- Capítulo Dez -

1 0 0
                                    

DOR E HONRA

Luiz, Princesa Valentina, Snow e Kiara adentraram o castelo tão felizes e sorridentes que não perceberam a presença do rei sentado no trono acariciando a cabeça de Sombra Noturna, que estava sentado aos pés do trono.

— Vejo que o treinamento está sendo muito harmonioso — disse o rei sorrindo. — Preparados para o primeiro dia de torneio amanhã? — indagou.

— Sim, majestade! Progredimos bastante, e a Mãe Verde também nos ajudou muito — respondeu Luiz fazendo uma breve reverência.

Abruptamente, quatro guardas reais adentraram o salão real, com um homem robusto e vistoso como refém e um cão da raça Pitbull ensanguentado. Os guardas tinham seus elos animaliums ligados a cães da raça Pastor Alemão.

— Majestade, peço perdão pela forma que adentramos o castelo, mas encontramos este monstro cortando as orelhas do protetor dele e o rabo também — explicou o guarda. — Observe que o protetor ainda sangra e está mais hostil — o guarda apontou para o Pitbull com uma das mãos e com a outra, ele fazia esforço para continuar contendo o homem.

— Quem te deu o direito de mutilar o seu protetor? — questionou o rei com severidade e rispidez.

— Ele permitiu. E se fosse algo tão ruim, ele teria reagido. Além do mais, preciso que ele tenha uma cara ameaçadora, para afastar os adversários no torneio de Animale — disse o homem com empáfia.

— Ah! Você não vê nada de ruim na sua ação? Quer impressionar no torneio Animale? — questionou o rei com ironia. — Ele não reagiu por que te ama. Todos nós sabemos que quando criamos um elo com um protetor, ele jamais nos fará qualquer mal e tudo o que fizermos com ele, será aceito com bondade e pureza. Por isso ele não reagiu – continuou o rei Crésus com fúria nos olhos.

— Este ser é um covarde e não faz jus a espécie. Quando me libertar, eu irei cortar meu elo com ele — vociferou o homem.

— Como você pode ser tão egoísta, seu monstro? Não vê que tudo o que ele mais deseja é o seu amor e sua atenção? — questionou Luiz furioso caminhando em direção ao homem.

— Quem é você para me dizer o que devo ou não fazer? — questionou o homem com altivez.

— Você é audacioso, rapaz — afirmou o rei num tom ameaçador. — Não será necessário você cortar o elo com este protetor, pois eu mesmo farei isso. o rei Crésus desembainhou inesperadamente a espada de um dos guardas e cortou o elo do homem com o Pitbull.

O homem soltou um grito de dor tão alto que parecia estar morrendo. O protetor soltou um gemidinho e ficou cabisbaixo e ensanguentado.

— Guardas! Acompanhem-me e tragam este homem até o calabouço. Luiz e Valentina, vocês também devem vir, acompanhando e cuidando do ex-protetor dele — ordenou o rei Crésus num tom seco. Em seguida, levantou-se acompanhado de Sombra Noturna e liderou o caminho até o calabouço.

Eles caminharam por um vasto corredor, iluminado por candelabros e pela luz do sol que adentrava pelas grandes janelas com vitrais, até chegarem a uma escada íngreme e apertada, por onde desceram até chegar ao subsolo do castelo. O ambiente mudou drasticamente, aquele lugar nem parecia pertencer ao castelo. O cheiro de carne podre imperava ali. O ambiente possuía pouca luz, era possível contar facilmente a quantidade de tochas e velas que iluminavam o lugar com suas luzes trêmulas e tímidas. Ratos passavam correndo, perseguindo uns aos outros. Luiz observou que num outro canto alguns ratos brigavam por um dedo humano.

Luiz Asaf e o Elo AnimaliumWhere stories live. Discover now