Minha Flor De Cristal

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Amo a vida, não por estar numa fase

de flores, mas sim pela sorte de ter

enfrentado alguns espinhos.

Espinhos esses que fizeram sangrar,

mas que apesar de tudo fez minha vida

florir. – Sentimentos de Sílvia

****

Enfim mais um dia, mais um dia comum, com tudo acontecendo de forma, aparentemente, normal, a ponto de se estranhar. O café da manhã seguiu silencioso, a única coisa que se ouvia era a respiração daqueles que ali estavam. Fernando, que acabara de chagar, fez questão de quebrar o silêncio que pairava no ar.

— Bom dia família! – Foi até sua mãe, tia e irmã de deu um beijos nelas. – Vocês estão muito calados hoje! – Se sentou abocanhando uma torrada. – Tô morrendo de fome.

— Fernando, você é engraçado. – Disse Aninha rindo.

— Fernandinho meu amor, olha os modos na mesa. – Fifi o repreendeu de forma doce.

— Fernando, quantas vezes eu já te disse que não quero que você passe a noite fora de casa com essas mulherzinhas?

— Primeiro mãe – bebe um gole de suco, encarando-a – eu sou maior de idade e faço o que eu quiser da minha vida, e segundo, eu não sou Maria, que você fala, e ela obedece.

Maria engoliu a seco o que mastigava, sem querer, seu irmão a fizera se sentir mal.

A conversa se cessou ali mesmo e o café voltou a ser silencioso.

****

— Maria, Maria! – Fernando corria na direção da irmã, que se preparava para entrar no carro. – Maria, eu preciso falar com você! – Ofegava.

— Fernando, eu preciso ir pra empresa, depois você fala comigo. – Tentou entrar no carro, mas Fernando não deixou.

— Não Maria, eu vou falar agora! – Fechou a porta do carro. – Me desculpa pelo o que eu te falei, eu não queria ter te magoado.

— Não precisa se desculpar Fernando, você não mentiu em nada do que disse.

— Maria – acariciou a sua face – não faz essa carinha, eu não gosto de te ver assim. Você é minha irmã, e eu te amo, apesar de sermos tão diferentes.

— Diferentes até demais. – Sorriu. – Eu queria ser como você Fernando, que faz o que quer e nunca se dá mal por isso.

— Não diga isso Maria! Eu é que queria ser como você. Você é inteligente, carinhosa, simpática, só precisa aprender a passar por cima da nossa mãe de vez enquando. – Sorriu.

— Vou seguir seu conselho. Agora deixa eu ir, senão vou me atrasar.

— Calma aí mocinha! Hoje você vai me dar a honra te levar ao trabalho!

— Sério?

— Claro que é sério! Vamos – deu a mão a ela – vamos no meu carro.

Maria se sentiu imensamente feliz com a atitude de seu irmão, e mais ainda por saber que, mesmo brigando às vezes, eles se gostavam. Eles foram rindo e brincando durante todo o caminho, e Maria já havia se esquecido do comentário de mais cedo.

— Chegamos! – Estacionou.

— Obrigado Fernando – retirou o cinto de segurança – devemos fazer isso mais vezes.

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