Eu Te Desejo: Amor Sem Fim

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Determinada flor é, em primeiro

lugar uma renúncia a todas outras

flores. E no entanto, só com esta

condição é bela. – Antoine de Saint-

Exupéry

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— Pensei que você tivesse desistido da herança! – Disse Cecília surpresa com seus olhos arregalados.

— Eh, eu tinha sim senhora, mas ouvi algumas coisas que me fizeram voltar atrás. – Deu uma olhada discreta para Maria.

— Então isso sim é motivo para brindarmos! – Maria zombava deles. – Venha San Roman, vamos nos juntar a eles. – Se aproximaram deles, e pegaram uma taça de champanhe. – E pra você Aninha, um copo de suco.

— Oba! – Comemorou a pequena.

— O que estamos festejando? – Perguntou Fifi entrando no cômodo ao vê-los brindando.

— O filho do Enrico voltou atrás em sua decisão tia. – Disse Fernando seco.

— Que boa notícia! Também quero brindar com vocês!

— Então vem tia. – Estendeu o braço para que a tia viesse ao seu encontro. – San Roman, não precisa ficar tímido, a casa é sua, literalmente, nós que somos os intrusos. – Ria ao falar.

— É Estêvão Maria tem toda razão. – Reforçou Fifi.

— Hum, brigado. É tudo muito novo pra mim, mas eu vou me acostumar com isso.

— É fácil se acostumar com o luxo meu caro, em questão de dias você não vai querer outra vida. – Retrucou Sérgio.

— Bom San Roman, vou apresentar minha adorável família. – Debochou. – Essa é minha mãe Cecília – apontou – um amor de pessoa, você logo vai perceber isso, ah, ela adora que a chamem de Ciça – Cecília estava a ponto de pular em cima de Maria –; esse é meu irmão Fernando, às vezes ele é legal, mas isso depene de como ele dorme, se minha mãe canta cantigas de ninar pra ele, ele acorda super bem, mas se não, ele consegue ser bastante insuportável – ria –; essa é minha tia Fifi – a abraçou – a melhor pessoa desta casa, sem ironias, ela é mesmo; e por último, esse é Sérgio, meu marido. – Falou com menos empolgação do que deveria.

— Seu marido? – Ficou desapontado.

— Sim – disse Sérgio passando a mão em volta da cintura de Maria, deixando-a encabulada – ela é minha esposa, linda né!

— Deixa eu terminar as apresentações – se desgrudou dele – família, essa coisa linda aqui é a Aninha, filha do San Roman.

— Oi! – Sorriu. – Cecília, já que você foi esposa do meu avô Enrico, e eu não conheci a mãe do meu pai, eu posso te chamar de vó?

— V... V... Vó? – Gaguejou. – Isso é meio... Estranho, ninguém jamais me chamou de vó!

— Ela vai adorar Aninha! – Se meteu Maria.

Para Maria foi maravilhoso ver aqueles três com 'cara de Trakinas', foi sensacional! Em poucos minutos, Estêvão e Aninha já estavam se sentindo em casa, e conversavam abertamente com Maria e Josefina sobre os perrengues que viviam, e sobre sua avó que acabara de falecer. Tinha momentos que ela pegava Estêvão analisando-a, sua vontade era perguntar o porquê de ele a olhar tanto, mas ficou quieta. Ela saiu do meio deles para colocar sua taça na mesa, e foi surpreendida por sua mãe, que segurou seu braço com tanta força, que com certeza ia ficar marcas dos seus dedos em sua pele.

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