Capítulo Dezesseis

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Um amigo Leal

Luiz caminhou por um vasto corredor iluminado por uma luz de cor dourada. Há poucos metros atrás dele, corria Kiara aflita e arfando:

— Luiz, caímos numa armadilha. Antes de eu ser empurrada para dentro do espelho, eu ouvi a princesa Valentina gritar que não era para eu entrar.

— Isso deve ter sido impressão sua, Ki — disse Luiz sem dar muita importância ao que Kiara alertou.

— Mas eu vi, Luiz. Jane me empurrou, eu não entrei por vontade própria — insistiu Kiara aflita.

— Princesa, fique tranquila. Tudo dará certo, eu estou aqui e sempre estarei com você, meu amor! — disse Luiz para tranquilizar Kiara, se agachando e alisando a face dela.

— Eu confio em você, mas me preocupo com o seu bem-estar e com a sua segurança. Eu te amo muito, Luiz — disse, lambendo o rosto de Luiz.

Os olhos de Luiz se encheram de lágrimas, ele ficou sem palavras e só conseguiu responder:

— Eu sou o homem mais feliz do mundo por ter você ao meu lado, minha princesa. Agora, vamos — e enxugou as lágrimas que escorriam em seu rosto com as costas das mãos.

Abruptamente, o corredor sumiu, o chão desapareceu e eles caíram como se caíssem de uma cama enquanto dormiam. Luiz sentiu suas costas se chocar em algo macio e muito gelado. Kiara caiu de qualquer jeito ao lado de Luiz e levantou-se rapidamente.

— Estamos fora do reino. Aquele provavelmente deve ser o cavalo que Jane falou — disse Kiara fitando todo o local atentamente.

Luiz levantou-se do chão, vestiu o capuz e caminhou até o cavalo. O cavalo era da raça Friesian, de cor negra e luzida, robusto e imponente. O cavalo bufava, balançava a cabeça e raspava o chão com uma das patas dianteiras.

Luiz aproximou-se do cavalo, alisou a cabeça dele e montou-o.

— Vamos em frente, garoto, vamos salvar o reino do rei Crésus — disse Luiz dando tapinhas no pescoço do cavalo.

Luiz cavalgou com Kiara correndo ao seu lado. Passadas algumas horas cavalgando sem parar, Luiz chegou a um vilarejo. Enquanto passava pela frente de uma taverna, ele observou um homem gordo e sujo afugentando um cão de raça indefinida, gritando:

— Saia daqui e não volte mais, seu bêbado pobre.

O cão levantou-se cambaleando, com um olhar triste e sem brilho. Em seguida, caminhou sem rumo. Ele era bastante magro, tinha os pelos de cor creme e olhos castanhos bem claros.

— Ei! Você está bem? — gritou Kiara, comovida com o estado do cão.

O cão parou e voltou à cabeça para Kiara. Ao olhar para a protetora de Luiz, seus olhos brilharam. Era como se ele tivesse visto um anjo.

— Dale mamita! Viene a su papi! — disse o cão com um sotaque latino ao olhar para Kiara. — Yo soy Moqueca, ao seu dispor, milady.

Continuou o cão cambaleando e se aproximando de Kiara.

— Agora entendi porque você foi expulso da taverna e me arrependi de ter falado com o senhor — disse Kiara incomodada com o cão que exalava álcool. — Você não tem vergonha de se insinuar para mim de forma tão vulgar? – vociferou Kiara num tom raivoso. – Quanta falta de cortesia – continuou ela severamente, rosnando para ele.

— Perdoe-me, milady, não foi minha intenção ofendê-la — retrucou Moqueca abaixando a cabeça.

— Hunpf — contestou Kiara empinando o focinho e ignorando Moqueca.

Luiz Asaf e o Elo AnimaliumWhere stories live. Discover now