save me ♥ {jikook}

Prologue

- A esquizofrenia é um transtorno mental complexo que dificulta na distinção entre as experiências reais e imaginárias, interfere no pensamento lógico, nas respostas emocionais normais e comportamento esperado em situações sociais.

- Quais são os sintomas mais comuns? - perguntei, apesar de saber bastante sobre a doença, precisava me especializar ainda mais

- Hiperatividade; isolamento social; movimentos repetitivos; amnésia; confusão mental; crença de que os pensamentos não são seus; crença de que um evento comum tem um significado especial e pessoal; delírio; desorientação; invenção de coisas; ansiedade, apatia. - pacientemente ele ia me explicando

- Já foram feitos os exames que comprovaram a esquizofrenia do paciente?

- Sim, os exames foram feitos, e assim como suspeitávamos foi confirmado. O paciente tem 21 anos, foi encontrado tendo um surto há pouco mais de uma semana, e trazido imediatamente para cá, não se sabe sobre os parentescos dele, tentamos entrar em contato, porém foi negativo.

Assenti com a cabeça de leve, esse era o primeiro paciente com essa doença que eu iria tratar. Com a faculdade de psicologia concluída, eu estava sempre atrás de novidades e desafios, é como se fosse uma forma de poder me superar cada dia mais.

Eu, Park Jimin, 25 anos, médico formado, casado, não me importava se os problemas dos meus pacientes eram os mais difíceis, estava lá sempre para ajudá-los.

- Você precisa ter bastante paciência com ele. O paciente apesar de ter essa doença, ainda é uma pessoa normal. Poucas vezes ele tem os surtos, quais não são em grande escala. Preciso que você no final de cada consulta escreva nesse caderno como foi, o que você percebeu, e sempre coloque uma observação. Esse é um método de ver como o paciente está, se aparenta melhora, caso contrário entraremos com algo mais rígido. Apesar dele já estar isolado, ainda deixamos-o ter contato com outras pessoas. - Doutor Granhan explicou detalhadamente

- Entendi! - disse seguro de mim, eu conseguiria fazer, seria um desafio, mas nada impossível para mim - No caso dele, existe a cura?

- Esquizofrenia não tem cura. Há casos diferentes, como o que pode durar dois anos caso o tratamento seja feito corretamente, e também existe o que é para sempre. Pelo fato dele ter entrado há menos de uma semana, ainda não sabemos exatamente qual a define, e é por isso que colocamos você para esse papel, não haveria médico melhor do que o senhor Park Jimin.

- Eu agradeço pela confiança. Vou fazer o meu melhor sempre. -apertei sua mão com firmeza

- Eu sei disso. - disse sorrindo - Vamos lá conhecer seu paciente. E com isso você aproveita para saber mais sobre ele.

Andamos lentamente pelos corredores da clínica, onde paramos exatamente na porta número 34, Doutor Granhan abriu-a lentamente e já pude ver uma figura masculina sentado na cama olhando fixamente para a parede, direcionei meu olhar para o local e a frase "Família" me deixou desnorteado.

- Olá senhor Jeon, esse aqui é Park Jimin e ele será seu novo acompanhante. Espero que se dêem bem. - sorriu de leve e antes de sair pela porta a fora, colocou em minhas mãos um caderno e caneta, os segurei com firmeza

Sentei na poltrona que havia em frente a cama e olhei para o menino que surpreendentemente tinha a aparência de um adolescente. Abri o caderno, anotei a data do dia de hoje - 07/05/2014.

- Olá senhor Jeon, eu estou aqui para acompanhar sua rotina e preciso conhecer um pouco mais de você, tudo bem? - com um pequeno aceno ele concordou

- JungKook...- murmurou baixo

- Oi? Desculpe, eu não o ouvi muito bem.

- Jeon JungKook. - falou mais firme, ainda encarando a parede

- Ah sim. Belo nome! - elogiei - Bom, você tem 21 anos certo? -novamente um pequeno aceno foi visto - Você sabe o por que de estar aqui?

- Eles acham que eu sou louco. -riu seco e desviou seus olhos para o chão a sua frente

- Eles que são loucos. Você é completamente normal, precisa um pouco mais de atenção e ajuda, e eu estou aqui para fazer isso. A partir de hoje, seremos amigos. Conte-me um pouco sobre você.

- Eu não sei nada sobre mim. -murmurou

Suspirei e tirei os óculos, seria mais difícil do que eu imaginei, olhei para a folha de caderno no meu colo e escrevi. Enquanto percebia os leves movimentos de JungKook.

- Aquela é a minha família. Minha única família. - apontou para algo atrás de mim, virei e vi a parede escrita que ele olhava quando entrei

- E eles houve você? Conversam? -perguntei me interessando

- Não! -exclamou parecendo estar chateado- Só ficam me olhando, o dia inteiro, como se eu fosse uma obra de arte. Não falam, não piscam, não se mexem, como se fossem uma parede.

- E quantas são as pessoas ali?

- Meu pai, minha mãe e meu irmão mais velho. Só que ele parece estar triste comigo, todos os dias ele chora.

Percebi que seu comportamento estava começando a ficar agitado, então decidir parar de fazer perguntas. Eu não podia exigir dele.

- Amanhã falaremos mais sobre sua família okay? Você precisa dormir, descanse e em breve estarei aqui.

- Você promete? -perguntou e eu fiquei surpreso

Seus olhos estavam esperançosos e pela primeira vez, estavam focando em mim e eu quase pude ver sua alma, apesar de lindos, seus olhos mostravam dor, muita dor.

- Eu prometo.

E não foi só a promessa de voltar amanhã, e sim a de fazer esse menino poder ter os olhos felizes, a promessa de ajudá-lo.

*Caderno de Anotações*

Seoul, 07/05/2014.
Paciente: Jeon JungKook
Médico: Park Jimin
Primeira consulta.

A palavra família rabiscada na parede, lhe dá a impressão de ser a sua família. Seus atos e ações não demonstram emoção, vazio e o opaco. Poucas palavras, ditas com cautela e comportamento levemente alterado.

OBS: O mesmo se sente solitário, e antes ele estava, mas agora estou aqui, e Jeon JungKook nunca mais se sentirá só. 

❤

Oi gente, começarei a postar essa fanfic hoje. Ela é da minha irmã, e a mesma me pediu para postar por ela já que não sabe usar o wattpad direito.

Esperamos que gostem de Save Me 💙