Lembranças e medos. Tempo, es um dos deuses mais lindos

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Foi o tempo que dedicaste à tua rosa que a fez tão importante. – O Pequeno Príncipe

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Por fim, mais um dia, cada noite parece menor, e mesmo contra sua vontade, ele se levanta, existem pessoas que dependem dele: sua avó Catarina e sua filha Ana Lara, as mulheres de sua vida, por elas ele seria capaz de morrer, ou até mesmo matar.

Apesar das coisas não irem tão bem quanto ele dizia, ele sentia a obrigação de passar segurança a elas, sem deixar que as mesmas sentissem sua preocupação, ainda mais sua avó que andava tão doente, o que estava tirando eu sono, mais cedo ou mais tarde o pior poderia acontecer, mas isso não vem ao caso, não agora.

São 07:00 AM de uma sexta-feira qualquer, ele acordara ao ouvir alguém chamando na porta, sua vontade era de xingar, mas se conteve.

— Já vou! – Disse se levantando do seu sofá nada confortável.

Enquanto a pessoa aguardava na porta, ele vai até ao banheiro fazer sua higiene pessoal, ele não poderia aparecer na porta como um maltrapilho. Ele espreme com tanta força o tudo de pasta de dente, até que consegue êxito em mais uma de suas missões matinais. Ele escova os dentes, lava o rosto e dá um jeitinho no cabelo, e enfim, vai até a porta para ver o que o esperava, torcendo para que fosse alguém com um coração tão bom a ponto de dar a ele dinheiro suficiente para quitar suas dívidas e encher sua dispensa. OK, é meio impossível, mas deixa o cara sonhar. Ao abrir a porta, dá de cara com um cara que nunca tinha visto antes, e que estava com cara de poucos amigos.

— Bom dia! – Sorriu, e foi ignorado pelo cara.

— Estêvão San Roman?

— Sim, sou eu. Posso ajudar?

— Eu vim para avisar que, se o senhor não pagar pelo menos uma conta de luz até as 16:00 h de hoje, a sua luz será cortada. – Ele tinha uma certa alegria em suas palavras, apesar de parecer que ele não tinha emoção nenhuma.

— O senhor... – Tentava não se abater com a notícia. – O senhor deveria relevar, tem uma criança e uma senhora de idade aqui.

— Eu lamento, só estou fazendo o meu trabalho.

— Tudo bem – não estava nada bem – o senhor está coberto de razão. Brigado por sair do seu lugar de conforto e me dar essa notícia tão agradável, não tinha maneira melhor de começar o dia.

— O senhor está avisado, um bom dia. – Ele vira as costas e sai.

Realmente essa não era a melhor maneira de começar o dia. Assim que o cara saiu, ele fechou a porta e se pôs atrás dela a pensar no que poderia fazer... Ele não poderia fazer muita coisa, a vida tem sido um pouco dura com Estêvão, tem sido difícil trazer comida para casa, imagina só pagar algumas contas de luz. Mas as coisas iam melhorar, as coisas precisavam melhorar, e só assim ele daria uma vida digna à avó e à filha.

— Meu filho?! – Catarina o chamava do quarto.

— Tô indo vó!

A casa onde eles moravam era muito pequena, e apesar de não ter tantos móveis, ele ainda conseguia esbarrar nos que havia. Como de costume, sempre batia o dedinho mindinho no pé do armário, e aí vinha a vontade enlouquecedora de soltar um palavrão daqueles bem cabeludo, mas não o fazia, ele preferia abrir um sorriso ( a Babi dizia que ele tinha um sorriso que desmontava qualquer um, bom, não funcionou com o cara da companhia de luz), ele não podia, ou não devia ficar xingando, pois sua avó não gostava, e tinha a Aninha, não era bom para ela crescer ouvindo essas coisas.

Flores De MaioOnde histórias criam vida. Descubra agora