Despretensiosa e solitária.
A rosa vive o processo
de ser quem é.
Brota sem ter medida.
Floresce de cor munida.
Depois morre.
Ida. – Padre Fábio de Melo****
~ Narrador ~
Alguns meses se passaram, dois para ser mais exato. Estêvão e Maria continuavam se encontrando às escondidas, vivendo aquela paixão proibida, sem despertar desconfianças da família, bom, se eles sabiam, fingiam bem, mas tudo indicava que não, já que o casal sabia ser discreto.
Era difícil para ambos conter aquele sentimento, e mais ainda tentar evitar aquilo, era algo forte demais o que sentiam um pelo outro, e não já não havia mais a condição "tentar evitar aquilo", e então, simplesmente, se entregaram a esse amor, e deixaram ser levados por ele, agora que já tinham a convicção sobre seus sentimentos, sabiam que... Amavam-se mais que tudo.
Laboratório de manipulação.
— Lívia, minha amiga linda, que eu tanto amo! – Abraçou e beijou a amiga quando entrou.
— Maria, você tá me apertando muito! – Tentava falar enquanto a amiga a sufocava com seu amor.
— Desculpa. – A soltou sorrindo. – Eu tô muito feliz, e queria compartilhar minha alegria contigo. – Sua alegria era realmente muito visível, seu sorriso ia de orelha a orelha.
— Você sempre vai poder compartilhar sua alegria comigo, só não precisa me apertar tanto, OK? – Passou o indicador no nariz dela. – Agora me conta, o que foi que o seu San Roman fez de novo?
— Como você sabe que tem a ver com ele? – As duas foram caminhando em direção à janela, e Maria abriu as persianas, assim, olhavam para fora.
— Porque, desde que ele apareceu, você só vive assim, sorrindo atoa, tô errada?
— Não, não está. – Sorriu. – Então vamos ao que interessa – elas ficaram de frente uma para outra, e Maria pôs-se a contar o que estava lhe dando alegria – eu tomei uma decisão Lívia, uma decisão que vai mudar minha em 360°, e nada e nem ninguém vai me fazer voltar atrás.
— Eu já imagino o que seja, mas eu quero ouvir da sua boca Maria.
Maria segurou as mãos de Lívia. Seu coração batia forte, quase saltando pela boca.
— Eu vou pedir o divórcio ao Sérgio, e assumir de uma vez por todas o que sinto por Estevão! Não tem mais porque eu esconder isso de ninguém, eu o amo Lívia – sua voz era intensa – o amo com todas as minhas forças, e nada do que minha mãe e Sérgio disserem vai mudar a minha decisão, nada!
— Maria, eu tô orgulhosa de você, finalmente você escolheu ser feliz de verdade, independente dá opinião dos outros!
As duas se abraçaram.
— Só te peço uma coisa – Lívia continuou – seja forte, e não deixe que as palavras contrárias que serão ditas a você, te façam voltar atrás.
— Pode deixar Lívia, nada vai me fazer voltar atrás, Estêvão e eu estaremos ligados um ao outro pelo resto de nossas vidas...
Elas se abraçaram mais uma vez. Lívia não "pescou" o que Maria dissera, mas Maria sabia que ninguém no mundo poderia impedi-la de amar Estêvão, já que agora, os dois estariam ligados entre si para sempre.
Do lado de fora do laboratório.
Maria e Lívia mal podiam imaginar que a notícia compartilhada não havia ficado somente entre elas, existia alguém que ouvia a conversa atrás da porta, e não ia deixar o casal ter um final feliz, não sem antes agir.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Flores De Maio
Roman d'amourCharles-Augustin Coulomb, a cabeça pensante que desenvolveu a lei, que simplificadamente, diz: "Os opostos se atraem." Existe um porquê para o amor acontecer? Existe uma razão? Há quem diga que sim, mas eu prefiro acreditar que não. O amor é simples...