Essa Realidade Se Tornou Dura Demais

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É só você que me provoca essa
saudade vazia
tentando pintar essas flores com
o nome
de “amor-perfeito”
e “não-te-esqueças-de-mim”. – Renato Russo
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Aquelas foram as últimas palavras que Maria dissera antes que sua pressão despencasse, e ela desmaiasse. Talvez por obra do acaso, Estêvão também havia chegado em casa, e procurando sua amada, a encontrou caída e desacordada no escritório, e se desesperou.

****

Já havia se passado alguns minutos desde que Maria perdeu a consciência, e isso estava deixando Fifi e Estêvão preocupados, tão preocupados que já haviam ligado para um médico, que por sua vez, ainda não havia chegado.

— Meu Deus, que demora é essa desse médico – dizia Fifi caminhando de um lado a outro – e ela que não acorda, eu tô com medo Estêvão! – Seus olhos se encheram de lágrimas temorosas.

— Por favor Fifi, não pense o pior.
Eles ficaram em silêncio por poucos segundos, e por fim, Maria deu indícios de iria acordar.

— Olha Fifi, ela tá abrindo os olhos! – Disse Estêvão entusiasmado.

— Que maravilha! – Exclamou. – Eu vou buscar um copo d'água pra ela.

— Isso.

Fifi saiu, e Estêvão pôs-se a ajudar Maria se recompor.

— Ai – ela dizia tentando se sentar na cama, com a mão na testa – minha cabeça dói, o que foi que houve?

— Você não se lembra de nada meu amor?

— Não – fez uma pausa – espera, eu tô me lembrando. Estêvão, cadê a carta? Onde ela está Estêvão? Cadê ela? – Estava inquieta, e tentou se levantar, mas Estêvão a impediu.

— Ei, calma, eu tô com a carta, senta aqui, você ainda não está 100%.

— No meu lugar você também estaria assim, ou até pior. – Se ajeitou novamente na cama.

— Mas o que diz nessa carta?

Fifi entrou no quatro trazendo um copo com água.

— Meu amor – entregou o copo a Estêvão, e abraçou fortemente – como você tá? – Segurou seu rosto. – Eu fiquei com medo minha flor, que susto você nos deu! – A abraçou novamente.

— Calma tia, eu tô bem, foi só uma queda de pressão, só isso, não precisa ficar preocupada. – Lhe sorriu.

— Toma meu amor, bebe um pouco de água. – Estêvão entregou o copo a ela, que bebeu em dois tempos.

— Obrigada, eu estava mesmo com sede. Cadê o Enriquinho? – Olhou para os lados.

— Tá com a Aninha no jardim. – Sua tia respondeu. – Será que esse desmaio significa outro bebê a caminho? – Ela perguntou com um sorriso de orelha a orelha.

— Não tia! – Ela respondeu de pronto. – Eu não tô grávida, foi só minha pressão que caiu, só isso, nada mais.

— Só acredito com um exame me provando – sorria – mas daqui a pouco o médico chega, e vai nos esclarecer o que houve.

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