- Desculpem se eu dou muitos erros, mas é que eu não revejo os capítulos antes de os postar, para ser sincera. -
[Evelyn]
O som de vozes captou a minha atenção e rapidamente abri os olhos, assustada. Não que estivesse a dormir, por muito que queira não consigo. É sempre horrível adormecer quando nos sentimos demasiadamente sós. Quando sentimos que estamos vazios, que tudo à nossa volta parece, de algum modo, inacabado. Isto acontecia-me desde a última noite em que adormeci nos braços de Harry. Parece tão cliché o que estou a dizer que me custa a acreditar que sou eu própria a admiti-lo, mas é como se um buraco tivesse sido criado no lugar ao lado do meu e aquele pedacinho do colchão fosse um abismo, do qual poderia cair a qualquer momento.
Por fim, saí da cama e embrulhei-me no robe que jazia sobre a cadeira em frente à secretária. Dei um nó no cordel e, quando ia para abrir a porta, um estrondo impediu-me, fazendo-me congelar no sítio em que fiquei. Dedos ligeiramente encostados à maçaneta dourada, e ansiedade a pulsar-me junto com o sangue. Depressa o silêncio foi substituído por grunhidos e queixumes, que me fizeram quase saltar para o exterior do quarto.
O coração apertou-se-me no peito e deixei de sentir a ponta dos dedos. A imagem do vulto de cabelos mais compridos, sobre o de Liam fez o meu corpo reagir de forma alarmada e o pânico assolou-se no meu interior. Gritei sem dar por isso e quando a sua atenção se voltou para mim levei a uma mão aos lábios e, com a outra, acendi a luz do corredor. Harry rebolou para o chão, enquanto o mais velho tapou o próprio rosto, encolhendo-se no chão. As manchas de sangue tingiam o soalho, provenientes do seu nariz e lábios.
“O que é que tu fizeste?” Gritei com o rapaz dos olhos verdes que me parecia aterrorizado. Apesar de o ver daquela forma, e de desejar consola-lo, impedi-me de o fazer com todas as forças que as minhas entranhas conseguiam. Não gostava quando o via perder o próprio controlo e já lho demonstrara diversas vezes, porque é que ele continua a deixar a raiva tomar conta dele? Por muito que odeie Liam, a violência nunca é resposta.
“Evelyn, eu-“ Ele procurou explicar-se e impedir-me de chegar perto do rapaz que permanecia deitado no chão com os seus murmúrios de agonia. Mas libertei-me com um safanão, não querendo ouvir as suas desculpas. Mesmo que Liam fosse uma pessoa horrenda, ele não tinha que lhe fazer isto.
Ajoelhei-me ao lado dele e ajudei-o a erguer-se.
“Mantem a cabeça para trás, vamos à casa de banho, tenho lá os primeiros socorros.” Informei-o com toda a calma que poderia encontrar. Não queria perder tempo a discutir com Harry, talvez mais tarde, talvez nunca. Discutir com ele só faz com que tenha ainda mais remorsos por coisas que não fiz, faz-me querer chorar por razões que não tenho. Além disso, Liam precisava de mim agora e eu não poderia abandoná-lo.
“D-deixa-me ajudar.” A sua voz rouca e ligeiramente nasalada proferiu num pequeno murmúrio e, se não estivesse tão zangada, provavelmente ter-me-ia caído tudo ao chão. Estaria mesmo Harry Styles a oferecer ajuda? Mas não podia aceitar, neste momento não queria estar perto dele ou acabaria cedendo aos seus encantos e esqueceria a sua atitude desprezível. Ele mostraria ser uma pessoa adorável e eu acabaria por esquecer o que acabei de ver.
“Não.” Respondi-lhe friamente, sem coragem para fitar os seus olhos. Eles tiravam-me toda a bravura que poderia ter. “Eu trato dele Harry, vai embora.” Ordenei no mesmo tom, entrando por fim na casa de banho com o moreno ensanguentado. Harry não disse mais nada e retornou ao seu quarto, de onde emanava um profundo silêncio preocupante. Talvez toda a sua energia já houvesse sido gasta em Liam e não tivesse mais forças para destruir algo mais.
Obriguei Liam a sentar-se no tampo da sanita enquanto abria os armários à procura da bolsa vermelha. Depois de ter todos os utensílios pretendidos, comecei a tratar as suas feridas e procurei saber se o nariz não estaria deslocado ou partido.
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Save Yoυ △ |h.s|
Fanfiction❝ Se os nossos segredos fossem iguais eu dir-te-ia que somos a mesma pessoa. Porque no fundo os nossos segredos distinguem-nos uns dos outros. Mas não se trata apenas de segredos pois não? Trata-se de honra, de fidelidade, confiança, sentimentos. Tr...