
“Não é só minha, ou já te esqueceste do idiota do Zayn?” contrapus, sem saber mais o que dizer. Niall assentiu, esperando que eu prosseguisse. “Ouve, eu vou tirá-la daqui só por uns tempos, eu nem preciso de ir com ela, só preciso que ela esteja segura.” Acabei por esclarecer com um suspiro.
“Ama-la?” De novo, a sua pergunta direta apanhou-me de surpresa. Não que eu já não soubesse e não o tivesse admitido. Evelyn já ouvir essas palavras saírem pela minha boca mas proferidas pelo meu coração, no entanto, parecia um pouco estranho dizer isto a outra pessoa, mesmo que fosse alguma espécie de amigo. Fitei também a estrada e suspirei.
“Mais do que a mim próprio.” Revelei sem pensar bem naquilo que estava a dizer. Talvez até fosse mesmo verdade, pela forma natural como saiu. Mas as pequenas vozes da consciência continuavam a gritar no fundo da minha cabeça.
“Então eu vou ajudar-te.” Niall prontificou-se e dei por mim a sorrir abertamente, satisfeito com tudo aquilo. “Mas vais ter de me prometer uma coisa.”
“O quê?”
“Nunca, mas mesmo nunca mais a deixes. Vais ficar do lado dela até ao final de toda esta história.” Afirmou convicto. Embora estivesse um pouco relutante quanto a esse assunto e soubesse o que era mais provável de acontecer, acabei por assentir. “Se te afastas dela, Harry, eu próprio espeto uma bala na tua cabeça”
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Fechei a porta do carro com alguma força vendo o meu melhor amigo despertar, assustado. Deu um pequeno pulo e ergueu a cabeça do vidro fitando-me de olhos entreabertos. Revirei os olhos ao ouvi-lo bocejar e pouco depois se espreguiçou. Ligou o motor do veículo e iniciou a marcha.

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Save Yoυ △ |h.s|
Fiksi Penggemar❝ Se os nossos segredos fossem iguais eu dir-te-ia que somos a mesma pessoa. Porque no fundo os nossos segredos distinguem-nos uns dos outros. Mas não se trata apenas de segredos pois não? Trata-se de honra, de fidelidade, confiança, sentimentos. Tr...