save me ♥ {jikook}

Do Not Talk To Him

  "Eu devo ter enlouquecido. Devo ter te deixado ir em um momento de insegurança.

Abri a porta da sala, e sorri para Doutor Granhan, dei espaço e o mesmo entrou em minha casa. Caminhamos em silêncio até o sofá, eu estava assustado com o que ele poderia me contar, ainda era nove da manhã, e ele havia me ligado um pouco mais cedo, dizendo ter algo importante para me falar. Aceitei que o mesmo viesse até minha casa, todos ainda estavam dormindo. Fazia pouco mais de um mês que eu e Jeon havíamos voltado da casa de praia, e também fazia esse tempo em que ele não olhava para a cara de Taehyung, falava apenas com Hoseok e Hiuna, que está com quase seis meses de gravidez. Iremos descobrir o sexo do bebê hoje, a consulta está marcada para duas da tarde. Eu havia a perdoado pelo que ela fez, já que foi motivo de insegurança, mas estávamos diferentes um com o outro, era tudo muito seco, as ações e até mesmo as conversas. Bom, eu e Jeon ficávamos as vezes, não era nada concreto, até porque tinha muito mais nessa história, mesmo querendo ficar com ele; eu sei que é errado, por causa da Hiu e do meu filho.

- Bom dia Jimin. - saudou ao sentar no sofá, me encarou seriamente, e eu sabia que as notícias não poderiam ser tão boas.

- Bom dia Doutor. - sentei ao seu lado e o encarei de volta - O senhor descobriu algo?

- Sim! Não é certeza que essa seja a história real, mas descobri qual é o suporto envolvimento do Jeon com a minha mulher.

- E qual é? A Sophia conheceu mesmo o Jeon?

- Sim, eles se conheceram, não sei exatamente em qual ponto da vida dela, mas da dele posso quase afirmar que foi quando era pequeno ainda, pelo fato de constar na ficha dele que o menino tem mais de vinte anos.

- E qual é o envolvimento? Quando ela o conheceu, ele era um bebê ainda?

- Sim, Jeon ainda era muito pequeno. - suspirou - Eu achei o diário da minha Sophia, e nele estava escrito algumas coisas relacionadas ao passado dela. Quando nos casamos, ela ainda era nova, tinha por volta dos 22 anos, eu sempre fui quatro anos mais velho que ela. Minha Sophia saiu de casa, por um motivo até então desconhecido para mim, somente nos apaixonamos e casamos rapidamente, saindo da cidade logo em seguida, anos depois voltamos, mesmo com a insistência dela de não voltarmos, mas eu tinha o lugar perfeito para abrir minha clínica, não poderia deixar para trás esse meu sonho, então decidimos voltar. Só que depois de um tempo fui notando o comportamento estranho dela, saia de casa cedo e às vezes voltava tarde. - sua voz ficou trêmula - Até pensei que ela pudesse estar me traindo, mas eu a conhecia suficientemente bem para saber que ela me amava, e que não teria essa coragem. Em uma dessas saídas de Sophia, ela acabou sofrendo um acidente, e não resistiu. Eu nunca soube para onde ela estava indo todos os dias, somente soube que um caminhão desgovernado havia batido no seu carro. E depois daquele dia, eu me fechei para o mundo, foquei apenas na clínica, nada mais a minha volta importava, anos depois eu conheci você, e logo Jeon entrou nas nossas vidas, quando você me ligou naquele dia, perguntando sobre a Sophia, eu percebi que tinha algo inacabado nessa história, e desde aquele momento, eu comecei a pesquisar qual o possível envolvimento da minha mulher com o nosso paciente, e depois de meses, eu descobri.

- E qual é o envolvimento? A Sophia realmente fez parte da vida do Jeon? - perguntei

- A minha Sophia é avó do Jeon.

(...)

Encarei a parede branca a minha frente, ainda chocado com o que o Doutor Granhan me contou. Pelo pouco que ele também sabe, Sophia fugiu de casa por estar grávida, seus pais eram rigorosos e não a aceitariam com um filho na barriga, ela teve seu filho - pai de Jeon e Taehyung - e o abandonou, deu o menino para adoção, e fugiu mais uma vez, o deixando para trás, ela ainda era nova e não conseguiria lidar com uma situação como essa, até o momento em que a mão adotiva do seu filho, a procurou falando que o menino havia descoberto a verdade e gostaria de conhecer sua verdadeira mãe, esse era o motivo de suas saídas, ela visitava o filho sempre que conseguia, conheceu e conviveu com Tae por três, quase quatro anos e com Jeon, apenas até um ano. Quando houve o acidente que infelizmente a levou. Eu sempre imaginei que pessoas podem sim se comunicar com pessoas que já morreram, mas não acreditava que poderia ser real, claro que na imaginação de Jeon, tudo ficou maior ainda, já que o mesmo tem uma doença que sempre faz imaginar muito além do que é. Talvez se eu perguntar para Taehyung, o mesmo se lembre vagamente de sua avó, porque conviveu pouco tempo, e ainda era pequeno, mas é possível que se lembre.